segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Site do Senado abre outra consulta popular sobre a possibilidade de novas eleições; vote agora

Na semana passada, o site do Senado Federal teve um fluxo de visitas acima do esperado, depois que colocou no ar uma consulta pública sobre a possibilidade de novas eleições presidenciais. Proposta pelo senador Walter Pinheiro (sem partido-BA), a enquete vem apresentando participação recorde, com quase 220 mil votantes (92,5% favoráveis).
A iniciativa foi reforçada nesta semana por uma segunda consulta, proposta pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), dispondo sobre o mesmo tema, mas por outra via legislativa: um Projeto de Decreto Legislativo (SF 16/2016). No momento, o processo já conta com 8.300 votos - os mesmos exatos 92,5% favoráveis. CLIQUE AQUI E PARTICIPE AGORA.
A proposta de eleições diretas é defendida por diversos movimentos sociais e sindicais, inclusive a CTB. Na ocasião da primeira consulta digital, o senador Pinheiro explicou a importância de participar do processo: “Ela funciona como uma espécie de escuta. Pode servir para o Senado se sintonizar com a vontade da população de mudar os rumos da administração. A opinião dos cidadãos pode servir como uma pressão popular, já que muitos senadores disseram que iam esperar a opinião das pessoas para se posicionar”.
De acordo com a Proposta de Emenda à Constituição nº 20 de 2016, que pautava a primeira pesquisa, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) será o responsável pela convocação e regulamentação do plebiscito, ao qual o eleitor deverá responder “sim” ou “não” à seguinte pergunta: Devem ser realizadas, de imediato, novas eleições para os cargos de presidente e vice-presidente da República? Se o número de votos em favor da realização de novas eleições imediatas for igual ou superior à maioria dos votos válidos, o TSE convocará o novo sufrágio para 30 dias após a proclamação do resultado do plebiscito. O SF 16 segue dispositivo parecido, definindo o plebiscito no prazo de 90 dias posterior à sua aprovação.
Os dois textos definem o mandato dos eleitos para finalização em 31 de dezembro de 2018. Quando se retomará a normalidade das datas.
Portal CTB

BRASIL: Fernando Brito: Tudo em Temer é hipocrisia

Reprodução Tijolaço
  


Tudo ali é falso, inclusive a “modéstia” de dizer que não quer o retrato e a faixa presidenciais.

Considera-se legitimado porque “nós ganhamos a eleição por 3,2 milhões de votos”, referindo-se à vantagem de Dilma sobre Aécio Neves nas eleições de 2014, (nem aí é exato: foram 3.459.963 votos de diferença), o que lhe permite o paupérrimo argumento:

Sem o PMDB, a campanha perderia 4 minutos e meio de rádio e televisão. Tivemos ainda 23 diretórios estaduais apoiando. Será que esses estados não deram 1,6 milhão de votos para a chapa?

Pois é: nada de programas, idéias, muito menos de sentimento popular: o butim lhe compete porque os coronéis da máquina de oligarcas partidários (aliás, a maioria entregues a Aécio na campanha) encabrestaram os votos decisivos.

Me digam qual é o golpe? Eu só quero governar. Para mim, é honroso (assumir a Presidência). Não é questão de vida ou morte.

E renega ambições de candidato, chegando a fazer pouco da possibilidade, até, da cassação de seu mandato pelo processo que seus aliados moveram contra a chapa de Dilma no TSE: “se acontecer, aconteceu. Entrego sem maiores problemas.”

O último morador do Monte Olimpo atinge o auge de seu cinismo quando o assunto passa a ser Eduardo Cunha:

Em que medida uma eventual delação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha pode gerar constrangimentos ou uma crise no governo do senhor?
Acho que não gerará nenhum constrangimento, mas é um simples achismo.

Ele tem lhe procurado?

Nos últimos dias, não me procurou. Mas eu falava muito com ele. As pessoas têm medo às vezes de dizer isso. Eu falo com todas as pessoas, não posso ter essas limitações. Ele (Cunha) não tem me procurado, se me procurar eu falo. Não tem nenhum inconveniente. O que ele pode me pedir? Pedir para ajudá-lo.

Ah, francamente…

Será que existe um ser humano na face da Terra que possa acreditar que a simbiose golpista com que Eduardo Cunha viveu com Temer, tanto pelo controle do PMDB, a essencial conquista da Presidência da Câmara e, afinal, o disparo do processo de impeachment pode ter sido na base do “eu falava muito com ele, mas ele não me procura mais” ?

O fato é o que está na manchete do Estadão: qual o Paulo Preto, Cunha foi jogado no lixo por Temer após o serviço sujo, porque este não tem força para enfrentar a ofensiva tucano-midiática para tirar seu ex-operador das encrencas em que se meteu, com a sua soberba.

Soberba e desafio que, aliás, só passaram a incomodar os ilustres ministros do Supremo Tribunal Federal depois da vergonhosa sessão da Câmara onde Cunha comandou a subida de Dilma Rousseff ao cadafalso.

PS. A referência vaidosíssima – mas pretensão e água benta cada um usa o quanto quer – a Carlos Magno é bem interessante. Ele e o irmão, Carlomano, herdaram o reino dos Francos de Pepino, o Breve. Carlos Magno foi enfraquecendo o irmão e, quando este morreu, tomou deles a parte oriental do reino e mandou os filhos de Carlomano para um mosteiro, que equivalia a uma cela da PF no início da dinastia carolíngia. 


*Fernando Brito é jornalista e editor do Tijolaço
C/ Portal Vermelho

PCdoB confirma voto favorável a cassação de Cunha


O líder comunista destaca que essa é a melhor opção que a Câmara fará, “para o bem da democracia, pondo fim a esse ciclo de manobras que interferiu no funcionamento da Casa, que prejudicou a democracia brasileira, ao encaminhar como forma de retaliação o impeachment (da presidenta eleita Dilma Rousseff). Tudo isso fará parte dos argumentos que somados ao fato objetivo da mentira justificam a cassação do Cunha.”

A deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), presidenta nacional do Partido, acredita que haverá quorum alto na sessão marcada para ás 19 horas, “principalmente pela pressão das ruas”, disse a deputada que, a exemplo de vários outros parlamentares concorrem nas eleições municipais deste ano.

“Todo mundo sabe que Cunha tem um repertório de condutas questionáveis, sempre envolvendo situações de benefícios próprios com recursos públicos”, destaca Luciana Santos, ao anunciar seu voto favorável à cassação. 

E, a exemplo dos companheiros de partido, lembrou que ele “foi um dos grandes artífices do processo de impeachment (de Dilma Rousseff), em função da vingança. A cassação de Cunha serve ainda como denúncia do quanto foi uma farsa esse golpe”, enfatizou a parlamentar, para quem a cassação de Cunha responde à expectativa da população.

Chegou o dia

À frente da Minoria da Câmara, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também se manifestou favorável à cassação de Cunha. Logo que desembarcou em Brasília, na manhã desta segunda-feira, ela postou um vídeo nas redes sociais, anunciando que chegou o dia “em que deve ser sepultada a nefasta presença de Eduardo Cunha no Congresso.”

E destacou o mal que Eduardo Cunha “fez a esse país, não só desferindo o impeachment de Dilma Rousseff, por vingança, porque o PT não topou acordo no Conselho de Ética (para livrá-lo da cassação), como por toda uma pauta regressiva, dos direitos civis, dos direitos humanos contra as mulheres. Mas ele não seria cassado por isso. Ele é um mau político e tem que ser combatido na política. Ele será cassado porque além de tudo isso há provas robustas de práticas ilícitas com dinheiro público. Já é réu no Supremo e mostra a necessidade do parlamento dar uma resposta à sociedade brasileira.”

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), vice-líder da Minoria, também confirmou sua presença na Câmara dos Deputados, nesta segunda (12), para cassar o mandato de Eduardo Cunha, destacando que “quase um ano depois, chegou o dia.” E lembrou que “ele (Cunha) mentiu a CPI; violou regimento interno inúmeras vezes; violou a Constituição do Brasil; usou e abusou do poder”, citando as inúmeras práticas ilícitas de Cunha. 


De Brasília
Márcia Xavier 

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Saiba como calcular os quocientes eleitoral e partidário nas Eleições 2016

Em outubro deste ano, os eleitores de 5.568 municípios brasileiros elegerão novos prefeitos e vereadores. No caso da eleição para vereador, que adota o sistema eleitoral proporcional, as vagas das Câmaras Municipais serão distribuídas em proporção aos votos obtidos pelos partidos ou coligações e preenchidas pelos candidatos mais votados da lista da legenda ou coligação, até o limite das vagas obtidas. O preenchimento das vagas é feito segundo o cálculo dos Quocientes Eleitoral (QE) e Partidário (QP) e distribuição das sobras. Mas você sabe como são feitos esses cálculos?
Antes de aprender como calcular o QE e o QP, é preciso destacar que, na eleição proporcional no Brasil, é o partido/coligação que recebe as vagas, e não o candidato. Isso significa que, nesse tipo de pleito, o eleitor, ao votar, estará escolhendo ser representado por determinado partido e, preferencialmente, pelo candidato por ele escolhido. Em resumo, o voto do eleitor na eleição proporcional brasileira indicará quantas vagas determinado partido/coligação vai ter direito. Cabe ressaltar que, mesmo que um candidato tenha votação expressiva, se o partido/coligação não ganhar vaga, tal candidato pode não ser eleito.
A partir daí, os candidatos mais votados poderão preencher as cadeiras recebidas pelos partidos/coligações, conforme a sua colocação. Esse aspecto é o que diferencia o sistema eleitoral proporcional brasileiro do adotado em outros países. No Brasil, quem faz a lista de classificação dos candidatos (ordem de colocação) é o eleitor, por meio do seu voto, isto é, o candidato que obtiver o maior número de votos dentro de determinado partido/coligação ficará em primeiro lugar na lista. É o que chamamos de lista aberta.
As regras para aplicação dos cálculos do QE e QP e para a distribuição das sobras nas Eleições 2016 estão previstas na Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nº 23.456/2015,  que dispõe sobre atos preparatórios do pleito.
Como se calcula o número de vagas por partido?
Conforme o art. 147 da resolução, “Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o número de votos válidos apurados pelo número de lugares a preencher, desprezando-se a fração, se igual ou inferior a meio, ou arredondando-se para um, se superior”. Isso significa que:
QE = nº de votos válidos da eleição/ nº de lugares a preencher
Na eleição para a Câmara dos Deputados, o número de votos válidos será dividido pelas 513 cadeiras disponíveis. Já nas eleições estaduais e municipais, o cálculo depende do número de cadeiras de cada Assembleia Legislativa e de cada Câmara Municipal.
Para exemplificar, vamos supor que o número de votos válidos apurados em um pleito de determinado município seja 1.000, e que existam 10 cadeiras a preencher na respectiva Câmara Municipal. Neste caso, o cálculo será o seguinte:
Nº de votos válidos = 1.000 / nº de vagas a preencher = 10, então QE = 100
De posse do Quociente Eleitoral, é necessário calcular o chamado Quociente Partidário. Segundo o art. 148 da Resolução TSE nº 23.456/2015, “Determina-se, para cada partido político ou coligação, o quociente partidário dividindo-se pelo quociente eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação, desprezada a fração”. Ou seja:
QP = nº votos válidos recebidos pelo partido ou coligação / QE
Exemplo: se no mesmo pleito o partido recebeu 200 votos válidos, o cálculo será o seguinte:
Nº de votos válidos recebidos pelo partido = 200 / QE = 100, então QP = 2
Após os dois cálculos, é possível concluir que o partido terá direito a duas vagas naquela Câmara Municipal, que deverão ser distribuídas entre os seus dois candidatos mais bem colocados.
Cláusula de barreira
Nestas eleições, a distribuição das vagas entre os candidatos mais bem votados deve considerar uma novidade implementada a partir da Lei n° 13.165/2015: a chamada cláusula de barreira. Segundo a nova regra (art. 148, parágrafo único da Resolução TSE nº 23.456/2015), “Estarão eleitos, entre os candidatos registrados por um partido ou coligação que tenham obtido votos em número igual ou superior a dez por cento do quociente eleitoral, tantos quantos o respectivo quociente partidário indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido”.
Entre as consequências dessa inovação estão as seguintes: 1) Um candidato não será eleito se o total de votos recebidos não corresponder a, pelo menos, 10% do QE; e 2) Candidatos que tenham recebido poucos votos somente serão beneficiados pelos chamados “puxadores de voto” se seus votos tiverem alcançado os 10% do QE.
Continuando com o mesmo exemplo, vamos supor que o primeiro candidato da lista do partido tenha recebido 11 votos e, o segundo, nove votos. Vale lembrar que, para ser eleito, o candidato deve estar colocado dentro das vagas disponíveis para o partido (neste caso, duas vagas), e o número de votos obtidos por ele deve corresponder a, pelo menos, 10% do QE (que foi de 100).
Nessa situação hipotética, apenas o primeiro da lista do partido será eleito, já que os votos recebidos pelo segundo não alcançam 10% do total do QE (que seriam 10 votos). Dessa forma, apesar de o partido ter direito a duas vagas, apenas uma será preenchida por candidatos daquela legenda.
Cálculo das sobras
Em uma eleição proporcional, é possível que, após a distribuição das vagas entre os partidos, restem cadeiras para serem preenchidas, as chamadas “sobras”. Estas serão distribuídas por um cálculo conhecido como “Média”. Porém, somente disputarão as sobras os partidos que tiverem Quociente Partidário maior que 1.
Veja o exemplo a seguir para a eleição de determinada Câmara Municipal, na qual existam 10 cadeiras para ser preenchidas e quatro partidos na disputa:

Partido 1 – obteve 200 votos - QP = (200/100) = 2,0 → ele terá direito a 1 vaga
OBS: Levando em consideração o exemplo acima, mesmo tendo o partido direito a duas vagas pelo cálculo do QP, apenas um candidato teria votação correspondente a mais de 10% do QE. Assim, a outra vaga não pode ser preenchida.
Partido 2 – obteve 140 votos - QP = (140/100) = 1,4 → ele terá direito a 1 vaga
Partido 3 – obteve 350 votos - QP = (350/100) = 3,5 → ele terá direito a 3 vagas
Partido 4 – obteve 310 votos - QP = (310/100) = 3,1 → ele terá direito a 3 vagas
Total de vagas obtidas pelos partidos/coligações = 8
Conclusão: Sobraram 2 vagas que, por sua vez, deverão ser distribuídas por média.
1 vaga pelo desprezo das frações no cálculo do QP
1 vaga do Partido 1 devido à cláusula de barreira
A distribuição destas vagas que sobraram será feita conforme o art. 149 da resolução. Segundo o dispositivo, os lugares não preenchidos com a aplicação do QP e a exigência de votação nominal mínima serão distribuídos por média.
O cálculo será feito da seguinte forma: o número de votos válidos atribuídos a cada partido político/coligação será dividido pelo valor do quociente partidário somado às vagas obtidas por média mais um, cabendo à legenda ou à coligação “que apresentar a maior média um dos lugares a preencher, desde que tenha candidato que atenda à exigência de votação nominal mínima”. Isto é:
Média = votos válidos recebidos pelo partido /(vagas obtidas por QP + vagas obtidas por média) + 1
Então, seguindo com o nosso exemplo, vamos ao cálculo das médias:

Partido 1 – obteve 200 votos/2 vagas obtidas por QP + 0 vagas obtidas por média + 1 = 33,33
Partido 2 – obteve 140 votos/1 vaga obtida por QP + 0 vagas obtidas por média + 1= 70
Partido 3 – obteve 350 votos/3 vagas obtidas por QP + 0 vagas obtidas por média = 87,5 *
Partido 4 – obteve 310 votos/3 vagas obtidas por QP + 0 vagas obtidas por média = 77,5
A primeira vaga das sobras foi distribuída para o Partido 3, que obteve a maior média e possui candidato com votação mínima para ser eleito.

De acordo com a legislação, a primeira vaga das sobras será destinada ao partido/coligação que obtiver a maior média, conforme exemplo acima. Caso sobre uma segunda vaga, deverá ser feito novo cálculo, mantendo-se o mesmo dividendo e incluindo no divisor do partido que ganhou a primeira vaga mais uma vaga (a da primeira sobra). Em resumo, este novo cálculo será:

Partido 1 – obteve 200 votos/2 vagas obtidas por QP + 0 vagas obtidas por média + 1 = 33,33
Partido 2 – obteve 140 votos/1 vaga obtida por QP + 0 vagas obtidas por média + 1 = 70
Partido 3 – obteve 350 votos/3 vagas obtidas por QP + 1 vaga obtida por média + 1= 70
Partido 4 – obteve 310 votos/3 vagas obtidas por QP + 0 vagas obtidas por média + 1 = 77,5 *
A segunda vaga das sobras foi distribuída para o Partido 4, que obteve a maior média na segunda execução do cálculo da média e possui candidato com votação mínima.
Esta operação será repetida quantas vezes forem necessárias até o preenchimento de todas as vagas. Entretanto, de acordo com o inciso III do art. 149 da resolução, quando não houver mais partidos ou coligações com candidatos cujos votos tenham atingido, ao menos, 10% do QE, “as cadeiras serão distribuídas aos partidos que apresentem as maiores médias”.
LC/TC
Gestor Responsável: Assessoria de Comunicação +

Conquistas da educação correm riscos com projetos privatistas do governo golpista

Foi divulgado nesta sexta-feira (9), o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). “Incontestavelmente, os dados significam melhorias significativas, mas apresentam a necessidade de avanços”, diz Marilene Betros, dirigente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Para ela, os resultados mostram o esforço dos últimos 13 anos em valorizar a educação pública com objetivo de envolver a sociedade nesse projeto. 
Nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), o Ideb passou de 3,8 em 2005 – ano em que começou a ser medido – para 5,5 em 2015. Já do 6º ao 9º ano, foi de 4,2 em 2013 para 4,5 agora. Mesmo assim não atingiu a meta esperada de 4,7. Enquanto no ensino médio continua com 3,7 desde 2011.
“Os dados mostram que precisamos avançar na valorização do magistério, melhorando os salários e as condições de trabalho”. Porque “muitos prefeitos e governadores não pagam nem o Piso Nacional do Magistério”, afirma a sindicalista.
Mas o Ministério da Educação (MEC) do governo golpista defende propostas baseadas no que chamam de meritocracia. “Criar artifícios de incentivo à produção como se a educação pudesse ser medida dessa forma é uma inversão de valores e só fará piorar a situação”.
Essa política “é uma maneira de negar ao magistério um plano de cargos, carreira e salários condizentes com a nossa realidade e com as necessidades do sistema educacional do país”, afirma Betros.
Além dessa valorização, a presidenta da CTB do Amazonas, Isis Tavares, acredita que “os profissionais da educação vêm batalhando há anos por uma formação melhorada e não permitiremos que isso se perca”.
Desde que assumiu o MEC, Mendonça Filho vem falando em privatizar o ensino médio e superior (leia mais aqui). “Sem dúvida, mudanças são necessárias, mas com valorização da educação pública. Dinheiro público deve ser utilizado nos serviços públicos", defende.
Betros assegura que os docentes não aceitarão a proposta do MEC de acabar com o Custo Aluno Qualidade (CAQ) e o CAQI, destinado à educação infantil. “O custo aluno é o que vem balizando os investimentos em educação no país”, diz.
De acordo com ela, “acabar com o CAQ e o CAQI (da educação infantil) significa acabar com a gratuidade da educação pública”. Pior ainda, estão querendo retroceder e passar as creches para o serviço social.
“Foi um importante avanço trazermos a creche para a educação”, garante Betros. “A creche deve ser um bom alicerce até a criança atingir a fase educativa”.
Tavares lembra da necessidade da defesa do Plano Nacional de Educação (PNE) como bandeira dos educadores e educadoras na atual conjuntura. Betros afirma que a educação “não ser vista de uma forma fragmentada”.
Por isso, “todas as diretrizes, metas e estratégias do PNE devem ser cumpridas e executadas”. Tavares concorda com ela e defende a construção de um “Sistema Nacional de Educação que contemple a realidade da comunidade escolar e se baseie nos princípios da liberdade e crescimento cognitivo e emocional das crianças e jovens”.
De acordo com o MEC os anos iniciais do ensino fundamental têm 15,5 milhões de alunos, com 82,5% na rede pública. Já nos anos finais são 12,4 milhões de alunos, 85,3% em escola pública. 8 milhões estão matriculados no ensino médio, 97,1% na rede pública.
Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB

TSE quer acabar com farra de servidores que se candidatam só para ficar seis meses fora do trabalho

Por Vicente Nunes
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificou uma farra de servidores públicos que se candidatam apenas para ficar seis meses fora do trabalho recebendo salários. Muitos sequer fazem campanha. Só têm os votos da própria família, quando têm.
Por lei, os servidores-candidatos podem se afastar das atividades seis meses antes do pleito eleitoral. A maioria desses servidores se aproxima de partidos políticos, finge fazer militância política, mas o que realmente querem é vida mansa. 

O TSE vai exigir, na hora do registro desses servidores como candidatos, que comprovem realmente o envolvimento político. As regras, dizem técnicos do Tribunal, ficarão mais rígidas. “Não pode é continuar essa farra que identificamos Brasil afora”, diz um integrante do TSE.
Fonte: Correio Braziliense

Sérgio Moro deve ouvir Luiz Estevão sobre propinas para Gim Argello

Breno Fortes/CB/D.A Press - Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - Heuler Andrey

Tanto advogados quanto representantes do Ministério Público Federal podem solicitar depoimentos. Caso foi revelado após a deputada Liliane Roriz divulgar áudios de conversas entre ela e o empresário


Depois da divulgação das gravações em que menciona a extorsão de empresários na CPI da Petrobras, advogados de réus da Operação Lava-Jato devem pedir a convocação de Luiz Estevão. Para criminalistas ligados ao caso, as declarações feitas pelo ex-senador durante a conversa com Liliane Roriz reforçam a tese de que Gim Argello ameaçou e coagiu donos de empreiteiras ao cobrar doações eleitorais em troca de livrá-los de convocações. Isso pode ajudar a formular a defesa de empresários enrolados na Lava-Jato. Tanto advogados quanto representantes do Ministério Público Federal podem solicitar a oitiva de novas partes.

Expectativa em Curitiba
Os próximos dias devem ser agitados em Curitiba. Ontem, foi feriado na capital paranaense e os advogados não puderam protocolar petições. O processo contra Gim Argello, Paulo Roxo, Valério Neves, além de empresários como Marcelo Odebrecht, Leo Pinheiro, Roberto Zardi e Ricardo Pessoa está em fase final e a sentença deve sair em breve. 



Leo Pinheiro, da OAS, que ficou em silêncio no primeiro depoimento, pediu uma nova oportunidade para falar e será interrogado na próxima terça-feira. A oitiva tem potencial explosivo e é ainda mais esperada depois do surgimento das gravações de Luiz Estevão e Liliane Roriz. Pinheiro é um dos que podem se beneficiar com a tese de que Gim coagiu e ameaçou empresários.

Entenda
Áudios gravados pela deputada Liliane Roriz (PTB) em uma conversa com o empresário Luiz Estevão comprometem o ex-senador Gim Argello e, por isso, foram enviados à força tarefa da Operação Lava-Jato. As gravações foram divulgadas pela TV Globo na terça-feira (6/9). Na conversa, Luiz Estevão dá a entender que os recursos usados na campanha de Liliane Roriz vieram de extorsões que supostamente foram realizadas na CPI da Petrobras.


“Você, por exemplo, nestas eleições, não precisou tirar dinheiro do seu bolso. É uma situação que não se repete. Você não terá um Gim Argello, vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a Petrobras, em que as empreiteiras, até então não tinha começado a Operação Lava-Jato, pagariam qualquer preço para o Gim para que ele evitasse que elas fossem convocadas para depor na CPI. Verdade isso, ou não é? E por que você acha que aquelas doações aconteceram?”, diz o ex-senador. Liliane Roriz recebeu cerca de R$ 1 milhão da UTC Engenharia, e as doações foram intermediadas por Gim. Na época, a deputada era filiada ao PRTB, comandado por Luiz Estevão.

Na sequência, Estevão diz que, em Brasília, “de cada 100 caras, 90 são bandidos”. “Vivem de bandidagem, putaria e sacanagem. Vivem roubando, tomando dinheiro, cobrando comissão, entendeu? Fazendo negócio fajuto com o governo local, com o governo federal. Agora, o que acontece? Todo mundo é santo. A cidade só tem um bandido que é conhecido, com diploma pregado na parede. Quem é o único bandido diplomado de Brasília? Diga, pode falar o que o seu sorriso tá dizendo”, disse Luiz Estevão à deputada Liliane Roriz. “O seu sorriso tá dizendo. Quem é o único bandido diplomado de Brasília? Pode dizer, quem é? É Luiz Estevão”, afirmou o ex-senador.

Fonte: Correiobraziliense