quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Ultraconservador e aliado dos patrões, Ives Gandra Filho é cotado para ministro do STF

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra Filho, vem sendo defendido por setores conservadores para assumir a vaga de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre os entusiastas da ideia estão o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o ministro do STF Gilmar Mendes e o deputado e pastor Marco Feliciano, liderança da bancada religiosa do Congresso.
Ligado à Opus Dei, Gandra já expressou em artigos sua oposição à realização de pesquisas com células tronco, afirmou que o casamento entre homossexuais é tão impróprio quanto a união de "um homem com um cavalo" e que mulheres devem submissão aos homens, assim como os filhos devem obedecer aos pais.
Além de ser um expoente assustador do pensamento de extrema direita, Gandra é um forte aliado do empresariado no âmbito da justiça do trabalho. Ele já se posicionou favoravelmente a medidas como terceirização, aprovação do negociado sobre o legislado, fim da ultratividade e pela desregulamentação da CLT.
Germano Siqueira, presidente da associação de juízes trabalhistas Anamatra, alerta para o risco que Gandra representa aos direitos da classe trabalhadora: "Ele é um aliado dos empresários na missão de desmontar a CLT. Nomeá-lo para o Supremo seria um erro histórico", afirmou à Folha nesta quarta (25).
Portal CTB

Secretária de Política para Mulheres critica Gandra para o STF


No livro “Tratado de Direito Constitucional, v. 1, 2ª edição” da Editora Saraiva, o aspirante a ministro entende que as mulheres devem submissão aos maridos, o casamento deve ser indissociável e deve apenas acontecer entre o homem e a mulher. Para além de afirmativas consideradas machistas por Palmeira, o líder do TST também se pronunciou sobre uniões homoafetivas e as comparou ao bestialismo.

A gestora acredita que “a sociedade não deve ser representada por uma autoridade que não respeite a igualdade dos direitos que independem do gênero e da diversidade em nossa sociedade”. 


Fonte: Bahia.ba

Mulheres: Rumo à greve geral no 8 de março contra o retrocesso

Ela participa dos Diálogos Mulheres em Movimento: Direitos e Novos Rumos que começou nesta quarta-feira (25) no Rio de Janeiro promovido pelo Fundo Elas, Onu Mulheres e parceiros.


Jolúzia também faz parte da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), entidade que atua pela igualdade de direitos. Nesta perspectiva de resistência ela vê a criação de uma força feministra de esquerda como instrumento para combater o retrocesso que se impõe. Ela defende que o 8 de março seja uma data que demonstre a força da mobilização das mulheres e do ativismo do país.

“A esperança é que a gente possa criar uma força de esquerda feminista que possa denunciar e sustentar uma reação no Brasil. Da parte da Articulação de Mulheres Brasileiras vamos chamar para um 8 de março unificado, em que as mulheres parem, façam uma greve. Que parem mesmo e que se mobilizem nas ruas neste dia contra o retrocesso aos nossos direitos”, enfatizou.

Jolúzia (foto) avalia com pessimismo o cenário da luta das mulheres no Congresso Nacional. “A gente não tem esperança de segurar mais nenhuma pauta. Estamos na iminência de aprovar a PEC 58/2011, que retrocede inclusive ao que conquistamos sobre o aborto legal”, informou. 

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 58/2011 foi criada inicialmente para ampliar a licença maternidade de mães com filhos prematuros. De acordo com o movimento feminista, a nova feição está sendo conduzida para a criminalização total do aborto.

“Nós seguimos resistindo e dialogando com as mulheres que a cada dia tomam decisões pragmáticas sobre a sua vida. Não tem como evitar. As mulheres brasileiras tomam decisões de interrupção de gravidez cotidianamente e também cotidianamente elas morrem. E é isso que estamos e é isso que estamos fazendo aqui (nos Diálogos do RJ), denunciando e dialogando com as mulheres”, explicou.

Ela destacou também o financiamento das ações e das entidades que atuam pela promoção da igualdade de gênero e na denúncia das violações de direitos da mulher. “Há uma ausência de debate para um fundo público para direitos humanos no Brasil e América Latina. Agora, o horizonte é longínquo porque os governos de cunho autoritário e liberal não apoiam essa iniciativa de promover os direitos humanos e não apoiam a pauta dos direitos sexuais e reprodutivos”.

Jolúzia também é socióloga e definiu o papel do fundamentalismo religioso no cenário conservador instalado no Brasil e no mundo. “Essa onda tem a ver com a crise agressiva de reestruturação do capital. O fundamentalismo religioso se coloca como um amálgama para sustentar o imaginário social desses retrocessos da parte conservadora da sociedade”, analisou.

Nessa conjuntura, O Estado esvazia as suas prerrogativas em favor da livre iniciativa e das corporações financeiras internacionais. “Nós mulheres estamos tensionadas a voltarmos para o papel tradicional do cuidado, da reprodução. Somos nós que seremos impactadas com a falta de creches, com a falta de escolas, com a ausência de políticas para idosos”, exemplificou.

“Voltaremos para aquele papel inicial do século 19 das mulheres cuidando desse entorno doméstico porque isso é que gera riqueza nesse atual momento do capitalismo. O fundamentalismo religioso vem para implantar, imprimir essa perspectiva moral da família tradicional branca e heteronormativa”, denunciou Jolúzia.

Confira abaixo a programação do Diálogos que prossegue até sexta-feira (27)




Do Portal Vermelho

Do Czar ao Lênin Completo

domingo, 22 de janeiro de 2017

Padilha é acusado de receber R$ 3,9 milhões de universidades por serviços não prestados

Acusado de receber R$ 1 milhão de departamento de propinas da Odebrecht, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, braço direito de Michel Temer, se vê diante de novo caso de escândalo de corrupção.
Padilha é réu em ação de improbidade administrativa na Justiça Federal por receber cerca de R$ 7 milhões (em valores atualizados) da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) por serviços não prestados.
Duas empresas dele, chamadas Rubi e Fonte, receberam na década passada da instituição de ensino R$ 3,9 milhões enquanto Padilha era deputado federal pelo Rio Grande do Sul. Uma auditoria na universidade não encontrou documentos comprovando a prestação de serviços de consultoria.
O Ministério Público Federal diz que o acordo entre uma universidade concessionária de serviço público e um deputado no exercício do mandato atenta contra a administração pública e acusa o hoje ministro de indicar pessoas para a concessão de bolsas.
Robson Pires

Cármen Lúcia pode homologar delações durante recesso do Judiciário

Antes do fim do recesso do Judiciário, que vai até 31 de janeiro, a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, analisa chamar para si a responsabilidade de homologar as delações dos executivos da Odebrecht, que estão em fase final no gabinete do ministro Teori Zavascki. A informação é destaque na edição do Globo neste domingo (22).
A delação integra a Operação Lava Jato e põe na lista de investigados cerca de 120 políticos, com mandato no Congresso Nacional ou com vaga na Esplanada dos Ministérios. A possibilidade de Cármen Lúcia avocar para si a homologação levará em conta a gravidade e a excepcionalidade do momento.
O regimento interno do STF lista que, entre as atribuições da presidente do tribunal, está “decidir questões urgentes nos períodos de recesso ou de férias”.
Fonte: Robson Pires

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Reforma da Previdência: Não vamos aceitar!

Secretário de Relações Internacionais da CTB avalia geopolítica e os desafios em 2017

Em entrevista à TV CTB, o secretário de Relações Internacionais da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Divanilton Pereira, avalia cenário e desafios em 2017. Durante a conversa, o dirigente nacional falou do avanço da Central no campo sindical internacional, os impactos do golpe parlamentar no Brasil na política externa e os desafios para a luta internacionalista.
"Testemunhamos uma disputa entre o novo e o velho que gera grandes tensões no mundo", afirmou Pereira.
O dirigente ainda destacou que essa não é uma quadra nova, mas a continuidade de uma conjuntura que nos cobra entendimento e uma resposta a altura dos desafios. "As eleições nos EUA, por exemplo, é uma traço importante da atual conjuntura e que revela uma forte disputa geopolítica e o Brasil faz parte desse cenário". externou.
A entrevista faz parte de uma série que será publicada pela TV CTB em janeiro. Acompanhe!
Portal CTB
Imagens - José Martins
Colaboração - Érika Ceconi 

Odebrecht deve entregar doações eleitorais feitas nos últimos 16 anos

Uma das cláusulas do acordo de leniência, no âmbito da Operação Lava Jato, firmado entre o Ministério Público Federal (MPF) e Odebrecht S.A., holding do Grupo Odebrecht, prevê que a empresa entregue uma lista de cada uma das doações eleitorais feitas pelo grupo nos últimos 16 anos.
O prazo para a Odebrecht entregar a lista consolidada ao MPF é de 60 dias, que passaram a ser contados quando o acordo foi assinado, em 1º de dezembro de 2016.
O documento foi protocolado no processo eletrônico da Justiça Federal do Paraná pelo MPF na tarde desta sexta-feira (20). Ele é referente à ação cível que a Odebrecht responde na Justiça Federal do Paraná.
Listas de doações
Na lista de doações, a empresa deve colocar a indicação mínima de valor, data, beneficiário e autorizados do pagamento, além de apontar eventual indisponibilidade desses dados.
Além disso, a Odebrecht deve apresentar um relatório com todos os beneficiários de pagamentos de vantagens indevidas que tenham, atualmente, prerrogativa de foro por função.

Ainda podemos ouvir 'golpe' vindo do PT?

Por J.P. Cuenca - The Intercept

Com o golpe consumado, o PT aceitou seguir com sua prática de coalizões com o PMDB e votou junto ao núcleo golpista para a eleição da presidência da Câmara.


AONDE AS PALAVRAS vão para morrer? Não só na metáfora gasta, na má literatura ou no verborrágico púlpito dos tribunais, mas no jogo de máscaras do discurso político. Esse é o deserto onde os signos perdem mais sentido e as palavras viram amontoados inúteis de letras.
 
Em “A Política e a Língua Inglesa“, célebre ensaio de 1946, George Orwell destaca a crescente perda de significado das palavras no debate político. Em tradução própria: “A palavra fascismo agora não tem significado algum, a não ser o de ‘algo não desejável’. As palavras democracia, socialismo, liberdade, patriótico, realista, justiça têm cada uma significados diferentes e contraditórios. (…) É quase universal o sentimento de que estamos elogiando um país quando o chamamos democrático. Consequentemente, defensores de todos os tipos de regimes os reivindicam ‘democráticos’ e temem que teriam que parar de usar essa palavra caso ela estivesse amarrada a um único sentido. É comum que palavras desse tipo sejam usadas de forma conscientemente desonesta. As pessoas costumam ter suas próprias definições para as palavras que usam, mas deixam o ouvinte pensar que quiseram dizer algo bastante diferente.”
 
Ou seja, a arma do crime que faz com que mentiras soem como verdades costuma ser um padrão moral duplo. Pensando nisso, segue um breve dicionário de platitudes com alguns exemplos recentes de palavras ou expressões que perderam o sentido nos últimos tempos.
 
GOLPE – A palavra ‘golpe’ está ameaçada de morte pelo seu maior propagador recente. Na boca e na pena de qualquer representante do PT, o termo vai perdendo sentido por simples incoerência. Com o golpe de 2016 consumado, o partido aceitou seguir com sua prática de coalizões com o PMDB nas eleições municipais passadas e votou junto ao núcleo golpista para a eleição da presidência da Câmara dos Deputados. Se não houver uma grande reviravolta nas reuniões internas que definirão seus candidatos para as próximas eleições na Câmara e Senado, seguirá fazendo isso em 2017 – sob orientação, inclusive, do seu pré-candidato. Ou seja, “golpe”, para o PT, corre o risco de começar a significar “auto-golpe” ou então “golpinho suave”. Não existe práxis política ou síndrome de estocolmo capaz de justificar esses apoios depois de uma rutpura institucional tão grave a de como um golpe de estado. E, como o golpe foi na democracia brasileira – e não no PT –, devemos lutar para recuperar essa palavra, com o direito inclusive de começar a chamar o próprio partido de… golpista.

FUNCIONANDO NORMALMENTE – Fruto do mesmo processo histórico, a frase “as instituições estão funcionando normalmente” foi repetida como um mantra golpista em 2016, ano de grave crise institucional. Mas talvez no Brasil, realmente o assalto à democracia seja ‘normal’. Aí seria o caso de mandar “instituições” para a vala também.
 
DEFENDER O PRINCÍPIO – Ontem, na sua última coletiva de imprensa, Obama cometeu a seguinte frase: “É importante que os Estados Unidos defendam o princípio básico de que países poderosos não podem ficar por aí invadindo e intimidando países menores.” Em janeiro de 2015, por ocasião da Guerra na Ucrânia, disse o mesmo. Da boca do único presidente norte-americano que passou dois mandatos inteiros em guerra contra países ‘menores’ e que, apenas no ano passado, jogou 26.171 bombas (3 por hora) neles, a frase só fará sentido se sacrificarmos a expressão gasta por um Obama prestes a entregar um aparato de espionagem e ataques remotos sem precedentes nas mãos de Donald Trump.
 
GARANTIA / GARANTIDO – Após a prisão do líder do MTST no cenário bárbaro de uma reintegração de posse em São Paulo, a ex-presidente Dilma Roussef apressou-se em soltar um comunicado solidarizando-se com Guilherme Boulos. Em nota intitulada “Prisão de Boulos fere democracia e criminaliza defesa dos direitos sociais” ela escreveu: “A prisão do líder do MTST, Guilherme Boulos, é inaceitável. Os movimentos sociais devem ter garantidos a liberdade e os direitos sociais, claramente expressos na nossa Constituição cidadã, especialmente, o direito à livre manifestação.” A hipocrisia seria cômica caso não fosse revoltante para quem se lembra do primeiro mandato Dilma, bastante atuante na violenta criminalização dos movimentos sociais – ao lado da grande imprensa e dos governadores do PMDB e PSDB que depois conspirariam contra ela, aliás. Entre tantos outros casos, ainda se espera nota da ex-presidente sobre o Rafael Braga. Importante dizer que não foi Dilma que inventou essa garantia ao contrário. A palavra também vem sendo massacrada por governadores como Geraldo Alckmin em frases do tipo: “A PM agiu e continuará agindo para garantir a liberdade de manifestação e o direito de ir e vir.”

Aceito contribuições para o dicionário nos comentários abaixo. O perigo é de, nos tempos que correm, perdermos todas as palavras.

Fonte: Carta Maior

Opinião - Previdência e caricatura

por Jair Pedro Ferreira
Distorções prejudicam o debate sobre o sistema de aposentadorias
A polarização em torno do debate sobre as mudanças sugeridas pelo governo para a Previdência tem deixado em segundo plano o que realmente importa. O sistema previdenciário deveria ser tratado como política de Estado e é necessário avaliar permanentemente o conjunto de benefícios, em lugar de eliminá-los, e sua forma de financiamento. O Estado poderia criar, por exemplo, um comitê com representantes de diversos segmentos da sociedade.
O que tem prejudicado o debate honesto é a caricatura que parte da mídia faz do tema. A tentativa de mostrar idosos bem-sucedidos no trabalho ou astros de rock com mais de 70 anos como “exemplos de produtividade na velhice” são ações de convencimento com argumentos covardes que não representam a realidade de um país com diferenças colossais, cuja maioria da população começa a trabalhar cedo, por vezes em condições subumanas.
Mesmo assim, a reforma encaminhada ao Congresso limita-se à idade mínima de 65 anos para a concessão de benefício, a homens e mulheres, beneficiário rural ou urbano, além do tempo de contribuição de ao menos 25 anos. É o fim da aposentadoria exclusivamente por tempo de contribuição. A nova norma criará condições para benefícios inferiores ao salário mínimo e impedirá viúvas e viúvos de acumularem benefício próprio e pensão.
O próprio presidente, que defende com unhas e dentes a proposta, é um exemplo de aposentadoria precoce e sustenta que mudanças se impõem em razão de um sistema deficitário que beneficia jovens aposentados. É uma meia-verdade. A Previdência é amparo social e, além do benefício, o debate não pode desprezar outros fatores. Cabe destacar ao menos quatro deles.
A necessidade de financiamento é o primeiro. A Constituição garante a concessão de benefícios de Previdência Social sob o patrocínio da sociedade. Portanto, por princípio, não há déficit, mas necessidade de financiamento. Por isso, são estabelecidas contribuições de empresas, trabalhadores, sobre o lucro líquido, recursos de loterias etc. Mesmo sob a ótica meramente contábil, o sistema não seria deficitário.
Em estudo, os professores João Sicsú, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e Eduardo Fagnani, da Universidades de Campinas, afirmam que as iniciativas indispensáveis para resolver o “problema” são: cobrar devedores e eliminar isenções.
Depois, é preciso discutir a idade mínima de 65 anos. De acordo com o IBGE, a expectativa de vida ao nascer no Brasil, para homens e mulheres, é de 75,1 anos. No caso dos catarinenses, a média sobe, no entanto, para 78,4 anos, a maior do País. Ao se aposentar aos 65 anos, o cidadão de Santa Catarina receberá o benefício por pouco mais de 13 anos. Para o maranhense, a vida vai até os 70 anos, o que significa cinco anos de aposentadoria. Percebe-se ainda grande discrepância entre homens e mulheres. A expectativa de vida média de um homem do Nordeste é de 68,4 anos, enquanto a das nordestinas é de 76,7. Os homens dessa região receberão benefício por 3,4 anos após uma vida de trabalho, enquanto as suas conterrâneas tenderão a viver 11,7 anos como aposentadas.
O valor do benefício é outro fator no debate. Segundo o boletim Resultado do Regime Geral, publicado pelo INSS, o valor médio mensal pago pelo Instituto aos seus 33,6 milhões de beneficiários, de janeiro a novembro de 2016, foi de 1.293,43 reais, ou 1,47 salário mínimo. A garantia de que um benefício não será inferior ao salário mínimo pesa nessa modesta média. A reforma levará ao pagamento de pensões e benefícios de prestação continuada inferiores a esse mínimo. Um pensionista receberia 60% do valor do benefício do titular, ou 776 reais em valor de novembro de 2016, considerada a média. Eventualmente, mais 10% por dependente enquanto perdurar a condição de dependência. O cálculo do Benefício de Prestação Continuada será revisto.
Em janeiro de 2006, o salário mínimo valia 300 reais e, em janeiro deste ano, 937. Se um benefício do INSS de 300 reais em 2006 fosse corrigido apenas pelo INPC, desprezada a variação do mínimo, seu valor hoje seria de 573,54. Assim, o benefício equivalente a um salário mínimo seria reduzido a pouco mais de meio salário.
O último ponto é a distribuição de renda. Reduzir benefícios é prejudicar o efeito de transferência de renda representado pelo sistema. Considerada a arrecadação divulgada pelo INSS na contabilização do Regime Geral de Previdência em 2015, o estado de São Paulo arrecada para o INSS o equivalente a 7% de seu PIB. Somados, os benefícios pagos aos aposentados desse estado representam 6% do PIB. No Maranhão, a arrecadação ao sistema corresponde a 4% do PIB local e o pagamento a beneficiários, 11%. Portanto, estados mais ricos, com capacidade maior de arrecadação, transferem indiretamente parte desse recurso aos estados mais pobres, por meio das aposentadorias. Recebem mais do que arrecadam 19 dos 26 estados e o Distrito Federal. Dificultar ou reduzir o tempo de pagamento de aposentadorias exatamente nas regiões mais pobres também reduzirá a transferência hoje existente.
Ajuste no sistema de seguridade social não pode ser feito sob a ótica meramente contábil, de corte de despesa indesejável. Não se faz um ajuste por meio da destruição da Seguridade Social. Esse debate precisa ser feito com a sociedade. Definir os rumos da Previdência na marra, sem a devida discussão, vai gerar mais pobreza e, como sempre, atingir em cheio os mais pobres e necessitados.
*É presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae)
Fonte: Carta Capital

Saiba quem são as duas passageiras que morreram em queda de avião com Teori

A massagista Maíra Panas e sua mãe, Maria Hilda Panas, iam a Paraty a convite do empresário Carlos Alberto Filgueiras, que também faleceu no acidente
Por Redação
A queda de avião que matou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, na tarde de ontem (19), ainda teve como vítimas o empresário Carlos Alberto Filgueiras, dono da aeronave, e o piloto, Osmar Rodrigues. As duas passageiras que, até então, não tiveram seus nomes revelados são a massagista Maíra Panas e sua mãe, Maria Hilda Panas. Nenhuma delas sobreviveu.
Ambas seriam da cidade de Juína, no interior do Mato Grosso, e as mortes foram confirmadas pela imprensa local. Maíra trabalhava no hotel Emiliano, pertencente a Carlos Alberto, e morava em São Paulo há dois anos. Era considerada amiga e funcionária de confiança do empresário. A viagem a Paraty (RJ), onde o acidente ocorreu, foi um presente de aniversário para a mãe da moça, comemorado no último dia 15.
Nas redes sociais, amigos lamentaram o falecimento de Maíra, que também era dançarina e modelo. De acordo com testemunhas, ela ainda foi vista com vida no mar e pediu socorro, mas não conseguiu ser retirada dos escombros a tempo. O avião, de modelo Beechcraft C90GT, de pequeno porte, saiu do aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, e caiu por volta das 13h30 perto de Ilha Rasa, a poucos quilômetros da pista de pouso.
Foto de capa: Reprodução/Facebook
Fonte: Revista Fórum

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

A escravidão não acabou

349 empregadores ainda submetem os contratados a condições degradantes e subumanas
Com um adiantamento que podia chegar a cerca de 60 reais, dezenas de trabalhadores rurais foram seduzidos na década de 1990 para capinar juquira na Fazenda Brasil Verde, no Sul do Pará. Essa espécie de mato, conhecida por incomodar fazendeiros na criação de gado, foi a principal razão para um dos casos mais simbólicos de flagrante de trabalho escravo na história do País. No último mês de dezembro, enfim, a consequência: o Brasil foi a primeira nação a ser condenada pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por não prevenir a prática de trabalho escravo moderno e de tráfico de pessoas.
Sobraram evidências para a responsabilização do Estado brasileiro no caso. Além de serem ameaçados caso abandonassem o emprego, os trabalhadores resgatados nesse local dormiam em barracões cobertos de plásticos e palha, sem proteção lateral, o que permitia a entrada de chuva e ventos durante a noite. Também não havia cama, o “alojamento” era de redes.
E a água, imprópria para consumo, assim como a alimentação oferecida. Isso não impedia que os trabalhadores rurais tivessem essas “despesas” descontadas de seus vencimentos, que nunca chegavam a ser pagos de fato. Ao todo, somente nessa fazenda, mais de 300 trabalhadores foram resgatados, entre 1989 e 2002.
Foi para combater situações como essa que o Brasil começou a publicar, em 2003, o “Cadastro de Empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à de escravo”, mais conhecida como a Lista Suja do Trabalho Escravo, que reúne nomes de empresas ou pessoas que colocaram trabalhadores em situações degradantes ou forçadas de trabalho. Essa importante ferramenta, reconhecida internacionalmente, não foi publicada, no entanto, pelo governo Michel Temer no último ano, o que pode sinalizar um retrocesso maior a caminho.
A gestão peemedebista aproveitou-se de uma decisão judicial já revista para, simplesmente, ignorar a existência desse cadastro. Isso porque em 2015, durante o recesso de fim de ano, o ministro Ricardo Lewandowski, então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu liminarmente e de forma monocrática o pedido da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) para suspender a publicação. A Abrainc representa as principais construtoras do País e está sob comando, atualmente, da MRV Engenharia.
A medida cautelar foi cassada, entretanto, pela ministra Cármen Lúcia, em maio de 2016 e o Ministério do Trabalho foi liberado para voltar a divulgar o cadastro há mais de oito meses. Mas nenhuma lista foi oficialmente divulgada até agora. A decisão do Supremo levou em conta uma nova portaria interministerial, publicada no apagar das luzes do governo Dilma Rousseff, para driblar o impasse.
Na prática, a portaria flexibiliza as regras de manutenção do cadastro de empregados. Por essa mudança, as empresas flagradas com trabalhadores em condições análogas à escravidão passam a figurar em uma nova lista se firmarem um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ou acordo judicial com a União. Isso significa que, desde então, o governo poderia publicar duas listas: uma com empresas que se comprometeram a solucionar o problema e outra com as que não mostraram intenção de tomar providência alguma.
Ainda assim, desde que assumiu, o governo Michel Temer ignora essa possibilidade. A omissão deliberada fez com que o Ministério Público do Trabalho ajuizasse uma ação civil pública para obrigar o governo federal a voltar a atualizar o cadastro de empregadores envolvidos com escravidão. No dia 19 de dezembro, o juiz Rubens Curado Silveira, da 11ª Vara do Trabalho de Brasília, reconheceu a importância do tema e determinou que uma nova lista fosse publicada em até 30 dias, a partir do momento em que o governo fosse notificado da decisão.
Na decisão, Silveira lembrou justamente o caso da Fazenda Brasil Verde. “Esse foi o primeiro caso decidido pela CIDH [Corte Interamericana] sobre escravidão e tráfico de pessoas, o que acabou por colocar a República Federativa do Brasil no 'banco dos réus' do plano internacional", observa o magistrado.
"Nesse cenário, revela-se ainda mais preocupante a omissão atacada, pois sinaliza um retrocesso injustificado no trato do tema em uma quadra da história em que o Estado brasileiro deveria, em resposta à condenação que lhe foi imposta, redobrar os esforços em busca da extinção definitiva do trabalho escravo em seu território”.
Para Tiago Muniz Cavalcanti, procurador do Trabalho e um dos autores da ação, essa postura marca o retrocesso de políticas públicas até então elogiadas por órgãos como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT). “A publicação da Lista Suja é uma política de Estado e não uma política de governo. O combate ao trabalho escravo tem de continuar”, critica. “Essa postura omissiva vem desde maio para cá e não existe justificativa para isso.”
Além de uma ferramenta de defesa dos direitos humanos, a Lista Suja também era uma referência para o mercado e bancos na hora de conceder financiamentos ou fazer negócios com determinadas empresas. Mesmo instituições privadas utilizavam o cadastro feito pelo Ministério do Trabalho antes de concluir operações de crédito para companhias. A decisão do governo federal de impedir o acesso a essa lista coloca todas as empresas no mesmo patamar.
“Para além dos direitos humanos e da questão de acesso à informação e liberdade de imprensa há a questão muito clara de mercado (para a publicação da lista). É por isso que as empresas sérias querem essa informação, é uma questão de risco. O mercado brasileiro aprendeu que só tem a ganhar ao gerenciar esse risco, não é fazer com que as empresas percam negócios”, alerta o jornalista e presidente da ONG Repórter Brasil, Leonardo Sakamato.
Atualmente, é a ONG presidida por ele que tem conseguido obter e divulgar a Lista Suja com a ajuda da Lei de Acesso à Informação. A última foi obtida em junho do ano passado e apresenta 349 nomes de empregadores.
Para a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a postura do governo federal não encontra respaldo nem mesmo entre a classe empresarial do País. “Existe um grupo majoritário que não quer ser confundido com os escravagistas, porque isso pode fechar o acesso de um produto a determinado país vizinho ou cadeia produtiva no exterior”, enfatiza o Frei Xavier Plassat, coordenador da Campanha contra o Trabalho Escravo da CPT.
As vozes pela atualização da lista não vêm apenas de organizações de combate ao trabalho escravo e do Ministério Público, a ONU também fez a mesma recomendação ao Brasil. No ano passado, o órgão lançou um artigo técnico de posicionamento sobre o tema, em antecipação às comemorações do Dia do Trabalho. Para evitar retrocessos nas conquistas alcançadas pelo Brasil, o documento da ONU faz uma série de recomendações, entre elas a reativação da chamada "Lista Suja" e a manutenção do conceito atual de “trabalho escravo”, previsto no Código Penal Brasileiro.
"Nota-se uma crescente tendência de retrocesso [no Brasil] em relação a outras iniciativas fundamentais ao enfrentamento do trabalho escravo, como por exemplo, o Cadastro de Empregadores flagrados explorando mão de obra escrava, comumente reconhecido por 'Lista Suja', que foi suspenso no final de 2014", registra a organização.
Nada disso comove o ministro Ronaldo Nogueira, do Trabalho, mal assumiu a pasta, avisou a interlocutores que não iria publicar a lista. A secretária Especial dos Direitos Humanos do Ministério da Justiça e Cidadania, Flávia Piovesan, que tem capitaneado todas as ações sobre o assunto, em novembro anunciou a coordenação de um Pacto Federativo para Erradicação do Trabalho Escravo com o estado do Pará, a unidade da Federação com o maior número de casos. Nogueira enviou seu secretário-executivo, Antonio Correia de Almeida, para a cerimônia, mas a assessoria de comunicação do ministério mal registrou o fato em seu site.
Não está claro se a postura decorre de uma decisão particular do ministro, ou se há algum tipo de orientação vinda do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Em dezembro, uma operação das polícias Militar, Civil e Ambiental de Mato Grosso, que investiga desmatamento ilegal, encontrou em péssimas condições as acomodações de empregados em uma fazenda de Padilha, em Mato Grosso, e encaminhou as imagens ao Ministério Público do Trabalho, diante da suspeita de trabalho análogo à escravidão.
Pressões de empresas do setor da construção civil, de parlamentares ou até mesmo de ministros por conta da repercussão negativa da Lista Suja do Trabalho Escravo não são novidades no País. Esse tipo de relato também era comum nas gestões petistas e encontrava conivência, inclusive, entre parlamentares do PT e integrantes do governo Dilma. No entanto, a postura da gestão Temer, mesmo com vozes dissonantes como a de Flávia Piovesan, pode sinalizar mudanças mais preocupantes. 
Há algum tempo que integrantes da bancada ruralista tentam abrandar no Congresso a definição de trabalho escravo, com o objetivo de impedir que flagrantes de trabalho em condições desumanas seja enquadrado nessa prática. Um dos patrocinadores desse ponto de vista é justamente o líder do governo no Congresso, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que foi ministro de Temer. 

Em 2014, quando os congressistas discutiam a PEC do Trabalho Escravo, Jucá tentou emplacar sua tese sob o argumento de que os termos utilizados para a identificação de trabalho escravo eram “genéricos”. “O que é sumamente revoltante para alguns pode não o ser para outros”, amenizava no texto de seu projeto. “Principalmente porque as condições de trabalho em geral não são lá essa maravilha nos campos distantes, nas minas, nas florestas e nas fábricas de fundo de quintal.”
Escrito por Carta Capital

CNTE elege nova direção e aponta unidade contra retirada de direitos

Foto reprodução

O plenário do congresso também aprovou as resoluções para as conjunturas internacional, nacional e política sindical. De acordo com as resoluções aprovadas no ambiente nacional, a agenda da CNTE para o próximo período deve manter a resistência contra o governo golpista.

Pernambucano, Heleno Manoel Gomes de Araújo Filho é formado em Ciências Físicas e Biológicas, com habilitação em Biologia, pela Faculdade Olindense de Formação de Professores (Fofop), da Fundação de Ensino Superior de Olinda (Funeso). É professor da educação básica na rede pública estadual e na rede municipal de Paulista. Atualmente, é coordenador do Fórum Nacional de Educação (FNE).

Segundo Araújo, a nova direção prevê um ano crucial em 2017, com muita união e mobilizações. "Será um ano difícil e as resoluções do próprio congresso já apontam para isto", avalia. O calendário de luta, segundo ele, já deve começar em fevereiro, antes do carnaval, com a preparação para uma greve geral da educação, prevista para março.

Araújo destacou que "mesmo as posições divergentes colocadas no congresso e a exposição dos palestrantes mostraram a necessidade de buscar esta unidade. O congresso deu este tom e vamos continuar lutando por isso. A CNTE não está isolada." A luta, ressaltou, é para evitar que os direitos da classe trabalhadora sejam perdidos e para "avançar naquilo que ainda é preciso na área da educação e de outros direitos sociais pela população brasileira como um todo."

O dirigente disse ainda que é preciso ampliar espaços, num período que prenuncia um calendário de mobilizações intenso para reverter a agenda de retirada de direitos do governo Temer, "para que possamos marchar enquanto classe trabalhadora, juntos, reunidos e firmes para barrar este golpe e restabelecer a democracia no país. Vai ser um ano atípico, com uma dinâmica diferente de anos anteriores."

“Companheiro Heleno tenho certeza que você continuará fazendo um ótimo trabalho à frente da CNTE por sua dedicação e empenho nas lutas, já conhecidos por todos”, destacou Roberto Leão, presidente da gestão (2008-2017), ao passar o cargo ao novo presidente.

Para a Secretária de Saúde da CNTE, Francisca Pereira Seixas, "o movimento está precisando resistir com muita unidade, incorporando-se inclusive a outros setores sociais para resistir a essa avalanche que é, na verdade, a destruição do Estado brasileiro, o desmonte da Constituição de 88, da CLT, de tudo o que foi construído. O nosso desafio maior é lutar pela democracia e para impedir toda essa retirada de direitos promovida por este governo ilegítimo", conclui. 


Com agências

Metade dos estados e municípios não paga piso salarial do professor


  

A valorização do magistério é tema de projeto da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). O PLS 114/2015 determina que o Governo Federal integralize o piso salarial do professor, caso a unidade da federação não tenha recursos para fazê-lo.

domingo, 15 de janeiro de 2017

Esquema previa até calote na Caixa, diz empresário

O empresário Evaldo Ulinski, ex-dono do Big Frango, uma das empresas investigadas na Operação Cui Bono?, disse em duas entrevistas ao Estado que Lúcio Bolonha Funaro e operadores dele lhe ofereceram um empréstimo de R$ 100 milhões na Caixa Econômica Federal, com condições especiais. Cobrariam 10% sobre do valor do financiamento, a título de comissão, para facilitar a liberação dos recursos. Mas havia outra opção. Se o empresário aceitasse dar uma comissão maior, de 30%, não pagaria o empréstimo.
“Era 10% para você pagar e 30% para nunca mais precisar pagar. As palavras deles”, disse Ulinski ao Estado.
A história contada por Ulinski traz detalhes de como eram os bastidores de um esquema que previa a liberação de financiamentos irregulares na Caixa em troca de propinas, o alvo central da Operação Cui Bono?, deflagrada na sexta-feira.
Robson Pires

Artrose do joelho

Também conhecida como osteoartrite, a artrose é uma doença de natureza inflamatória e degenerativa das articulações. Ela é provocada pelo desgaste das cartilagens que revestem as extremidades ósseas, causando dor e podendo levar a deformidades. A articulação do joelho é uma das mais afetadas em virtude de sua capacidade de suportar peso, assim como a coluna vertebral e os quadris. Os pacientes com artrose se queixam de dor, falta de firmeza, estalos no joelho, rigidez e limitação dos movimentos.
Quem tem um histórico familiar com artrose precisa ter mais atenção com o seu joelho. Nestes casos, a prevenção pode evitar o aparecimento de artrose. Como a artrose é uma doença que atinge, em sua maioria, pessoas da terceira idade, quem tem predisposição precisa mudar os hábitos quando ainda há tempo.
Ao tratar a artrose no joelho, o paciente deve administrar doses de analgésicos, anti-inflamatório e suplementos que restauram a cartilagem. Tratamento e Reabilitação O tratamento sempre terá como objetivo proteger as articulações e estimular a movimentação destas, a fim de evitar o processo de enrijecimento articular.
A fisioterapia é um dos principais meios de tratamento para pacientes com dor no joelho ocasionada por osteoartrose:
Na Fase 1: Eletrotermo fototerapia Nessa fase, o fisioterapeuta irá utilizar técnicas com laser de baixa intensidade e terapia combinada para aliviar a dor do paciente e diminuir a inflamação e edema proporcionando um relaxamento muscular.
Fase 2: Terapia manual e Estabilização segmentar – A terapia manual com pressão isquêmica e mobilização articular trabalha o movimento e também ajuda a diminuir os espasmos musculares protetores. Essas técnicas associadas fortalecem os músculos de estabilização.
Fase 3: Fortalecimento, Equilíbrio e Correção biomecânica – Todo esse tratamento ainda conta com uma análise da postura estática e dinâmica, os resultados podem ajudar no treinamento funcional na reabilitação do membro inferior.
Fonte: Robson Pires

Cunha faz contagem regressiva para começar delação

cunha21O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha teria definido uma contagem regressiva para começar a discutir a sua delação premiada. Insatisfeito com a possibilidade de prisão de seus familiares, através de recados na direção do governo federal, Cunha estaria avaliando se seus antigos aliados continuam ou não fiéis a ele. Se até o fim deste mês ele constatar que foi abandonado, Cunha estaria então disposto a dar início aos acordos para a delação, de acordo com o Estado de S. Paulo.
Eduardo Cunha está preso deste outubro do ano passado. Na ocasião, chegou a afirmar que escreveria um livro com suas “memórias”, num claro recado sobre a quantidade de informações que possui sobre importantes nomes do poder. Interlocutores destacam que se Cunha falar tudo o que sabe, poucos nomes sobrariam ilesos no atual cenário político.
Robson Pires

sábado, 14 de janeiro de 2017

América Latina aspira a retomar o crescimento

 
 


Contudo, não são poucas as nuvens cinzentas no horizonte, observa Sergio Alejandro Gómez no diário cubano Granma. E, isto, "quer pela incerteza quanto ao desempenho das principais potências mundiais, quer pelo reaparecimento das medidas protecionistas que causaram desastres econômicos no passado".

As últimas previsões da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) indicam que, neste ano, a região terá um modesto crescimento global de 1,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). A América Latina e o Caribe fecharam 2016 com um recuo médio de -1,1 por cento, de acordo com o relatório anual daquele organismo das Nações Unidas. A América do Sul foi a sub-região mais afetada, com uma queda de -2,4 por cento, enquanto o Caribe recuou -1,7 por cento e a América Central teve um crescimento de 3,6 por cento do PIB.

"Estamos num ponto de inflexão. A América Latina e o Caribe voltarão a crescer mas de uma forma moderada e sem motores claros que impulsionem a economia. A recuperação será frágil enquanto se mantiverem as incertezas do contexto econômico", disse em Santiago do Chile a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, na apresentação do documento.

Gigantes em crise

A entrada de Donald Trump na Casa Branca, a 20 de janeiro, é outro foco de incerteza para muitos países da região que são altamente dependentes das trocas comerciais com os Estados Unidos.

O presidente eleito norte-americano prometeu durante a campanha que iria endurecer a política contra os imigrantes (muitos deles de origem latino-americana), renegociar os acordos comerciais assinados por Washington e fazer regressar as empresas que se deslocalizaram para o exterior.

O México, que cresceu dois por cento em 2016 e cuja economia deverá desacelerar ligeiramente neste ano, poderá ser o principal prejudicado com as políticas protecionistas da nova liderança estadunidense.

Outros dois gigantes, Brasil e Argentina, atravessam crises políticas e ajustamentos econômicos com políticas neoliberais que põem em risco avanços sociais recentes.

México, Brasil e Argentina representam mais de três quartos do PIB latino-americano e daí a sua importância para o desempenho dos seus vizinhos.

O Brasil, após o golpe constitucional de direita que afastou do poder a presidente eleita Dilma Roussef, pôs em prática um severo plano de "austeridade" (cortes na saúde, educação e outras áreas sociais) e terminou 2016 com uma recessão de 3,5 por cento. O governo de Michel Temer, líder dos golpistas, espera neste ano um crescimento de um por cento, mas, para muitos analistas e organismos internacionais, a estimativa é demasiado otimista.

A Argentina não vive melhores dias. As medidas neoliberais do presidente Mauricio Macri aumentaram o custo de vida e destruíram o poder de compra dos trabalhadores, sem que se tenham registrado os supostos benefícios quanto a investimento estrangeiro. O PIB argentino recuou dois por cento no ano passado, depois de ter crescido 2,5 por cento em 2015.


Esperança e ameaças

A maioria dos analistas referidos no artigo do Granma concorda que o preço das principais matérias-primas voltará a subir em 2016, incluindo o do petróleo, do qual dependem muitas economias da região. E isto são boas notícias.

Os recentes acordos no quadro da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e outras dinâmicas internacionais apontam para a estabilização do preço do barril de crude acima dos 50 dólares, ainda assim muito longe dos picos máximos de mais de 100 dólares.

Na Venezuela, a queda do preço do petróleo, somada às manobras desestabilizadoras da oposição interna e à ingerência externa, provocou problemas, com impactos sobre a população. Apesar das dificuldades, o governo de Nicolás Maduro preservou os principais indicadores sociais e a nação bolivariana aspira a dar um novo salto econômico em frente.

A baixa dos preços do crude também afetou o Equador, ainda por cima atingido por um forte terramoto com três mil réplicas, mas o presidente Rafael Correa mostra-se otimista quanto ao futuro. As previsões do Banco Central equatoriano indicam para 2017 um crescimento econômico de 1,4 por cento.

A Bolívia, outro produtor de petróleo, será beneficiada com a subida dos preços das matérias-primas, embora a sua economia se tenha diversificado com o governo do presidente Evo Morales. Apresenta um crescimento médio de 4,5 por cento do PIB nos últimos anos, dos melhores da região.

Em suma, 2017 mostra-se um ano de esperança para os latino-americanos e caribenhos, ainda que continuem presentes as ameaças tanto de convulsões internacionais como de forças internas que procuram reverter as mudanças da última década. 


Fonte: Jornal Avante

Cebrapaz promove atividades no Fórum Social das Resistências em POA

 
 


A articulação e organização das atividades está a cargo da vice-presidenta do Cebrapaz, Jussara Cony, e do diretor do núcleo do Cebrapaz no Rio Grande do Sul, Diego Pautasso, que têm se dedicado à articulação ampla e unitária no Fórum, com a contribuição dos convidados para as atividades e suas respectivas entidades.

No dia 17, às 17h, ocorre a Marcha dos Povos em Resistência, no Largo Glênio Peres e, às 19h, o Ato por Democracia e Direitos dos Povos, no Largo Zumbi dos Palmares.

Na abertura do Fórum, dia 18, às 9h00, a primeira mesa será a da Conjuntura Internacional, com a participação de Socorro Gomes, no Auditório Araújo Viana, na Redenção. 

No dia 19, o Cebrapaz promove o debate "Os povos em luta pela paz: Cuba, Saara e Palestina," com a vice-presidenta do Cebrapaz Jussara Cony como coordenadora e o diretor do núcleo gaúcho Diego Pautasso como debatedor.

Participam do debate Raul Carrion (da Associação Cultural José Martí e da Fundação Maurício Grabois), Rafael Balardim (Relações Internacionais, Unipampa), Jefferson Malek Rashid e Nader Bujah (Frente Gaúcha em Solidariedade ao Povo Palestino) e Rodrigo Duque Estrada (Pós Graduação Santiago Dantas, Unicamp, USP e PUC-SP). 

O Fórum Social das Resistências conta com o apoio do Conselho Internacional do FSM, que também se reunirá em Porto Alegre. Acesse aqui a agenda prévia dos eventos e aqui o histórico do processo do FSM. 

Fonte: Portal Vermelho