sábado, 12 de dezembro de 2020

NOTA: Vitória e resistência – Fundeb é pra escola pública! - Fonte: UBES



Na última-feira-quinta, 10/12, a regulamentação do Fundeb foi aprovada na Câmara dos Deputados e segue para o Senado Federal, onde precisa avançar antes do recesso parlamentar de fim de ano. A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas pressionou e acompanhou parlamentares pelas redes sociais e em Brasília (foto) para que todos os recursos sejam destinados para a educação pública e denuncia, em nota, sobre emenda da base governista que aloca verbas do fundo para instituições filantrópicas, como o Sistema S, no Ensino Médio. Destaque pode ser revertido no Senado. Leia nota completa:

Uma das principais conquistas dos estudantes neste ano foi o novo e permanente Fundeb – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. Agora, com a sua regulamentação aprovada na Câmara dos deputados e seguindo para o Senado, graças ao engajamento coletivo de estudantes, entidades educacionais e parlamentares, o fundo estará válido a partir de 2021 e com destinação de 90% dos recursos para a para a educação pública e 10% para instituições de educação privada, do Sistema S.

A UBES, que está desde 1996 debatendo o FUNDEF e em seguida em 2006 o FUNDEB, esteve em Brasília nesta última semana dialogando e pressionando os parlamentares para que os recursos do fundo fossem usados exclusivamente para a educação pública. É importante ressaltar que o Fundeb é a principal fonte de financiamento da educação básica e pública. É a ferramenta essencial para reduzir a desigualdade de recursos na educação, tendo a função de complementar o orçamento de municípios mais pobres, que não conseguem investir o suficiente em suas escolas por questões econômicas.

Mas a base do governo Bolsonaro atropelou mais uma vez o acordo para aprovar recursos do FUNDEB exclusivos para a educação pública. Nós estudantes, reforçamos que o destaque 6, apresentado pelos partidos PSL, PTB e PS, no qual inclui as matrículas de educação profissional técnica de nível médio oferecidas pelo Sistema S na distribuição dos recursos do FUNDEB não é justo. Isto permite a parceria ou convenia mento dos serviços nacionais de aprendizagem, como entidades filantrópicas, as autarquias e fundações públicas, para aplicar a formação técnica e profissional do ensino médio aos estudantes da rede pública.

Este destaque tira o papel fundamental da LDB, do educador e profissional da educação, que está presente diariamente no cotidiano dos estudantes. Vale ressaltar que o Sistema S já recebe recursos de entidades patronais, comerciais e de doação e, agora, público. Esta é uma decisão arbitrária e que causa um “apartheid educacional” no país, no qual penaliza os mais pobres, explorados e excluidos da sociedade. A regularização do Fundeb hoje é um passo positivo no futuro da educação de milhares de estudantes brasileiros.

A UBES comemora essa vitória e reafirma seu compromisso com os estudantes brasileiros e por isso resistirá no Senado contra a inclusão do Sistema S nos recursos do Fundeb. Acreditamos que com investimentos massivos na educação pública será possível que o Brasil se desenvolva, diminuindo as desigualdades e oferecendo oportunidades para que todos alcancem seus sonhos.

LIVE: Jessé Souza fala sobre desigualdade e o governo Bolsonaro no Galãs...


Fonte JESSE DE SOUZA

Bolsonaro: por que tanto medo da autonomia universitária? - Por UJS NACIONAL

Por Nayara Souza, estudante de publicidade e propaganda na PUC e presidenta estadual da UJS-SP.

A luta de hoje é talvez a mais desafiadora das páginas do Brasil. As universidades e a educação entram na mira da política de interesses genocidas e da negação do conhecimento e da ciência. Ataques cotidianos ao setor educacional através da máquina de destruição brasileira conhecida como governo. As reflexões começam com as inquietações que nos movem: “porque o Bolsonaro tem tanto ódio dos estudantes, da escola pública de qualidade e das universidades?”; “ou não seria ódio e sim medo?”; “que tanto medo tem o presidente Bolsonaro quando se trata da educação brasileira?”; “porque Bolsonaro não consegue ter paz, enquanto existe estudante organizado e defendendo o ensino no Brasil?”.

Não são coincidências as intervenções e os ataques constantes a autonomia e democracia das universidades e a qualidade do ensino, é decisão e projeto político, inclusive defendido abertamente por Bolsonaro. O objetivo que direciona seu projeto é o de controlar este setor, compreende que as Instituições de Ensino são espaços de fragilidade de seu governo, pois não tem o domínio do projeto norteador, tão pouco capacidade de disputá-lo, já que nas últimas décadas prevaleceu o avanço no sentido da popularização e democratização do acesso, bem como a consolidação do seu papel e projeto de educação libertadora e da autonomia na gestão acadêmica e pedagógica. 

Sendo assim, utiliza de intervenções como forma de controle das universidades, limitando a produção de conhecimento, combatendo o avanço da ciência e tecnologia e direcionando a educação para seus próprios interesses políticos que são contrários aos de garantir desenvolvimento e soberania nacional. Isso porque é a partir do desenvolvimento que existe possibilidade de transformação da sociedade de forma coletiva, com diminuição da desigualdade social e garantia de acesso à informação, as duas maiores armas da política que seu governo combate. 

Estes ataques são muito graves, desrespeitando a escolha democrática da comunidade universitária através das eleições internas, onde participam os estudantes, professores e funcionários que decidem através do voto os rumos da universidade. Bolsonaro utiliza para estas intervenções da prerrogativa de um mecanismo burocrático constituído no período da ditadura militar, que é a lista tríplice, onde o governo tem a possibilidade de indicar qualquer um dos três primeiros colocados na eleição. Mesmo sendo um mecanismo previsto, é constitucionalmente absurdo ferir a autonomia. Nunca antes foi usado desta forma tão escancarada, sem a justificativa de processos constitucionais ou legais para não indicar os candidatos mais votados. 

São ainda mais graves os casos de intervenção nos Institutos Federais, que não entram na legalidade da lista tríplice e ainda assim não são nomeados os candidatos mais votados, na maioria dos casos, com justificativas de cunho político, por apoios, atividades e opiniões político-ideológicas que estes candidatos defendem. Este é um absurdo intolerável, intervenção aberta com caráter de perseguição política, ataque à liberdade de cátedra, principal legado de concepção da educação já constituído pelas lutas da América Latina. Desde a reconquista da jovem democracia brasileira, não tivemos ataques e perseguições tão duras e de cunho fascistas como neste momento acontece através da política de Bolsonaro.

Mas o fato mais importante da repulsa da política do presidente com a educação é sobre o papel mais extraordinário e importante que a universidade pública cumpre, muito além de capacitar um indivíduo para o mercado de trabalho e garantir perspectiva de futuro melhor para uma pessoa ou para uma parcela da população apenas – isso também é muito importante – mas a possibilidade de transformação coletiva e radical da sociedade, pois é através da pesquisa que se torna realidade as principais descobertas da humanidade em todas as suas áreas. 

Foi através da pesquisa universitária que foram descobertas curas para doenças e pragas no mundo historicamente. Inclusive neste momento atual onde vivemos uma das maiores crises sanitárias da história, a pandemia do coronavírus, é a universidade que busca a imunização com a vacina a fim de conter as vítimas deste vírus e retomar a normalidade, superando a crise econômica. Também foi a universidade que desenvolveu a tecnologia capaz de descobrir e extrair o pré-sal, uma das maiores descobertas do mundo nas últimas décadas, responsável por uma grande riqueza. Dentro da composição da universidade, existem diversas opiniões e concepções diferentes sobre o que fazer e como utilizar os resultados dessas descobertas. Estas diferenças são representadas por diversos grupos e setores sociais e econômicos, que disputam os rumos da academia a partir de seus interesses, de maneira geral, em dois lados da mesma moeda, são os interesses do capital e do mercado privado, a lógica do lucro, na maior parte das vezes, representados pelos grandes empresários. Neste caso, por sua capacidade de aquisição econômica, financia determinadas pesquisas para depois ter posse da patente e a partir disso se tornar dono do resultado e utilizar para seus interesses lucrativos.

Do outro lado estão o movimento estudantil, movimentos sociais, os setores populares e progressistas do país que defendem a concepção de que se a universidade pública é um patrimônio brasileiro e pertence ao Estado, é mantida em uma parcela significativa por recursos pagos através de impostos pela população, os benefícios gerados por ela devem ser direito de toda população. É perverso que um aparato público produza um benefício e o destino dele seja a iniciativa privada, pois condiciona o fato de que o dinheiro escolhe quem pode e quem não pode usar, e em muitos casos, acaba decidindo quem vive e quem morre. O Estado negligencia o direito do povo de utilizar seu patrimônio e se ausenta da sua responsabilidade de garantir amparo à população, em especial aos mais atingidos pela desigualdade social.

Mas o ponto em questão, é que toda essa disputa da universidade ainda se preza para que aconteça em um ambiente de respeito e compromisso democrático, zelando o fortalecimento da educação, combatendo a estagnação do conhecimento, a partir do avanço da ciência em detrimento a ignorância, pois estes avanços seja para uma política popular ou de desigualdade, é importante no sentido do desenvolvimento e disputa de poder. No nosso caso, dentro de inúmeras possibilidades que a educação viabiliza de um futuro diferente, sonhamos diariamente com um país que busca gerar oportunidade e não abandono, perspectiva de dignidade e não da fome. Parece até óbvio, mas infelizmente muitos setores combatem esta ideia e isso é o que gera mais indignação. A pobreza não é uma condição, é uma escolha dos que decidem sobre a vida do povo e dominam as estruturas de poder. 

Atacar a educação é deixar nossa gente no berço da fome, da miséria, do esquecimento e continuar um ciclo exploratório, para então, sem consciência e sem educação, manipular e enganar quem só quer um pedaço de pão, para se beneficiar cada vez mais as custas do sofrimento das pessoas. Utilizam da narrativa de nação, enquanto esta nação entrega tudo de direito histórico e patrimonial a outros países de interesses globais, os impérios da perversão que de nós só querem submissão. Como aceitar tirar tudo da nossa gente para dar aqueles que nos explora e humilha para seu próprio enriquecimento? Este projeto só é possível de se construir com muita alienação, pois imersos no desespero da miséria, buscando apenas a sobrevivência numa sociedade tão desigual, não temos capacidade de pensar por nós mesmos. 

Não é a primeira vez na história que acontecem estes ataques, em contrapartida, nem tão pouco, é a primeira vez que os estudantes se levantam para a resistência. Não há outro nome para esta política se não fascismo. Assim como na ditadura militar, os porões dos centros acadêmicos, os teatros das universidades que outrora resistiam com a produção artística e cultural e o chão das universidades foram abrigo e ambiente de encontro e resistência dos estudantes, não é diferente para a luta atual. Foram os estudantes brasileiros através da UNE, UBES e ANPG que emplacaram as principais derrotas ao Presidente fascista da República. Construímos a maior mobilização de rua organizada que barrou os cortes do governo, o Tsunami da Educação. No momento da pandemia e agravamento da exclusão digital, garantimos o adiamento do ENEM. Derrubamos o pior Ministro da Educação da história, o Weintraub, e conquistamos um dos maiores legados da nossa geração, o FUNDEB Permanente com CAQ, o fundo que garante recursos orçamentários para investir na educação pública. Estas vitórias são fôlego de esperança para o futuro da educação e dos jovens brasileiros. 

Não temos dúvida, só há um caminho para vencer o atraso e garantir futuro para o país, o caminho da educação e da democracia. É a universidade pública forte, com investimento e projeto popular de igualdade em oportunidades que se faz possível garantir as reais transformações sociais, como garantia de remédios gratuitos; equipamentos avançados que proporcionem mais dignidade no trabalho, reduzindo a carga horária diária, garantindo direitos e salário digno; geração de emprego e renda, a partir do desenvolvimento nacional, entre tantos benefícios que a educação pode produzir. Para isso, é fundamental a luta constante em defesa da educação, da democratização e popularização do acesso ao ensino básico e superior, ampliação das universidades e vagas de ensino, oportunidade para a juventude negra, investimento na periferia como potência para impulsionar os milhares de talentos que são descartados todos os dias, pela exclusão digital, do acesso e pela política perversa do genocídio da juventude negra marginalizada nas favelas de todo país.

A história nos conduziu até os dias de hoje com legados gigantes e trajetória de coragem. Nem o momento mais duro de ataque e perseguição contra a autonomia das universidades, onde armas, tanques e generais intervêm de maneira autoritária nos rumos do país, nem a mais dura violência contra os estudantes que resistiam a política do regime militar, ou a proibição do direito de se organizar e manifestar livremente, tão pouco a política de destruição da democracia brasileira, a manipulação da verdade e dos fatos e o cerceamento do pensamento crítico foram capazes de deter o movimento estudantil, a UNE e a luta dos estudantes. Hoje não é diferente, bebemos desta história, nos forjamos nesta trajetória e carregamos este DNA, dos que vieram antes e escreveram os capítulos até aqui. Nos dias atuais, seguimos resistindo, defendendo a autonomia universitária, o fim da lista tríplice e a garantia de democracia.

O movimento estudantil segue vivo, protagonizando as lutas brasileiras e organizando os estudantes em cada canto desse Brasil imenso. Seguimos certos da ordem mais bonita e natural das coisas, traduzida tão singela por Elis: “o novo sempre vem”. Este novo é a juventude que sempre escreve a próprio punho os rumos do país, pois é neste futuro que viverá, conduzindo nossa pátria e com a certeza de que venceremos, pois estamos certos. E este novo é esse símbolo de rebeldia de quem luta com coragem, sonha com ousadia e mantém vivo o combustível da esperança de dias melhores, onde o nosso povo viva em paz, com alegria e dignidade.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

As ruas de Santiago após a aprovação da nova constituinte. Foto: Reprodução

 

Sérgio Moro e Jair Bolsonaro. (Marcos Correa/PR)

Publicado originalmente no ConJur:

Com o discurso de combater a corrupção, a autoproclamada operação “lava jato”, consórcio formado a partir da 13ª Vara Federal de Curitiba, enfraqueceu a democracia e o Estado de direito e reproduziu estratégias adotadas por populistas e líderes iliberais, que buscam minar as instituições em benefício próprio. Esse discurso, potencializado pela imprensa, ganhou as ruas e acabou por favorecer a eleição do presidente Jair Bolsonaro.

A análise é de Fabio de Sa e Silva, professor de estudos brasileiros na University of Oklahoma, nos Estados Unidos, a partir de pesquisa que codificou 194 entrevistas concedidas por membros da “lava jato” e pelo ex-juiz Sergio Moro de janeiro de 2014 a dezembro de 2018, somando mais de mil páginas de conteúdo. O estudo foi publicado foi publicado no último dia 10/10) no Journal of Law and Society.

Em entrevista à DW Brasil, Sa e Silva afirma que as entrevistas indicam que os operadores tinham uma “gramática política” estruturada, que incluía pressionar pela mudança de normas em benefício da própria força-tarefa, classificar os que resistiam a alterações como inimigos do povo e contornar a lei quando necessário para alcançar objetivos políticos.

Para ele, a retórica dos integrantes indica que eles “estão muito mais próximos da ideia de identificação e perseguição do inimigo do que propriamente da contenção de arbitrariedade no exercício do poder, que é a chave do liberalismo”.

O professor da University of Oklahoma identifica na força-tarefa um discurso iliberal, conceito aplicado a líderes que enfraquecem as instituições e regras que garantem a limitação do exercício de seu poder, e aponta ser “difícil negar que a luta anticorrupção serviu como plataforma para a extrema direita no Brasil”.

Fonte: DCM - Diário do Centro do Mundo

Constituição de Pinochet é derrotada no Chile. Acompanhe a comemoração nas ruas de Santiago

 

As ruas de Santiago após a aprovação da nova constituinte. Foto: Reprodução

Publicado originalmente pelo Brasil de Fato:

Com mais de 90% das urnas apuradas, o Chile comemora um fato histórico na noite deste domingo (25): o fim da Constituição vigente, uma herança da ditadura de Augusto Pinochet e a aprovação de uma nova Constituição.

De acordo com o Serviço Eleitoral do Chile, 78,2% da população votou pela aprovação de uma nova Carta Magna, com rejeição de apenas 21,7% dos eleitores.

A apuração aponta ainda que 79% dos votantes aprovaram a criação de uma Convenção Constitucional, composta totalmente por membros eleitos para redação da nova Carta Magna, contra 20% que defendiam uma Comissão Mista Constitucional, formada por 50% de parlamentares atuais e 50% por representantes eleitos.

A jornada, que durou 12 horas devido às medidas sanitárias para evitar o contágio de covid-19, contou com uma alta participação da população, conforme o esperado.

Este domingo esteve marcado pelo espírito insurgente das revoltas que aconteceram no país em outubro de 2019, nas quais o plebiscito aparecia como uma das principais reivindicações dos manifestantes.

Os apoiadores de uma nova Constituição se concentram nas ruas da capital do país, Santiago, para celebrar a vitória popular. Acompanhe:

Acompanhe, ao vivo, a manifestação na Praça Dignidade, no centro de Santiago.

O clima de celebração popular contrasta com a repressão empreendida pelos Carabineros, como é chamada a Polícia Militar chilena. A violência militar marcou os protestos desde o ano passado, cujo um dos casos mais emblemáticos foi o de um garoto empurrado da ponte por um policial em outubro deste ano.

“A partir de agora, todos e todas seremos parte da construção de um país mais digno”.

Em entrevista concedida ao portal argentino Marcha Notícias, a cantora chilena Camila Moreno comenta o significado do plebiscito após os protestos de 2019 e a dimensão histórica da data.

“O plebiscito me deixou muito emocionada, sei que vamos ganhar, confio nas pessoas. Este é um primeiro passo para ter um país mais justo e é o início de uma grande trabalho porque, a partir de agora, todos e todas seremos parte da construção de um país mais digno, disse a cantora.

O que vem depois do plebiscito?

Na votação realizada neste domingo (25), os participantes do plebiscito também decidiram como a nova Carta Magna deve ser redigida.

Após a vitória da aprovação da nova Constituição, o próximo passo será a eleição dos representantes da Comissão Constitucional, programada para abril de 2021.

Nesta data, serão eleitos os 155 representantes que participarão da redação da nova Carta Magna.

Posteriormente, o texto será submetido a um “plebiscito de saída”, isto é, deverá ser ratificado pela população em uma votação obrigatória prevista para o segundo semestre de 2022.

Fonte: Diário do Centro do Mundo - DCM

Sandro Pimentel: "Quem acha que vai me calar, não vai conseguir"

O deputado estadual Sandro Pimentel (PSOL) que teve o mandato cassado pelo TRE por alegadas irregularidades na prestação de contas mas que continua deputado já que não recebeu notificação, concedeu entrevista ao programa Jornal Potiguar Notícias.

Sandro falou sobre a legislação eleitoral, CPI da Arena das Dunas e sobre o que fará uma vez perdido o mandato.
 
“Quem acha que vai me calar não vai conseguir. Campanhas notadamente corruptas recebem o aval da legalidade,e  nossa modesta campanha foi punida com os rigores  não alcançam os filhos do poder", disse.
 
"Vou continuar defendendo servidores públicos, justiça social, trabalhadores. Venho construindo mandatos de origem popular e sei o quanto isso incomoda os interesses das elites de sempre, as mesmas que deixaram o Rio Grande do Norte nesse estado de falência”, disse.
 
SOBRE O CASO
 
De acordo com a legislação eleitoral, o candidato pode fazer vários depósitos para a conta de campanha desde que não exceda o valor de R$ 1.065 por vez.  Ao todo, os depósitos feitos por Pimentel chegaram a um total de R$ 30 mil. O Ministério Público Eleitoral questionou a origem dos recursos e apesar do deputado apresentar documentos e o sigilo bancário para comprovar o lastro financeiro, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu manter a cassação do mandato de Sandro.
 
Para assistir a entrevista na íntegra, abaixo:

Fonte: Potiguar Notícias

domingo, 25 de outubro de 2020

Dois meses após sair da cadeia, Ronaldinho Gaúcho pega coronavírus - Por Ivan Longo

Reprodução/Instagram

O ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho anunciou pelas redes sociais, neste domingo (25), que testou positivo para a Covid-19. O atleta chegou a Belo Horizonte (MG) pela manhã e se submeteu a um teste. Ele participaria de um evento, também neste domingo, de um patrocinador do Atlético Mineiro.

“Eu cheguei a Belo Horizonte ontem, fiz o teste da covid-19 e testei positivo. Estou bem e assintomático até agora. Um grande abraço e que corra tudo bem”, disse Ronaldinho. Ele cumprirá quarentena em um hotel da capital mineira.

A notícia do diagnóstico positivo para a Covid vem apenas dois meses após o ex-jogador deixar a prisão no Paraguai. Ele foi preso no dia 4 de março, quando estava em Assunção, participando de um suposto evento beneficente. A polícia local descobriu que ele e Roberto de Assis, seu irmão e empresário, portavam passaportes falsos. O ex-jogador foi beneficiado com a “suspensão da condicional” e o pagamento de multa de 90 mil dólares, após cinco meses de cadeia.

Logo que voltou ao Brasil, Ronaldinho anunciou que vai lançar um filme autobiográfico. “Uma fase difícil chega ao fim, graças a Deus. Não tenho palavras para agradecer todo o carinho e apoio que recebi nesses últimos meses, vcs estão sempre no meu coração!!! Aproveitando esse momento de felicidade quero compartilhar com vocês o teaser do filme que conta minha história, que muito dela se deve ao apoio de vocês”, escreveu o craque no Twitter.

Fonte: Revista Fórum

A PANDEMIA PODE RECRUDESCER, DANDO AO GENOCIDA UMA OPORTUNIDADE PARA DOBRAR A META. SALVE-SE QUEM PUDER!!! - Por Thaís Oyama

A 2ª ONDA DO CORONAVÍRUS NA
 EUROPA E O BRASIL DE CALÇAS CURTAS

Durou pouco a alegria na Europa. Mal haviam começado a colocar a cabeça para fora de casa, franceses, espanhóis e ingleses depararam com a 2ª onda do coronavírus. 

Em muitos países, o número diário de infectados já supera os alcançados no 1º semestre do ano, quando o pico da pandemia esvaziou a primavera europeia. 

Com os hospitais lotando de novo, algumas capitais voltaram a fechar restaurantes, outras reabilitaram a quarentena. 

Paris está desde o dia 16 sob toque de recolher. Na semana passada, a medida foi estendida à quase totalidade do território francês.

Nenhum governante ainda chegou ao ponto de decretar o confinamento total, talvez porque intuam que a iniciativa pode resultar em retumbante fracasso — ninguém aguenta mais ficar trancafiado em casa. 

A nova onda da pandemia não é exatamente uma surpresa, mas pegou alguns governos mais preparados que outros. 


Países do sudeste asiático como Tailândia, Vietnã e Camboja investiram na estratégia da testagem massiva e do rastreamento de contagiados. 

A tática permite o isolamento pontual de prédios e quarteirões por onde o vírus andou, e inclui a oferta de instalações para abrigar estrangeiros contaminados. 

Nos três países, dá para contar nos dedos de uma mão o número de novos casos registrados por dia nas duas últimas semanas. 

No Brasil, a estratégia da testagem em massa, monitoramento e rastreio de novos casos era precisamente a proposta do breve Nelson Teich, o último ministro da Saúde do governo Bolsonaro a ter um plano de combate à pandemia. 

Na semana passada, auditores do Tribunal de Contas da União escancaram em relatório suas conclusões a respeito de como o governo federal usou os recursos destinados ao combate à pandemia: 

"Decorridos mais de oito meses da declaração de Emergência em Saúde Pública (...) era de se esperar, a esta altura, uma definição dos objetivos e ações em nível macro-correspondente ao valor alocado e o detalhamento das atividades ou dos projetos a serem desenvolvidos".

Os auditores deixaram claro que a definição dos objetivos e ações do governo nunca aconteceu. 

A segunda onda pode chegar ao Brasil e, nesse caso, encontrará na linha de frente um general cujo lema é um manda e outro obedece (sendo que quem obedece é o general e quem manda é um presidente ocupado em fazer guerra de vacinas contra seu adversário político). 

O maremoto do coronavírus não passou e quem está no leme do navio é Jair Messias Bolsonaro. 

Salve-se quem puder. (por Thaís Oyama)

Laerte homenageia a dupla Boulos e Erundina: “Hora de virar”


Laerte Coutinho sempre cirúrgica em suas charges. A esquerda pode virar as eleições de 2020.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br

domingo, 11 de outubro de 2020

VÍDEO: Clipe de “Carta ao Futuro”, em que Detonautas equipara bolsonaristas a Joaquim Silvério dos Reis Publicado por Joaquim de Carvalho

Por Diário do Centro do Mundo

Clipe Oficial de “Carta Ao Futuro” do Detonautas Roque Clube.

Letra de “Carta Ao Futuro”

Hoje eu acordei com o vento explodindo na minha janela

E tentei sair do quarto num silêncio de capela

Só queria ter um tempo pra pensar sem compromisso

Nessa sua isenção que é o abrigo dos omissos

Lá fora os homens seguem se matando

Uns por dinheiro, outros por um pedaço de pão

Afinidades entre a cruz que mata em nome de Deus

E a espada que estraçalha o amor na mão dos irmãos

Não me assusta mas me esclarece

Despreza a ciência, faz uma prece

Esconde a mão machada do sangue do corpo dos inocentes

– Vocês são Joaquim Silvério dos Reis

– Nós somos Tiradentes

Ouvi um grito vindo lá do beco escuro

De uma criança sem pai, perdida e sem futuro

Seus olhos lacrimejavam o desespero de alguém

Que sabe que será abatido, invisível e nada além

Quantas histórias assim ficaram no caminho

Num cemitério de ideias me vi sozinho

Se sou canção sem refrão que fica na cabeça

Não interessa, eu sigo firme e forte, tenho pressa

Amanheceu um novo dia e tudo é sempre igual

Um loop eterno de notícias tristes no jornal

Mentiras e verdades que confundem o cidadão de bem

Eu sei quem é quem, eu sei quem é quem…

O indiferente não se importa, ele só quer poder

Fará o possível e impossível pra permanecer

Como um inseto pestilento em reprodução

Fatia o bolo entre a família sem preocupação

E pra encerrar, a minha carta não é um lamento

É um aviso ao futuro de um novo tempo

A corte cairá, não sobrará ninguém

O tempo ruim vai passar do pai pro filho

Ao espírito santo, amém.

Ficha técnica:

Produtora: Seven Digital Content

Direção: Victor Barão

Roteiro: Victor Barão/Tico Santa Cruz

Direção de arte: Ilson Rodrigues

Storyboard: Ilson Rodrigues

Ilustrações: Ilson Rodrigues/Alexandre Carvalho

Finalização, cores: Ilson Rodrigues/Alexandre Carvalho/Anderson Alves

Animação e Finalização: Fabricio Sassioto

Colaboração: Lucas Fontenelle

Stop Bolsonaro: Veja as imagens dos protestos hoje em vários países - Por: https://www.diariodocentrodomundo.com.br

Stop Bolsonaro: Veja as imagens dos protestos hoje em vários países. Foto: Reprodução/Twitter/PT no Senado

O protesto Stop Bolsonaro Mundial chegou aos Trending Topics e tomou a rede.

Há 23 países e 65 cidades com manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro.

Circulam nas redes excelentes fotos das mobilizações.

Confira alguns locais das manifestações e suas imagens.

Em Barcelona, na Espanha:

Placa das Nações, em frente à sede da ONU, Genebra:

Em Porto, Portugal:

Em frente ao Congresso, em Brasília:

Fonte: Diário do Centro do Mundo

Debatedores defendem desenvolvimento sustentável para o Pantanal Fonte: Agência Senado

Participantes da audiência pública virtual debateram soluções para o Pantanal, que teve 26% de sua área atingidos por incêndios em 2020
Agência Senado

Fonte: Agência Senado

A criação de um modelo de desenvolvimento sustentável que agregue valor ao produto pantaneiro e à biodiversidade da região foi defendida nesta sexta-feira (9) em audiência pública na comissão temporária do Senado que acompanha as ações de enfrentamento aos incêndios no Pantanal. Na avaliação dos participantes do debate, a prática de ações bem coordenadas poderá gerar renda para o homem pantaneiro, além de incentivar o desenvolvimento econômico, contribuir para o turismo e para a preservação do meio ambiente local.

Titular da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Nelson Vieira Fraga Filho sugeriu o pagamento por serviços ambientais, bem como a recuperação de bacias hidrográficas como forma de proporcionar segurança hídrica à região.

Fraga Filho apontou falhas em questões relacionadas à gestão ambiental e ressaltou que a atividade pecuária é parceira na preservação ambiental do Pantanal, tendo em vista que atua na região há mais de 200 anos. O representante da Sudeco, porém, apontou a falta de resultados efetivos em relação a projetos que já deveriam ter sido executados na região, que abriga 264,17 mil Km², dos quais 26% foram afetados pelos incêndios em 2020.

— O Pantanal foi classificado como reserva da biosfera pela ONU [Organização das Nações Unidas] em outubro de 2000, a terceira reserva maior do mundo. Foi criado um conselho que poderia trabalhar com diversas ações para fomentar a atividade produtiva. Ao longo desses anos, quase ou nada foi feito. A reserva correu risco e, graças às iniciativas do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, foi renovada. É uma oportunidade que temos para o mercado verde, a biodiversidade está em alta e é preciso trabalhar para alavancar a produtividade do ponto de vista da biodiversidade, remunerar o pantaneiro que conserva a área. O serviço ambiental e fundamental para a gente fazer essa preservação. Falta uma gestão para executar ou secretariar os programas de governo, há vários estudos para identificar ações. Falta alguém para direcionar essas ações — afirmou.

Geração de riqueza

Na avaliação do diretor-superintendente do Sebrae/MS, Cláudio George Mendonça, é preciso criar e fomentar atividades econômicas e geração de riqueza no Pantanal, além de programas de garantia de renda e empreendedorismo às comunidades ribeirinhas.

— Estamos aqui para ajudar a criar renda, é importante ter infraestrutura para que possamos implementar o que o Código Florestal já coloca, e a legislação estadual, para recuperarmos tanto a questão ambiental como a economia local — afirmou.

Consultor de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Justus defendeu a conclusão de um plano de desenvolvimento para o Pantanal, além de ações de convivência relacionadas aos ciclos de seca e cheia na região. Ele afirmou que os produtores rurais detêm a maior parte das áreas locais, sendo diretamente prejudicados com os incêndios na região.

— Existe certa penalização dos pantaneiros e certa crítica às pessoas que vivem na região por parte de quem desconhece a vida do homem pantaneiro. É preciso identificar políticas de desenvolvimento para o Pantanal. A economia pantaneira, tendo em vista a força da natureza, foi empobrecida, o pantaneiro empobreceu e depende hoje do turismo rural. O esforço de preservação do pantanal é minimizado pela mídia. Temos legislação que regula, e a do Pantanal é extremamente restritiva — afirmou.

Educação ambiental

Professora da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, a doutora Livia Gaigher Bosio Campello disse que o Estatuto do Pantanal, a ser criado, deve zelar para que a proteção da região seja realizada de forma efetiva e mantido o seu equilíbrio ecológico. Ela também lembrou a importância do Pantanal enquanto zona úmida e patrimônio nacional, e ressaltou que seu uso deve respeitar os interesses ecológicos e a preservação ambiental.

— O Estatuto vai fortalecer a estratégia nacional para que o Brasil cumpra com objetivos firmados internacionalmente e implemente a gestão das reservas de biosfera, a manutenção das espécies migratórias, entre outros. O Estatuto deve destacar um programa abrangente de educação. A educação ambiental é fundamental para que alcancemos com efetividade a proteção do bioma e cumpramos com a Constituição e as convenções internacionais — afirmou.

Professora do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Letícia Couto Garcia Ribeiro defendeu a adoção de incentivos para a proteção e uso sustentável do bioma, a exemplo de cotas de reserva ambiental, pagamento por serviços ambientais, isenção de impostos e selos de produtos orgânicos. Esses incentivos poderiam incentivar a pecuária de baixo impacto, que é o diferencial do Pantanal, e a qual terá um produto agregado com preço único no mercado.

— Os incentivos para que não ocorra o avanço da braquiária, da monocultura daria o diferencial ao Pantanal. O fogo precede a chegada dos homens ao Pantanal, que é um ambiente adaptado ao fogo.  Está ocorrendo um arco de desmatamento no Pantanal, com projeção de perda de 14 mil quilômetros quadrados até 2050, avançando do planalto para a planície. O aumento da conservação e restauração de nascentes deve ser planejado de forma espacialmente definida, com áreas prioritárias para conservação — afirmou.

Turismo

Representante da Associação Corumbaense das Empresas de Turismo (Acert), Ademilson Esquivel lamentou a falta de linha de crédito para o turismo.

— A gente queria ser incluído nessa pauta. A atividade agropecuária não é a única impactada pelo fogo, temos aqui o turismo, que emprega muito, gera muita renda e está agonizando com o fogo, ao lado da pecuária. Não temos linha de crédito específica para o setor. Tínhamos que ter linha para financiamento do capital de giro do turismo. Todo mundo que tinha operação em 2020 teve que passar para 2021, com preço de 2020. Vamos sofrer com isso, por dois ou três anos, um impacto muito grande do que está acontecendo — afirmou.

Supervisora do Polo Socioambiental Sesc Pantanal, Christiane Caetano Rodrigues disse ser possível a convivência de forma harmoniosa entre todos os setores presentes no Pantanal. Em sua fala, ela destacou a participação e o conhecimento acumulado pelo Sesc, e avaliou que a parceria público-privada é fundamental para as ações de preservação e desenvolvimento da região.

Plano de incentivo

Presente à audiência pública, a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) defendeu um plano de incentivo ao comércio, indústria, serviços e turismo do Pantanal.

— Não temos um plano específico anual. É importante que possamos pensar juntos, Legislativo e executivo, que a gente consiga trazer para o empreendedor dessas áreas um incentivo anual para alavancar. Há dificuldade de conseguir esse crédito na linha de frente, principalmente agora em tempo de eleição — afirmou.

Por sua vez, o senador Esperidião Amin (PP-SC) sugeriu que indicadores de sustentabilidade sejam incluídos no Estatuto do Pantanal, além de inovações em matéria gerencial com contribuições do setor acadêmico.

Ao final da audiência pública, o senador Wellington Fagundes (PL-MT) prestou saudação especial aos pesquisadores, biólogos e veterinários que estão aplicando curativos biológicos feitos a partir da pele da tilápia para tratamento de animais feridos pelo fogo. O trabalho é orientado pelo Instituto de Apoio ao Queimado, do Ceará.

— Certamente a natureza agradece por mais essa intervenção, e nós continuaremos a acreditar que os males da humanidade serão vencidos pela ciência e pelo conhecimento — concluiu.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado