sábado, 18 de janeiro de 2020

Rovilson Britto do PCdoB-SP: "Lutar pra eleger prefeitos e vereadores"

Jornalista Rovilson Britto assumiu a presidência do PCdoB-SP em novembro
Foto: Karla Boughoff
Eleito como presidente do PCdoB-SP na conferência estadual do partido, realizada em novembro passado, Rovilson Britto comenta os grandes desafios da legenda no estado mais populoso do Brasil. O primeiro deles é a candidatura do deputado federal Orlando Silva a prefeito da capital. Na avaliação de  Rovilson, o centro das eleições de 2020 será atuar com amplitude “para isolar e derrotar as forças bolsonaristas”.
“A marca de nossa participação será a apresentação de candidaturas próprias às prefeituras, a começar da capital, onde pela primeira vez teremos candidato. A candidatura de Orlando Silva expressa essa necessidade de o Partido se apresentar com fisionomia própria, disputar o voto e a opinião do eleitorado”, destacou.
O dirigente lembra a orientação de preparar o Partido para o desafio de, em 2022, ultrapassar a cláusula de barreira para ter acesso ao fundo partidário e ao tempo de TV a partir de 2027. Por conta da nova regra, explica, os processos eleitorais de 2020 e 2022 se entrelaçam.
“Vamos lutar para eleger prefeitos e vereadores e, ao lado disso, projetar mais lideranças públicas e eleitorais para o desafio de 2022. Nossa política de alianças será bastante ampla, excetuando apenas a legenda bolsonarista, o Novo e o PSL”, pontuou.
PCdoB mobilizado em São Paulo
Rovilson apontou o processo de conferências realizado ao longo de 2019 como essencialmente “positivo e mobilizador” para o estado.
“O Partido se preparou para enfrentar o difícil quadro político e a batalha central imediata – que são as eleições 2020. Além disso, coroou de maneira extraordinária o processo de integração dos militantes vindos do PPL às nossas fileiras. Saímos mais fortes política e ideologicamente”, avaliou.
Segundo ele, foi difícil montar uma direção com 104 nomes, considerando-se a qualidade dos quadros. A definição, explicou, contou com boa dose de “inteligência coletiva”: “Nos pautamos pelos desafios e pelas tarefas. É uma direção maior porque conta com a participação de muitos novos quadros advindos do processo de incorporação. Precisamos constituir um sistema de direção que consiga gerar sinergia e responda às necessidades partidárias”, disse, acrescentando assumir a direção com “tranquilidade”, na medida em que acredita que “nosso trabalho precisa ser de direção coletiva”.
Conheça o novo presidente do PCdoB-SP
Rovilson Robbi Britto tem 52 anos de idade e 37 de filiação ao PCdoB. Ex-presidente da Ubes e da UJS, onde foi um dos principais coordenadores na década de 80. É lembrado pela atuação da entidade na Constituinte, quando os jovens garantiram a conquista do voto aos 16 anos. Rovilson ocupava a vice-presidência estadual do PCdoB em São Paulo e é Membro do Comitê Central da legenda. Jornalista, professor universitário e pesquisador, nos últimos anos Rovilson tem se dedicado a tratar, na Academia, de temas como internet, cibercultura e democracia.
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Esta entrevista, realizada pelo PCdoB-SP, e foi editada pelo Portal PCdoB junto a uma série de reportagens com os presidentes estaduais que assumiram pela primeira vez esta função a partir das Conferências do PCdoB de 2019. Cada dirigente traçou planos de gestão e apontou perspectivas de futuro do Partido Comunista do Brasil local, próximo ao centenário da legenda partidária.
Publicamos conversas com Elton Barz sobre as prioridades dos comunistas no Paraná e com José Carvalho, que ressaltou a importância que o Movimento 65 pode ter para alavancar o projeto eleitoral do Piauí. Também tratamos com Iara Gutierrez sobre os desafios de enraizar o PCdoB nos municípios do Mato Grosso do Sul.
Confiram!

Comunistas reafirmam defesa da igualdade e projeto eleitora no Bonfim

Davidson Magalhães, Aladilce Souza, Alice Portugal, Manuela d'Ávila, Olívia Santana e Daniel Almeida: caminhada de 8km até o Bonfim;
Foto: divulgação
Cerca de mil pessoas seguiram o bloco do PCdoB da Bahia na tradicional Lavagem do Bonfim, em Salvador, nesta quinta-feira (16). A ala reuniu forças progressistas em defesa de um novo projeto de cidade para a capital baiana e foi uma das mais expressivas do cortejo.
Esse ano, a militância comunista caminhou ao lado da pré-candidata a prefeita, a deputada estadual Olívia Santana, e da ex-deputada federal gaúcha Manuela d’Ávila. Dirigentes e parlamentares do partido no estado também participaram.
Ao avaliar a experiência de participar de uma festa de grande expressão popular, Manuela D’Ávila garantiu que leva da Lavagem do Bonfim uma lição de atuação política. “A Bahia nos ensina, neste momento tão difícil para o Brasil, que é possível caminhar lado a lado, que não é possível colocar o povo contra o povo. É preciso enfrentar aqueles que estão destruindo o nosso país”, disse.

O deputado federal Daniel Almeida explicou que, em ano eleitoral, a festa serve, pelo caráter religioso que tem, para pedir as bênçãos ao Senhor do Bonfim e de Nossa Senhora da Conceição da Praia para “que a gente tenha as melhores escolhas e as melhores saídas”. “O PCdoB está muito animado porque tem convicção de que apresentou a Salvador o melhor nome para a prefeitura”, concluiu.
Alice Portugal, também deputada federal do PCdoB, defendeu que o ‘Bonfim’ deste ano significa a esperança por ‘justiça e concórdia’, uma referência ao Hino ao Senhor do Bonfim. “Precisamos de mandatários que amem o povo, e é assim que o PCdoB se coloca, oferecendo os melhores quadros que tem, em benefício daqueles que mais precisam”, afirmou.
Projeto novo para Salvador
Segundo o presidente estadual do PCdoB, Davidson Magalhães, o Bonfim deste ano serviu para o PCdoB reafirmar o projeto eleitoral.
“É o momento de reafirmar a pré-candidatura de Olívia Santana, que cresce a cada dia, porque é a cara da cidade e reúne condições técnicas para fazer uma excelente gestão. Ela conhece os problemas de Salvador, veio da periferia, e pode impulsionar uma Salvador igualitária e com mais justiça social”, explicou Davidson.
Durante a passagem do bloco, Olívia Santana foi muito disputada para abraços, fotos e bate-papos com a população. “As pessoas estão mostrando que a nossa pré-candidatura ganha o gosto popular, pois elas se identificam. Essa pré-candidatura é uma expressão, também, do Movimento dos Comuns. É o povo de baixo assumindo protagonismo”, destacou.
A Lavagem do Bonfim abre o calendário de festas populares da capital. Em um cortejo de 8km, os soteropolitanos caminham da Igreja da Conceição da Praia, no Comércio, até o Bonfim, onde está localizada a igreja de mesmo nome, que tem as escadarias lavadas. Para o presidente do PCdoB em Salvador, Everaldo Augusto, a dura caminhada traduz os desafios de 2020.
“Não são poucos nem pequenos os desafios que temos este ano, mas, junto com essas batalhas, vamos apresentar um novo projeto de cidade, mais igual, progressista, mais humana. Isso tudo tem um nome: é a nossa pré-candidata Olívia Santana”, afirmou Everaldo.
Termômetro
O deputado estadual Bobô afirmou que o ‘Bonfim’ ensina sobre unidade. “Juntos, na fé e na luta do nosso povo por uma cidade melhor para todos!”, disse. Os vereadores Hélio Ferreira e Aladilce Souza, da capital, também estiveram no cortejo. Para Hélio, a festa representa esperança, e é por isso que “peço que o Senhor do Bonfim também possa olhar por essa parcela da população que clama por ajuda”.

Aladilce Souza ponderou que a Lavagem do Bonfim é um termômetro que serve para avaliar a receptividade das pré-candidaturas que estão postas, e, para ela, o bloco do PCdoB foi o destaque da festa. “Nós estamos muito bem. Neste ano de 2020, Salvador vai ter a possibilidade de renovar o projeto da prefeitura e, com certeza, nós vamos chegar lá, pra diminuir as desigualdades, pra diminuir a pobreza desta cidade, e pra trazer um futuro melhor para todos nós”, apostou Aladilce.
Por que lutamos?
A passagem de Manuela d’Ávila em Salvador começou com o lançamento do seu livro, Por que lutamos?, na quarta-feira (15). O evento realizado na Casa Ninja incluiu uma conversa com Olívia Santana. Assista a íntegra a seguir:
 Do Portal PCdoB, com informações do PCdoB-BA

Dino critica vídeo nazista e pede providência a Congresso e Judiciário

Flávio Dino reforça a ideia de que o secretário de Bolsonaro cometei crime de estímulo à ideologia de ódio
Foto: divulgação
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), considerou grave o conteúdo do vídeo gravado pelo secretário de Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim, no qual ele cópia trecho do discurso do ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, para falar sobre o lançamento do Prêmio Nacional das Artes.
“Um vídeo nazista não é apenas ridículo. É perigoso e ilegal. Desrespeita os judeus no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Deve ser objeto de repúdio e de providências no Congresso Nacional e no Poder Judiciário”, escreveu no Twitter o governador.
Ele também retuitou a seguinte postagem do engenheiro gaúcho Milton Seligman: “O Secretário de Cultura, Roberto Alvim cita o filósofo nazista Goebbels, ao som de Wagner, o músico predileto de Hitler. Não me interessa a motivação dessa autoridade. Entendo que foi crime de estímulo à ideologia de ódio. Espero que o Ministério Público se pronuncie.”

Artigo | Pacto Federativo, Lei Kandir e Desindustrialização, por Raul K. M. Carrion

Revogação da não incidência de ICMS para exportação é decisiva para reduzir a crise fiscal de Estados e Municípios
Em 13 de setembro de 1996, ao arrepio da Constituição da República Federativa do Brasil – que em seu artigo 151 dispõe que “É vedado à União: (…) III- instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios” –, foi promulgada a “Lei Kandir” (Lei Complementar nº 87), determinando que o ICMS (imposto de competência dos Estados e do Distrito Federal) “não incide sobre: (…) II – operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos primários e produtos industrializados semi-elaborados, ou serviços.”
Sob o lema “o que importa é exportar”, foi rasgado o Pacto Federativo e foram lesados os Estados e o Distrito Federal, que deixaram de arrecadar o ICMS correspondente às exportações feitas, na deplorável atitude de “fazer cortesia com chapéu alheio”.
A Lei Kandir foi aprovada sob a alegação de dar maior competitividade aos produtos brasileiros no mercado internacional, mas na verdade para contornar os prejuízos causados pelo câmbio supervalorizado durante o Plano Real – quando o governo fixou que 1 real valia 1 dólar. Em consequência, as nossas exportações perderam competitividade e as importações foram incentivadas, levando a uma enorme dilapidação das nossas reservas internacionais.
Recente estudo do renomado economista Ricardo Varsano – patrocinado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) – deixa claro que o Brasil não tem poder de mercado capaz de alterar os preços internacionais. Assim – com imposto ou sem imposto –, os preços internacionais serão os mesmos… Portanto, o valor dos impostos subtraídos aos Estados e Municípios irão para as mãos dos exportadores, aumentando as suas já elevadas taxas de lucros!
Segundo a FEBRAFITE (Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais) – tendo por base nos dados do CONFAZ (Conselho Nacional de Política Fazendária) – só o Rio Grande do Sul teve perdas não ressarcidas de 59 bilhões de reais, entre setembro de 1996 e dezembro de 2017, em consequência da Lei Kandir, quantia que se aproxima dos 68 bilhões de reais da dívida ilegítima que o governo federal cobra do Rio Grande do Sul. Desse total, quase 15 bilhões (25%) deveriam ter sido repassados aos Municípios gaúchos, mas não o foram.
Uma primeira consequência da falta desses quase 60 bilhões de reais para o nosso Estado e para os nossos Municípios foi uma deterioração dos serviços à população, em áreas como educação, saúde, saneamento básico, moradia, assistência social, segurança, infraestrutura e investimentos públicos em geral.
Mas, o que é ainda mais grave, a isenção de impostos sobre a exportação de produtos primários e semielaborados incentivou a acelerada desindustrialização do país e do Estado, tornando-os exportadores fundamentalmente de alimentos, minérios e commodities. Assim, o Rio Grande do Sul, ao invés de intensificar as suas exportações de produtos industrializados em geral, preferencialmente de alta tecnologia – criando mais e melhores empregos e gerando maiores valores agregados –, ampliou suas exportações de soja e alimentos in natura, gado em pé, couro cru e produtos primários ou semielaborados.
Ainda que não se possa debitar unicamente à Lei Kandir essa desindustrialização acelerada – a qual também decorreu de políticas macroeconômicas equivocadas, como abertura comercial irresponsável, câmbio sobrevalorizado, altas taxas de juros – é indiscutível o dano causado por ela. Assim, o peso da indústria no PIB brasileiro – que nos anos 90 chegou a 30% – caiu para 10% do PIB, nos dias de hoje.
Da mesma forma, a pauta das exportações tornou-se majoritariamente de produtos de baixa tecnologia e baixo valor agregado, gerando déficits crescentes na balança comercial dos “produtos manufaturados”. No Rio Grande do Sul, as exportações de bens manufaturados regrediram para apenas 15% e os bens de alta tecnologia para irrisórios 1,3%.
Os economistas Reisoli Bender Fº e Daniel Arruda Coronel, da UFSM – em seu trabalho Desindustrialização na economia gaúcha: evidências a partir de indicadores de orientação externa – constatam que “ao longo do período, ocorreu um aumento das exportações de produtos básicos em detrimento das exportações de produtos semimanufaturados e mais intensamente de produtos manufaturados (…) há um processo de desindustrialização em curso no Rio Grande do Sul.”
Qualquer “aprendiz” de economia sabe que são exatamente as indústrias que criam os melhores empregos, desenvolvem tecnologias de ponta e sustentam a soberania nacional. Desindustrializando-nos, regrediremos a uma situação de semicolônia, exportadora de produtos primários e commodities.
Ao aprovar a Lei Kandir, o governo federal assumiu o compromisso de repassar aos Estados e Municípios compensações pelas perdas causadas pela isenção do ICMS sobre exportações, tendo a própria Lei previsto a inclusão na Lei Orçamentária, até 2002, de recursos para esse fim, mas sem garantir o integral ressarcimento dessas perdas tributárias.
A partir de 2002, a Lei Kandir foi alterada e o governo colocou, até 2006, o limite de R$ 3,9 bilhões. Após 2006, o valor das compensações nunca mais foi regulamentado, dependendo de negociações, ano a ano. Segundo o ex-procurador geral do Estado de Minas Gerais, Onofre Batista, houve 22 tentativas de regulamentar a compensação no Congresso, mas todas foram barradas pela Presidência da República.
Em 2018 o governo federal repassou apenas R$ 1,9 bilhões aos Estados e Municípios e a Lei Orçamentária de 2019 não prevê qualquer ressarcimento, sob a alegação da vigência do “Teto de Gastos” – disposição constitucional que limita o aumento das despesas da União à inflação dos últimos 12 meses.
Em função disso, os Estados ingressaram, já em 2016, com uma Ação Direta de Omissão contra o Congresso Nacional, por não haver regulamentado esse ressarcimento das perdas causadas pela Lei Kandir. O STF deu ganho de causa aos Estados e determinou ao Congresso Nacional regulamentar os repasses da União aos Estados e Municípios, até agosto de 2018, sob pena dessa tarefa ser repassada ao TCU.
Em maio de 2018, a Comissão Especial sobre o tema aprovou um anteprojeto, prevendo a compensação anual de R$ 39 bilhões, mas este nunca foi à votação em plenário. Com isso a questão foi remetida ao TCU. No dia 11 de fevereiro de 2019, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, esteve no TCU para debater o tema a afirmou que o colocaria em votação até fins de março, mas ele até hoje não foi votado.
Da mesma forma, a PEC 37/07 – que revoga a não incidência de ICMS na exportação de produtos não-industrializados e semi-elaborados chegou a ser aprovada na CCJ do Senado, em novembro de 2017, mas acabou arquivada ao final da legislatura, em fins de 2018.
Por tudo isso, impõe-se uma grande mobilização dos Estados e Municípios para:
1 – Aprovar PEC alterando o artigo 155 da Constituição Federal, de forma a prever a incidência do ICMS sobre a exportação de produtos primários e semi-elaborados e isentar do ICMS os produtos industrializados. Com isso, incentivaremos a industrialização da nossa produção, ampliando o emprego e agregando valor às exportações, além de melhorar a arrecadação de Estados e Municípios, o que reverterá na melhoria dos serviços à população.
2 – Aprovar Lei Complementar definindo os critérios, os prazos e as condições para a apuração do montante do ressarcimento da União aos Estados e Municípios, para compensar as perdas decorrentes da Lei Kandir depois 13 de setembro de 1996. Esse valor deverá ser calculado diminuindo-se das exportações totais o valor das exportações de produtos industrializados, aplicando-se a ele o percentual de 13% do ICMS desonerado.
É desnecessário dizer que com isso estaremos dando um passo decisivo para restaurar o Pacto Federativo, reduzir a crise fiscal de Estados e Municípios, saldar a sua hoje impagável dívida pública e recuperar a capacidade de investimento dos entes federados.

*Historiador, servidor aposentado do Ministério Público Estadual do RS, Vereador de Porto Alegre em três Legislaturas, Deputado Estadual do RS em duas Legislaturas, atual Presidente da Fundação Maurício Grabois no Rio Grande do Sul
Edição: Marcelo Ferreira

Comício: São Paulo a Luiz Carlos Prestes 1945

Comício: São Paulo a Luiz Carlos Prestes - Poster / Capa / Cartaz - Oficial 1
Produzido pelo Partido Comunista Brasileiro e dirigido por Ruy Santos, o curta documentário retrata o comício histórico do líder comunista, Luiz Carlos Prestes, após ter saído da prisão, em 15 julho de 1945, São Paulo.

Comício: São Paulo a Luiz Carlos Prestes

Dirigido por: 

 
 
  

sábado, 4 de janeiro de 2020

Campestre: Uma mudança com austeridade - Por Dr. EVANDRO BORGES

Advogado - Dr. EVANDRO BORGES
Em São José do Campestre situado entre o Agreste e o Traíri, distante de Natal a oitenta quilômetros, com acesso pela RN 269, está com uma população conforme dados do IBGE de 12.355 habitantes, tem como Municípios vizinhos, Passa Fica, Tangará, Japi, Monte das Gameleiras, Serra de São Bento e Lagoa D’antas. É sede da Comarca e o gentílico denomina-se Campestrense.
 
Há uma vida social e cultural intensa celebra as festas de Reis, 5 e 6 de janeiro, 19 de maio a Padroeira, cavalgada no dia 02 de maio e emancipação do Município em relação a Nova Cruz no dia 23 de dezembro. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais no dia primeiro de maio realiza um tradicional dia do Trabalhador. A feira livre uma das maiores da região acontece nas sextas-feiras. 
 
A principal atividade econômica é agricultura familiar, está inserido no semiárido, no bioma da caatinga, com um inverno de poucas chuvas, conta com comércio e serviços, atividades bancárias, as ruas centrais são largas e projetadas, possuindo o maior bairro popular denominado de Paraíba, a sede municipal é servida com água de boa qualidade pela Adutora Monsenhor Expedito.
 
O prefeito eleito em eleições suplementares é Joseilson Borges da Costa, de origem popular, natural da comunidade do Zamba, zona rural, era Presidente do Sindicato dos Trabalhadores(as) Rurais,  foi vereador da Municipalidade, técnico agropecuário formado pela Escola Agrícola de Jundiaí da UFRN em um convênio com a FETARN, comprometido com a agricultura familiar e com o desenvolvimento econômico com justiça social.
Está no poder político como Prefeito Municipal há dezessete meses, e está conseguindo equilibrar as contas públicas, vem pagando os servidores públicos municipais dentro do mês e o 13º salário, obviamente, com repercussão no comércio e serviços na localidade, fato que não acontecia há bastante tempo, e efetuando um trabalho na assistência social e na saúde garantindo a universalidade do serviço.
 
Na esfera administrativa, instalou o protocolo geral, conseguiu reestruturar a Lei de Organização administrativa, quando o Tribunal de Justiça do Estado julgou a anterior como inconstitucional, aprovou e já em vigência o novo Código Tributário Municipal, a  Lei de parcelamento e uso do solo, a fim de garantir novos loteamentos e moradias com uma estrutura satisfatória e com dignidade.
 
 Aprovou uma nova lei de Proteção e Defesa Civil, incluiu uma comissão de convivência com o semiárido, está mudando a face de Campestre, vem conseguindo o repasse de Emendas parlamentares, uma vez que conseguiu adimplir o Município, com a prática de muita austeridade, fundando a dívida e efetuando os pagamentos devidos com muita probidade.
 
A transformação operada consistindo em mudança de atitude, de moralidade, de ética, vai proporcionar em breve um cenário que poderá possibilitar um desenvolvimento com justiça social mais arrojado para mudar a qualidade de vida da sua população com cidadania e inclusão social, um dos exemplos que a sociedade civil deve acompanhar de perto.

Fonte: Potiguar Notícias

Governo brasileiro manifesta apoio aos EUA contra Irã

Foto: O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, e seu homólogo estadounidense Mike Pompeo / Ricardo Moraes / Reuters.
 
O Ministério das Relações Exteriores divulgou nesta sexta-feira (3) uma nota na qual declara apoio ao ataque do governo dos Estados Unidos contra o Irã.
 
"Ao tomar conhecimento das ações conduzidas pelos EUA nos últimos dias no Iraque, o Governo brasileiro manifesta seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo", consta em trecho do comunicado.
 
Após os Estados Unidos ter confirmado a autoria do ataque que matou o chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Qassem Solemani, na última quinta-feira (2), o preço do petróleo subiu, manifestações tomaram conta das ruas do Irã e a tensão mundial cresceu.
 
O presidente iraniano, Hassan Rouhani, afirmou que irá resistir aos Estados Unidos e prometeu vingança.
 
A pasta comandada por Ernesto Araújo também afirmou ser necessário evitar confrontos internacionais: "o Brasil está igualmente pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento".
 
Leia a íntegra da nota do Itamaraty:
 
"Ao tomar conhecimento das ações conduzidas pelos EUA nos últimos dias no Iraque, o Governo brasileiro manifesta seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo.
 
O Brasil está igualmente pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento.
 
O terrorismo não pode ser considerado um problema restrito ao Oriente Médio e aos países desenvolvidos, e o Brasil não pode permanecer indiferente a essa ameaça, que afeta inclusive a América do Sul.
 
Diante dessa realidade, em 2019 o Brasil passou a participar em capacidade plena, e não mais apenas como observador, da Conferência Ministerial Hemisférica de Luta contra o Terrorismo, que terá nova sessão em 20 de janeiro em Bogotá.
 
O Brasil acompanha com atenção os desdobramentos da ação no Iraque, inclusive seu impacto sobre os preços do petróleo, e apela uma vez mais para a unidade de todas as nações contra o terrorismo em todas as suas formas.
 
O Brasil condena igualmente os ataques à Embaixada dos EUA em Bagdá, ocorridos nos últimos dias, e apela ao respeito da Convenção de Viena e à integridade dos agentes diplomáticos norte-americanos reconhecidos pelo governo do Iraque presentes naquele país".

Fonte: Congresso Em Foco

QUE NINGUÉM SE ENGANE: O ESPECTRO DA REVOLTA SOCIAL RONDA O ANO DOIS

demétrio magnoli

CHAMADO DE "TRUMP BRASILEIRO", BOLSONARO NÃO PASSA DE UM IMITADOR VULGAR.

Jair Bolsonaro é a manifestação brasileira da onda mundial do nacionalismo populista de direita. Bolsonaro é o nosso Trump —o nosso Orbán, Salvini ou Erdogan. 

O diagnóstico anterior tem grãos de verdade, mas erra no que é essencial. Ele não serve como bússola para delinear os rumos do governo e, sobretudo, identificar os riscos potenciais que pesam sobre a democracia brasileira.

Bolsonaro macaqueia o discurso de Trump et caterva. Por meio de Olavo de Carvalho e do filhote 03, costurou pactos com a internacional dos nacionalistas. Contudo, no fundo, o fenômeno brasileiro é uma singularidade. 

Ao contrário de seus ídolos nos EUA e na Europa, Bolsonaro carece de raízes na cultura política nacional. É, para usar a expressão de Roberto Schwarz, uma ideia fora de lugar.

Trump et caterva ascenderam na maré de incertezas, angústia e raiva impulsionada pela recessão global e pelas sucessivas crises do euro e dos refugiados. 

Bolsonaro, por sua vez, foi transportado ao Planalto nas asas de dois acidentes concomitantes: a depressão econômica manufaturada pelo lulopetismo e o colapso do sistema político precipitado pela Lava Jato. 

Mais: na hora decisiva, o deputado insignificante beneficiou-se do atentado cometido por um desequilibrado. Jamais saberemos ao certo, mas o incidente dentro do duplo acidente pode ter selado o resultado eleitoral.

Um marxista diria que Bolsonaro é um acaso, não uma necessidade histórica. 

Trump está ancorado nas sombrias tradições americanas do nacionalismo isolacionista (America First), do nativismo étnico e do racismo legalizado. Salvini, Orbán e Erdogan refletem correntes profundas das histórias italiana, húngara e turco-otomana. 

Bolsonaro, porém, não passa de um imitador vulgar, um importador de línguas estranhas. 

Não é que faltem, entre nós, as árvores do ultraconservadorismo ou do autoritarismo. É que a versão olavo-bolsonarista dessas ideias não tem registros no nosso passado. A Aliança pelo Brasil, partido clânico, traça as fronteiras de um gueto político. 

A algaravia das redes sociais ilude os militantes e engana os analistas. Bolsonaro não dispõe de sólidas bases populares: equilibra-se, precariamente, no disseminado antipetismo e na monumental incompetência do chamado centro político. 
A erosão da popularidade do presidente, ritmada pela resistência institucional a seus intentos arbitrários e pelas investigações sobre os laços do clã familiar com o mundo das milícias, ameaça solapar os alicerces do governo. 

Nessas circunstâncias, mais que nunca, Bolsonaro depende de Paulo Guedes.

FHC tinha uma hiperinflação para destruir. O Plano Real abriu-lhe o caminho à massa do eleitorado pobre —e à reeleição. 

Lula tinha um superciclo de commodities para financiar políticas de subsídio, renda e consumo. As periferias das metrópoles e o Nordeste garantiram-lhe tanto a reeleição quanto o triunfo da sucessora desastrada. 

Bolsonaro, um acaso eleitoral e uma singularidade ideológica, não tem nada disso. Precisa, já no ano dois, de um vigoroso crescimento do investimento com amplo impactos nas dinâmicas do emprego e da renda.

Paradoxalmente, é na fragilidade estrutural do governo que mora o perigo. O Brasil não é o Chile, mas 2013 foi aqui. Que ninguém se engane: o espectro da revolta social ronda o ano dois.  
Sebastián Piñera reprimiu, antes de negociar e recuar, seguindo os roteiros do equatoriano Lenín Moreno e do colombiano Iván Duque.

Mas, assim como não é o nosso Trump, Bolsonaro não é o nosso Piñera. Separa-os, sobretudo, o valor atribuído à democracia. Diante do desafio real, o que faria seu governo?

Ideias fora de lugar podem até deitar raízes, conseguindo naturalização e cidadania. O processo exige adaptação —ou seja, mudança e sincretismo. 

No ano um, porém, aprendemos que Bolsonaro é sempre igual a si mesmo. (por Demétrio Magnoli).

Balanço e perspectivas: 2019 foi ruim? Prepare-se para 2020

À exceção da época da ditadura militar, o Brasil nunca passou por período tão sombrio como em 2019. A opção é entre socialismo ou barbárie.



Por Ricardo Melo, especial para os Jornalistas Livres
Não cabe se alongar muito neste balanço. O Palácio do Planalto foi tomado de assalto por uma famiglia de criminosos. Os métodos são conhecidos pela maioria: um impeachment fraudulento, um processo ilegal contra o candidato favorito nas eleições, uma enxurrada eletrônica de mentiras financiada a peso de ouro daqui e lá de fora para turvar a vontade popular. Jair Bolsonaro é um presidente ilegítimo.

Os fatos corroboram esta conclusão desde primeiro de janeiro de 2019. Nem é preciso relembrar a trajetória do capitão expulso do Exército acusado de tentar explodir quartéis e adutoras. Depois, a defesa da morte de “30 mil”, o ataque à comunidade LGBT, a apologia da tortura e do estupro.

Jair Bolsonaro é o chefe de uma quadrilha de malfeitores que construiu sua “carreira” roubando dinheiro público mediante rachadinhas e um pomar de laranjais. É sabidamente muy amigo de milicianos acusados de crimes hediondos como o assassinato da vereadora Marielle e do motorista Anderson. Empregou em seu gabinete a filha do infame Fabricio Queiroz, a qual recebia em Brasília, mas entregava o ordenado aos chefes em Brasília apesar de despachar como personal trainer de celebridades no Rio de Janeiro.
O resto do clã nada mais fez que seguir a trilha do pai. Flavio Bolsonaro é um mentiroso de ofício. Cínico. Com a ajuda do presidente do Supremo Tribunal Federal, José Toffoli, transformou chocolates em dinheiro vivo, e vice-versa. Eduardo Bolsonaro é um fanfarrão cujo intelecto (?) mal consegue fritar um hambúrguer ao ponto. Quanto a Carlos Bolsonaro, a parcimônia recomenda algum silêncio. Não passa de um meliante suspeito de manipular registros de condomínio para tentar salvar o pai da guilhotina, descontadas outras malfeitorias.

Este é o Brasil de hoje. Como esperado, a quadrilha montou um ministério à sua imagem e semelhança. Um condenado no ½ ambiente, uma desmiolada como Damares, um pré-símio na Educação, um alucinado no Itamaraty, um garoto propaganda de travesseiros na área de Ciências.

Na Cultura, então, nem se fale. O tal Roberto Alvim, para quem não o conhece, é um antigo adepto de drogas que hoje ele considera “indignas”. Enquanto tropeçava entre mesas de lugares badalados, professava ideias que ele imaginava de “esquerda”. Nesta época, sua presença em bares cariocas exibindo sua aversão à sobriedade era motivo de constrangimento mesmo para quem se achava progressista, para não dizer dos garçons. Mas nada que o dinheiro não compre, como se vê atualmente.
E chegamos a Paulo Guedes. Um especulador barato, truculento, acusado de tramoias com fundos de pensão, incapaz de escrever um paper ou apostila citados por qualquer acadêmico. Sua fama, ou infâmia, vem do tempo em que se transformou em pinochetista de carteirinha. No Chile, deu no que deu. Agora, Guedes tenta transportar sua alquimia para o Brasil, após provocar suicídios em massa de idosos chilenos sem condições de viver com migalhas de aposentadoria “capitalizada”. Falando sério: o que pensar de alguém que propõe taxar desempregados para criar “empregos”? Nem o lixo merece isso.
(Opa, ia esquecendo do Moro. Além de ignorante contumaz, o marreco de Maringá é um CRIMINOSO assumido. Grampeou um ex-presidente e uma presidenta sem ter autorização para isso. Convive com a corrupção como uma gazela inocente. Um bandido da pior espécie, que nem Al Capone aceitaria em suas fileiras tamanha sua capivara. Sustento isto em qualquer tribunal, inclusive na vara de Curitiba, valhacouto de delinquentes. Basta me chamar.
MAS É ESSE O PAÍS QUE NOS ESPERA EM 2020. A PERMANECER COMO ESTÁ, 2019 FOI APENAS UM ENSAIO. ASSASSINATOS DE POLÍTICOS; CHACINA EM PARAISÓPOLIS; MASSACRE DE INDÍGENAS; PERSEGUIÇÃO NAS UNIVERSIDADES E ESCOLAS; VIOLÊNCIA CONTRA OS MOVIMENTOS LGBT; FAROESTE NAS RUAS, NO CAMPO E NAS ESTRADAS; TRUCULÊNCIA CONTRA OS MOVIMENTOS POR MORADIA; LICENÇA PARA POLICIAIS MATAREM INOCENTES COMO BARATAS; ATENTADO FASCISTA CONTRA O GRUPO “PORTA DOS FUNDOS”.
Na vida cotidiana de quem rala para ganhar a vida, a situação não é melhor, muito pelo contrário. Essa história de criação de empregos é MENTIRA. Qualquer um disposto a enxergar percebe, após as tais “reformas trabalhistas”, a multiplicação desenfreada de mendigos transformados em “empregados informais”. Arriscam a vida em bicicletas para entregar sanduíches, negociam panos alvejados como “microempreendedores”, vendem cafés e bolos de nada madrugada afora para pagar o aluguel em cortiços. Quando têm um pouquinho de reservas, alistam-se nos Uber da vida sem direitos ou garantias mínimas de sobreviver. Aposentadoria, nem pensar –para eles e para a massa de trabalhadores.
Muito se apostou com a saída de Lula da cadeia. Não livre, apenas solto. Poucos se dão conta da campanha e das iniciativas dos poderosos para recolocarem-no de novo atrás das grades.
É inegável que a liberdade, mesmo provisória, de Lula ofereceu um ânimo espetacular aos que pretendem liquidar esse período de trevas. Porém é injusto colocar sobre suas costas a responsabilidade de inverter tamanho desastre.
Lula é a maior liderança popular que o país já produziu. Mas uma andorinha apenas não faz verão. O PT, maior e mais importante partido do Brasil, está sendo chamado a sair da toca e colocar em prática os discursos memoráveis do ex-presidente após sua libertação provisória.
O fato é que o PT hoje está contaminado por uma aristocracia burocrática, que se digladia por cargos e disputa a condição de “quem é mais amigo de Lula”. Uma tragédia. A diferença, contudo, está em quem é mais amigo do povo, daqueles que, na chuva ou no sol, nunca deixaram de lutar pela liberdade incondicional do ex-presidente sobretudo pelo que ele representa na defesa dos pobres e desvalidos.
Socialismo ou barbárie, esta é a opção. Por enquanto a barbárie está várias casas à frente. Inverter este jogo vai depender muito do próprio PT e, junto com ele, das forças democráticas sinceras. Não das que hoje posam de viúvas dos Bolsonaros que ajudaram a eleger.