sábado, 30 de dezembro de 2017

PRESIDENTE DO CPC/RN PARTICIPARÁ DE PROGRAMA DE RÁDIO NAS EMISSORAS AGRESTE FM E CURIMATAÚ HOJE!


Hoje (30), Eduardo Vasconcelos, presidente do Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN participará ao vivo no Programa a Voz do Trabalhador nas ondas da Rádio Curimataú, as 11 horas e em seguida participará por telefone no Programa Nação Nova Cruz nas ondas da Agreste FM!

Em ambas, Eduardo falará sobre as atividades do CPC/RN, pois hoje a entidade completa 8 anos de existência! Eduardo destacará os eventos ocorridos nos últimos anos, além dos projetos que será desencadeados em 2018.

Para Eduardo Vasconcelos o ano de 2018 será um de muita cautela, haja vista as mudanças que estão para vir, principalmente com as perdas de direitos garantidos dos trabalhadores e hoje o desgoverno Temer tentar usurpar esses direitos, além de uma agenda para 2018 e a eleição do CPC/RN. Fiquem atentos! CPC/RN, NOSSA FORÇA, NOSSA VOZ!

HOJE (30) O CENTRO POTIGUAR DE CULTURA - CPC/RN COMPLETA 8 ANOS DE LUTAS - CONQUISTAS E VITORIAS! PARABÉNS!!!

No dia 30 de dezembro de 2009 no SESC LER de Ponta Negra - Natal/RN em Assembleia Geral nascia o CENTRO POTIGUAR DE CULTURA - CPC/RN!  Uma entidade cultural que veio para ficar!

Tendo como principal finalidades e objetivos LUTAR pelo resgate da CULTURA POTIGUAR e identificar novos talentos.  Já vários eventos realizados,  com debates, seminários, e encontros  realizados em Natal, Nova Cruz, Parelhas, Currais Novos, Mossoró, etc. 

Fortalecendo assim suas diretrizes.  Sabemos que tem muita  coisa a se fazer, mas o CPC/RN não medirá esforços para alcançar esses objetivos.

Graças a vários parceiros em sua maioria sindicatos, SINAI, SINTE, SINDHOTELEIROS, ADURN, ADUERN, SINDSAÚDE, SINTRACONM, SINTEST, APURN, BANCÁRIOS, FETARN, STRAF, SENALBA, COMERCIÁRIOS, SINDAGUA, CTB, CUT, CONLUTAS, INTERSINDICAL, FORÇA SINDICAL, entre outros sindicatos de outros estados e instituições públicas fizeram com que esses eventos fossem realizados. Mas a luta estar apenas começando, tem muito caminho a ser seguido.

Queremos agradecer aos nossos diretores/as que sempre estiveram juntos nas atividades do CPC/RN e que em 2018 seja repleto de mais e mais realizações.

PARABÉNS, CPC/RN!

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Governadores do Nordeste pedem a demissão de Marun, o chantagista


O ministro da Secretaria de Governo de Temer condicionou o repasse de recursos federais aos estados ao apoio da reforma da Previdência. “Se eu fosse presidente, demitiria esse ministro hoje mesmo”, disse o governador do Ceará, Camilo Santana. Confira a íntegra da carta 
Por Redação 
Governadores dos nove estados do Nordeste assinaram uma carta pública direcionada ao presidente Michel Temer, nesta quarta-feira (27), em que repudiam a chantagem do ministro da Secretaria de Governo de Temer, Carlos Marun. Nesta terça-feira (26), Marun afirmou que os governadores interessados em receber recursos federais ou financiamentos junto a bancos públicos terão que ajudar o governo Temer a aprovar a reforma na Previdência, articulando os deputados de seus estados.
“Isso é uma vergonha. Resumindo: ‘só libero teus empréstimos se orientar seus deputados a votarem a favor da previdência’. Já mandei recado, dizendo que não conte com governador Camilo”, afirmou o governador do Ceará, Camilo Santana (PT). O chefe do executivo cearense, inclusive, tomou a frente de divulgar a carta. “Se eu fosse presidente, demitiria esse ministro hoje mesmo”, disse o petista à rádio Tribuna
Na carta, os governadores do Nordeste garantem que não hesitarão em “promover a responsabilidade política e jurídica dos agentes públicos envolvidos, caso a ameaça se confirme
Leia a íntegra.
Os governadores do Nordeste vêm manifestar profunda estranheza com declarações atribuídas ao Sr. Carlos Marun, ministro de articulação política. Segundo ele, a prática de atos jurídicos por parte da União seria condicionada a posições políticas dos governadores. Protestamos publicamente contra essa declaração e contra essa possibilidade, e não hesitaremos em promover a responsabilidade política e jurídica dos agentes públicos envolvidos, caso a ameaça se confirme. Vivemos em uma Federação, cláusula pétrea da Constituição, não se admitindo atos arbitrários para extrair alinhamentos políticos, algo possível somente na vigência de ditaduras cruéis. Esperamos que o presidente Michel Temer reoriente os seus auxiliares, a fim de coibir práticas inconstitucionais e criminosas.
GOVERNADORES DO NORDESTE

SOCIEDADE: Uma nova sociedade passa pela valorização do indivíduo

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O primeiro desafio de uma sociedade é priorizar o ser humano
Foto: Pixabay
por Ricardo Lengruber* 
Um Estado deve ser, ao mesmo tempo, sensível para os fracos e leve para os ágeis.
Há uma polarização equivocada sobre socialismo e liberalismo e, em algum sentido, sobre esquerda e direita. Por causa de governos corruptos e manobras que só atendem a interesses de uns poucos privilegiados, ou misturamos tudo como se fosse a mesma coisa, ou distinguimos tudo como se do outro lado nada prestasse. O liberalismo erra ao acreditar no livre mercado como instância de gerência da sociedade, como se essa entidade fosse capaz de autorregularização.
Os desdobramentos dessa ideia dão origem a conceitos de estado mínimo, meritocracia, etc. E redundam na exclusão de multidões que não têm oportunidade da inclusão. Mas acerta quando enxerga no potencial dos indivíduos a força do desenvolvimento da sociedade. Quando compreende que o desejo pessoal por superação pode ser uma fonte de avanço.
O socialismo, por seu turno, engana-se ao crer numa sociedade de plena distribuição sem que haja a participação ativa do indivíduo. Equivoca-se ao defender a tese de um estado máximo que, como um grande pai, deve gerar e gerir tudo. Mas acerta ao se sensibilizar com a fraqueza humana e suas misérias. Ao compreender o lugar da solidariedade social diante das vulnerabilidades. E ao denunciar a falsa ideia do mercado auto-suficiente.
Estado mínimo e livre mercado, de um lado, estado máximo e controle total de mercado, de outro, são faces de uma mesma realidade. Poder pelo poder. Ou pela vertente econômico-ideológica ou pela político-ideológica. O desafio que temos não se resume a uma via intermediária, conciliatória. Mas a uma profunda reconstrução sob novas bases e com novas perspectivas.
Primeiro, um caminho que priorize a pessoa. Especialmente aquela que esteja em situação de vulnerabilidade e risco. Para isso, tão importante quanto políticas públicas, é necessária uma mudança de mentalidade. Construir a sensibilidade de olhar para o outro como sujeito de direitos, que tem na coletividade da sociedade a única fonte de amparo, momentâneo ou permanente.
Segundo, um Estado que consiga se reformar permanentemente de modo que não perca sua vocação originária, que é garantir direitos (e, por isso, fiscalizar deveres). Um Estado leve ao ponto de estimular o trabalho, a livre iniciativa, a cooperação, o mercado como trânsito e comunhão. Um Estado eficiente na medida do suprimento das necessidades vitais das pessoas para sua plena dignidade. Terceiro, uma lógica econômica que parta do princípio da solidariedade. Do trabalho como mecanismo de viabilização da vida e redução de desigualdades. Uma economia cooperativa que estimule o esforço do indivíduo e inspire a comunhão dos resultados. Uma economia que se assuma como ferramenta de socialização.
Política e economia que se entendam como meios, e não como fim em si mesmas. Fundamental, nesse processo, é a discussão sobre o conceito de "propriedade". O que há nesse planeta é recurso 'do planeta' (que, na verdade, é tomado pelo ser humano e por ele transformado - ao que designamos como trabalho). Mesmo as ideias são recursos da coletividade - frutos da jornada histórica e social da humidade. Defender a propriedade como privada é, talvez, a raiz do egoísmo e suas exclusões. Uma nova sociedade exige uma nova mentalidade sobre quem somos.
Desde as grandes tradições religiosas até a psicologia moderna, passando pelos discursos de coaching e autoajuda, (ainda que com seus méritos de valorização humana), fomos educados na lógica do "eu" e da "propriedade". Da vida eterna num céu de ouro ao melhor vendedor batedor de metas, a lógica de base é a mesma: superar e vencer, individualmente (no máximo, como grupo: a igreja, a empresa, a família, o partido).
Uma nova sociedade passa pela valorização do indivíduo, pela inspiração da cooperação e pelo empenho da solidariedade. Que exige um estado, ao mesmo tempo, sensível para os fracos e leve para os ágeis; que seja eficiente para o empreendedor e provedor para o necessitado; que não seja peso para o que arrisca muito menos berço para o que se acomoda. Uma nova sociedade requer que política e economia voltem seus esforços para além de si, na direção dos cidadãos. É o salto do singular para o plural. Mergulho que exige comunhão com o íntimo e abertura para o todo.
“Sócio” desde 2017

De topless, Sabrina Sato promete para 2018 ‘ser menos exibida’

Por ROBSON PIRES
A apresentadora da Record Sabrina Sato, divulgou uma foto em seu perfil pessoal no Instagram na noite desta terça-feira (26) e deixou, além de muita gente babando, uma promessa para 2018.
No clique de André Nicolau, ela está de topless no topo de um arranha-céu (prédio muito alto) em São Paulo. Na legenda, a corintiana e penapolense escreveu:
“Em 2018 prometo ser menos exibida”, escreveu a apresentadora. Os seguidores encheram Sabrina de elogios. “Minha filha, com esse corpo você pode fazer tudo… Passa na cara das inimigas”, brincou um fã. “Linda demais pode exibir”, disse outro. “Em 2018 teremos um corpo igual a esse! Amém”, desejou outro.
Atualmente, Sabrina Sato é apresentadora do Programa da Sabrina, que vai ao ar aos sábados, às 20h30, na Record TV.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

A história feminina do Brasil em “Sangria”, de Luiza Romão

A história do Brasil se confunde através dos poemas com a história das mulheres brasileiras que se confunde por sua vez com a história pessoal da eu-lírica.
Por Tomaz Amorim*
A ficha catalográfica de “Sangria”, segundo livro de poesia de Luiza Romão, não deixa dúvidas, trata-se tanto de um livro de poesia, quanto de um livro de história. É a poesia brasileira contemporânea pensando a história do Brasil, ou, para dizer com o livro: da história do Brasil, nome que já no primeiro dia-poema, a eu-lírica promete não mais escrever.
A palavra poética muitas vezes se utiliza de mecanismos parecidos com o da produção dos sonhos. Semelhanças e correspondências às vezes não evidentes se reconhecem e vão se sobrepondo umas às outras em um rosto ou situação inéditos, mas reconhecíveis. Em “Sangria” este procedimento se dá a partir da figura da mulher brasileira e dos diversos níveis, materiais e simbólicos, em que ela se move pela história. Como na condensação do sonho, a história do Brasil se confunde através dos poemas com a história das mulheres brasileiras que se confunde por sua vez com a história pessoal da eu-lírica. As lutas e sofrimentos de uma refletem ou reproduzem ou impactam na das outras. É com esta estratégia que Luiza Romão escreveu uma história feminina do Brasil.
Quem acompanha a cena do slam e dos saraus em São Paulo já cruzou em algum momento com a presença cênica e a voz cheia de força de Luiza Romão. Uma das perguntas naturais que quem já a escutou ao vivo se faz então ao saber do livro é: em que medida a sagacidade e o ritmo da sua poesia se sustentam apenas no papel? Ou seja, como a mudança de mídia e contexto – as rodas de disputa, a interlocução com outros slammers e público, o recurso constante à sonoridade a partir de rimas, aliterações e assonâncias – impacta a experiência da sua poesia. Sangria não deixa dúvida de que, a despeito do poder de declamação de Romão, seus textos funcionam perfeitamente na palavra escrita e no livros, ou seja, no um a um com seus leitores. É tanto poesia para ser falada, quanto poesia para ser lida, o que não tem nada de óbvio, considerando a dependência sonora de certa poesia falada e o hermetismo vocabular de certa poesia contemporânea.
Se Romão explora o aspecto cênico, com pausas, modulação de voz, suspensão e ataques de fôlego em suas performances (como nessa apresentação no programa “Manos e Minas” do poema que abre “Sangria”), na forma livro ela se utiliza do espaço para o acúmulo e desenvolvimento lento de uma estrutura argumentativa poética. Se a fala e a reação a ela são geralmente velozes, imediatas, na palavra escrita há mais tempo para exposição e contemplação. “Sangria” se utiliza deste tempo e deste espaço desde a concepção visual do livro: seus poemas são impressos em letras pequenas em grandes páginas e em coluna dupla, os originais em português na esquerda e sua versão em espanhol (traduzida por Martina Altalef) na direita, entre eles e ao redor, muito espaço. O formato do livro e a organização dos poemas seguem o mote do calendário: a lombada não é na esquerda do livro, mas na parte de cima, como nas folhinhas de mês. Seus vinte e oito poemas são marcados não por números de página, mas em negrito na miniatura de calendário no canto superior direito das páginas. Vinte e oito dias como no ciclo menstrual (e, ironicamente, como no mês mais brasileiro de todos, Fevereiro, tempo de carnaval e de Iemanjá).

Estes vinte e oito dias são divididos em seis partes, que fazem o percurso da formação histórica do Brasil, passando pelas primeiras memórias de uma mulher brasileira, chegando à história recente do Brasil em que esta mesma mulher faz um chamado feminino à luta (a partir do útero como bomba, ao modo do punho de Angélica Freitas). Os poemas às vezes são descritos como “dias” no calendário e às vezes como “pílulas” (anticoncepcionais e do dia seguinte) e estão separados em temas: “Genealogia” traz nos títulos dos poemas os campos de um documento como a certidão de nascimento e tematizam a colonização e a violência sexual. “Descobrimento” são as primeiras experiências femininas corporais e sociais, violentas ou prazerosas. Em “Tensão Pré-Menstrual” sintomas físicos como cólica e náusea se misturam à experiências históricas e literárias de mulheres. “Corte” traz nos títulos datas históricas do Brasil recente, das manifestações pós-Junho ao golpe parlamentar. “Ovulação” traz um único poema em que a condição física é metáfora para a situação política do país. Por fim, os dois poemas finais de “Menstruação” ligam o fim do ciclo menstrual (e a possibilidade de fecundação) à luta revolucionária.
Pensando com ouvido de poeta, Romão encontra na língua as contradições de gênero e é no campo da língua que ela denuncia com fina ironia o que chama de “concordância de gênero”: a neutralidade na língua materna como privilégio masculino (“neutralidade termina com “o”” e não existe “presidenta”). As palavras duplas que ela escolhe são viradas de cabeça para baixo e perdem a inocência revelando a violência patriarcal escondida na língua e nas práticas sociais. Sua sonoridade não segue apenas os belos acasos das rimas, mas é instrumento de revelação e síntese política. O nome Brasil vem do pau-Brasil, como sabe qualquer estudante primário, mas o significado desse “pau” no patriarcado que sempre governou o país não é tão evidente. Romão ressalta e subverte as metáforas de gênero presentes em qualquer projeto nacional-colonial: colonizar as “virgens terras”, filhos da “mãe gentil”, estratégias dos donos do pau-país, pais ausentes nos registros de documentos de filiação, mas sempre presentes nos documentos de posse. (Pais que durante o livro se revezam entre a figura de ausente e de estuprador). “Terra é substantivo feminino / a ela pertenciam os homens”. América é nome de mulher e de continente e em ambos tentar enfiar bandeiras, falocentrismo da violência patriarcal, colonial, ditatorial e golpista, como os poemas vão mostrando.
No dia 14, “1º Assédio”, um exemplo de como suas velas poéticas estão sempre em busca do vento da sonoridade. Um poema sobre o assédio sexual cotidiano se transforma em imagem náutica: as velas de cera queimam, as velas do barco sopram, a violência fálica velada do mastro. Trata-se de assumir o leme, revelar a opressão velada e seguir em frente, “meu torso é proa / feito pra atravessar onda”. Maiakovski orienta algo semelhante, pois se o mar da história é agitado, “as ameaças / e as guerras / havemos de atravessá-las, / rompê-las ao meio, / cortando-as / como uma quilha corta / as ondas”.
Às vezes basta a mudança de uma letra (“engatinha/engatilha”, “caminho/Caminha”), às vezes são as semelhanças sonoras que revelam (“boneca inflável/não inflamável”, “punho firme/papai-farmer”, “parto/partida”, “lútea/luta”), às vezes os homônimos são tirados de contexto para mostrar uma semelhança (a “corte” portuguesa e o “corte” cirúrgico, a “sangria” do útero e a “sangria” da represa, “dos saltos só conhece/os que fazem voar”). O discurso e as práticas de esquerda norteiam o livro, mas em tom realista, sempre lutando, sempre em vias de desaparecer, como o sintomático ovário esquerdo que “atrofiou” ou o saci “só com a perna direita”. A história é recontada com a voz de quem fala bem porque ouve bem: a história como “farsa”, “força”, “falsa” e “forca”. A poesia de Romão é direta, tem mensagem, mas não é óbvia, mostra justo o que sempre esteve lá, agindo secretamente, e do qual não se fala por conveniência (para quem?). A mensagem não acaba quando termina o poema, mas começa, bota para pensar como a maiêutica socrática, impregna de revolta.
Ficha técnica Título: “Sangria”
Autora: Luiza Romão
Gênero: Poesia
Editora: Selo do Burro
Lançamento: 2017
Para comprar: luizaromao8@gmail.com
*Tomaz Amorim Izabel, 29, tem graduação e mestrado em Estudos Literários pela Unicamp e é doutorando na mesma área na USP. É militante da UNEAfro Brasil. Além de crítica cultural, também escreve poesia [tomazizabel.blogspot.com] e coedita o blog Ponto Virgulina de traduções literárias. Publicou traduções para o português de Franz Kafka e Walt Whitman
Fotos: Divulgação.
REVISTA FÓRUM

Saúde - Mapa da Desigualdade da Primeira Infância - Em um ano, índice de jovens de até 14 anos grávidas cresce 300% no Jardim Ângela

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Alex Barbosa/Flickr/CCBY
No Hospital M'Boi Mirim, de janeiro a agosto de 2017, mais de 1.000 meninas de até 19 anos se tornaram mães
por Cíntia Gomes 
Apesar da redução na taxa geral da cidade, de 2013 a 2016, o número de gestações ainda é alto em regiões mais afastadas do centro.
Nadine Rodrigues, 21 anos, mora no Jardim Ângela, na zona sul de São Paulo, desde que nasceu. Aos 15, decidiu largar tudo para viver ao lado do namorado de 36. Pouco tempo depois, parou de estudar no oitavo ano do ensino fundamental e engravidou um ano depois. Nesse período, passou a sofrer agressões do companheiro, até conseguir se separar e voltar a morar com a mãe
Nadine conta que sua gravidez foi difícil, descoberta já no terceiro mês. A filha nasceu prematuramente no quinto mês, com 28 centímetros e pesando apenas 600 gramas. A bebê ficou internada no Hospital do M’Boi Mirim por 60 dias. Aos quatro anos, atualmente ela se encontra saudável, sendo criada pela avó materna. Já o pai faleceu quando ela tinha apenas dois anos.  
“Eu não aceitava, fiquei com depressão, me afastei de todo mundo e achava que minha separação era culpa da minha filha. Era muito nova, gostava muito de sair e por questões financeiras, também, preferi deixar ela com minha mãe e fui morar sozinha”, afirma Nadine.
No Hospital do M’Boi Mirim, de janeiro a agosto de 2017, foram realizados 56 partos de meninas com até 14 anos e 1.063 de adolescentes de 15 a 19 anos. Já entre 2015 e 2016, a maternidade de jovens de até 14 anos cresceu 307%, enquanto o daquelas entre 15 e 19 anos aumentou 14%.
De acordo com o Mapa da Desigualdade da Primeira Infância, lançado no último dia 5 pela Rede Nossa São Paulo e pela Fundação Bernard van Leer, a maternidade precoce pode estar associada a condições de risco para o recém-nascido, como a prematuridade e o baixo peso ao nascer. Este indicador contribui na avaliação dos níveis de saúde infantil e dos fatores socioeconômicos e culturais que intervêm na ocorrência da gravidez.
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Atualmente Nadine mora com o atual marido, pai de outros dois filhos do casal. Aos 19 anos, a jovem engravidou novamente, mas o bebê não sobreviveu ao nascer no quinto mês de gestação, da mesma maneira que a primeira. O terceiro filho veio um ano mais tarde, agora com dois meses de vida. Dessa vez, assegura Nadine, tudo foi planejado.
“Descobri que eu tinha dificuldade para seguir com as gestações até o fim e fiz tratamento para que essa gravidez chegasse até às 38 semanas. Tanto a segunda gestação como essa, eu tive todo apoio do meu marido. Foi um parto normal e correu tudo bem. Hoje apenas sinto que minha filha não queira morar comigo, mas ela está sendo bem cuidada pela minha mãe, e consigo acompanhar o crescimento dela”, explica.
De 2003 a 2016, também segundo levantamento do Mapa da Desigualdade da Primeira Infância, as regiões de Parelheiros e M’Boi Mirim, no extremo sul, ocupam as 10 primeiras colocações no ranking do índice de gravidez na adolescência, de mães com idade inferior a 19 anos na cidade de São Paulo. Em 2016, Parelheiros ficou na segunda posição e M’Boi na sétima.
Já o Mapa da Desigualdade, divulgado em outubro também pela Rede Nossa São Paulo, mostra que de 2013 a 2016 houve uma melhora no índice geral da cidade, a relação de adolescentes grávidas caiu de 45,21% para 26,22%. Mas reforça esse alto índice em algumas regiões e revela ainda que a proporção entre a taxa de grávidas na adolescência negras é três vezes maior em relação a não negras na região do Jardim Ângela.
Porque quis
Aos 16 anos, Suellen Costa está com sete meses de gestação e cursando a 2ª série do ensino médio. Segundo ela, que há dois anos namora, ao contrário da maioria das meninas da sua idade, a gravidez veio por que ela quis, por opção.
“Conheço muitas meninas que estão grávidas aqui no bairro. Tem uma na rua que fez 13 anos e está grávida de cinco meses. Outra com 15, também. E uma com 17 que a filha nasceu recentemente. Acredito que muitas vezes é falta de orientação. Minha mãe orientou muito bem. É falta de cabeça dessas meninas, coisa de momento. Acha que é bonito e vai dar certo. A mãe aconselha, e segue quem quer”, opina Suellen, que mora no mesmo quintal onde vivem os pais e avós.
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Ela conta que, no início do ano, o avô disse que queria um bisneto e ela resolveu “dar esse presente para ele o quanto antes”. “Minha mãe não aceitou, mas conversei com meu namorado e ele concordou tentar. Já temos tudo planejado”, revela.
“Em dezembro vamos nos casar e em janeiro minha filha nasce. Também não vou parar os estudos. Assim que conseguir, já volto para a escola, e sei que terei apoio para concluir o ensino médio”, assegura.
Para Suellen, a gravidez seria algo mais tranquilo, mas não é o que acontece na prática. Ela conta que tem sido difícil ir à escola devido o peso e cansaço.
Durante o pré-natal na UBS do Jardim Herculano, no início, fo  complicado, por causa da demora para sair o resultado dos exames, sendo necessário refazê-los, além da troca de médico duas vezes. “Preciso fazer muitos exames, e recebo acompanhamento de um profissional de alto risco, por conta da minha idade”, finaliza.
Fonte: CARTA CAPITAL

Política - Revide? - A suspeita de vingança de Temer contra Alckmin via Cade

Temer e Alckmin
Temer deve estar se deliciando. A vingança é mesmo um prato que se come frio...
Quebra do sigilo de investigação de cartel de empreiteiras em São Paulo abala sonho presidencial do governador.
Foi um fato fortuito o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão federal hoje dominado em seus postos principais por indicados de Michel Temer, ter decidido tornar públicos dois inquéritos embaraçosos para Geraldo Alckmin e o PSDB paulista sobre um cartel de empreiteiras? Ou foi uma vingança de Temer para sabotar os sonhos presidenciais do governador?
O peemedebista ficou furioso com os votos de deputados do PSDB para ele ser processado no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção, formação de quadrilha e obstrução à Justiça. Guardou ira particular contra Alckmin, a quem nos bastidores identificava como principal culpado pelo fato de os tucanos paulistas terem desaguado votos a favor da investigação.
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primeira votação na Câmara ocorreu em 2 de agosto. Temer escapou por 263 votos a 227. No PSDB, houve 22 a favor dele e 21 contra. A maioria dos 21 saiu da bancada paulista.
Naquele dia, um deputado do PSDB de Minas, grupo mais afinado com o presidente, comentava com a reportagem: o placar tucano seria visto pelo Palácio do Planalto e o “Centrão” como obra de Alckmin. O governador, continuava o mineiro, corria risco de ser isolado politicamente por Temer, talvez o PSDB inteiro.
Na época, o prefeito paulistano, João Doria Jr, do PSDB, ainda estava no páreo no tucanato para ser o candidato a presidente, mesmo que tivesse de derrotar o padrinho Alckmin. Cinco dias depois da votação, Temer viajava a São Paulo para reunir-se com Doria na prefeitura. Um gesto sobre seu presidenciável preferido no PSDB.
Foi em 3 de agosto, um dia após a votação na Câmara da primeira “flechada” em Temer, aquela a tratar de corrupção no caso da mala de 500 mil reais em propina, que o Cade instalou os dois inquéritos constrangedores para Alckmin e o PSDB paulista.
Estes inquéritos investigam um cartel de empreiteiras atuante em São Paulo para dividir obras públicas. Eles nasceram de denúncias feitas ao Cade pela Odebrecht em julho de 2017. Alckmin diz que o estado foi “vítima” do cartel e que vai processar as construtoras. Será que o conluio teria funcionado sem o conhecimento de ninguém do governo tucano?
A área do Cade responsável por abrir os inquéritos é a poderosa Superintendência Geral. Em 3 de agosto, esta era comandada em caráter interino por Diogo Thomson Andrade, indicado ao Cade por Dilma Rousseff.
Em setembro, Temer indicou para o cargo o advogado e economista Alexandre Cordeiro Macedo, que assumiu em outubro. Este nutre ligações com o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB), de quem foi vice-ministro das Cidades entre 2012 e 2013, e o senador Ciro Ciro Nogueira (PI), ambos do PP, partido do dito “Centrão”.
O outro cargo importante do Cade, o presidente, também está sob a batuta de um indicado de Temer. Alexandre Barreto de Souza era do Tribunal de Contas da União (TCU), onde chefiava o gabinete do ministro Bruno Dantas, um apadrinhado de senadores do PMDB.
Foi Macedo, o superintendente-geral, quem resolveu tornar públicos os inquéritos sobre o cartel de empreiteiras em São Paulo, com despachos na segunda-feira 18. No mesmo dia, assinou outros dois despachos a liberar um histórico dos processos, um calhamaço de informações.
Quando da votação pelos deputados da segunda “flechada” em Temer, em 25 de outubro, o mesmo tucano mineiro que em agosto dizia que o Planalto veria Alckmin como um inimigo, dizia à reportagem: “O Geraldo é experiente, deve saber o que faz. Mas lá no Planalto o pessoal não esquece. A vingança é um prato que se come frio.”
Temer escapou dessa segunda  flechada" por 251 votos a 233. No PSDB, foram 23 deputados contra o presidente e 21 a favor.
A quebra do sigilo dos inquéritos é capaz de abastecer a mídia com informações bem no eleitoral ano de 2018. Até aqui, Alckmin parecia o presidenciável menos atingido por denúncias de corrupção. As denúncias contra ele na Operação Lava Jato repousam sem novidades no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Agora abre-se um novo flanco capaz de chamuscá-lo, o Cade.
No dia em que a decisão do Cade de quebrar o sigilo veio a público, houve uma reunião de emergência de tucanos em São Paulo. Uma reportagem do site da Folha de S. Paulodaquele dia dizia que o PSDB estava assustado e que já havia munição para ser usada contra o governador.
A munição já foi usada. E por um tucano, o prefeito de Manaus (AM), Arthur Virgílio. Disposto a enfrentar Alckmin para ser o presidenciável do PSDB, Virgílio afirmou ao Valor que a candidatura não pode ser definida antes de a denúncia do cartel de empreiteiras ser investigada no partido. “O PSDB tem que dar o exemplo e ouvir Alckmin. Temos uma comissão de ética para isso.”
Temer deve estar se deliciando. A vingança é mesmo um prato que se come frio..
Fonte: Carta Capital

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Educação - Mercantilização do ensino - Por que as universidades particulares estão demitindo professores?

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por Ana Luiza Basilio
Para especialista, a reforma trabalhista e a retirada de direitos induzem as demissões em massa.

“Os sentimentos se misturam. O Brasil está vivendo um momento de pessoas pequenas que transformam o pensamento numa atividade grosseira, que operam a negação da alteridade. É difícil ser afastado por configurar uma ameaça”. O professor José Salvador Faro, que atuou por 21 anos na Universidade Metodista de São Paulo, é um dos 60 demitidos pela instituição este semestre.

Longe de ser isolado, seu caso é compartilhado por milhares de professores no País que foram desligados de suas instituições de ensino de julho para cá. A Estácio de Sá, instituição privada presente em todo o território nacional, anunciou a demissão de 1,2 mil professores. Em agosto, a Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), demitiu pelo menos 200 professores. A Anhembi Morumbi, que integra o mesmo grupo da FMU, deve demitir ao menos 150. Na Universidade Uniritter, que atua na região sul do Brasil, são 100 demitidos.

As instituições se ancoram no que chamam de reestruturação para justificar as mudanças que impactam não só a vida dos professores desligados, mas também aquela dos contratados, que têm de encarar redução de carga horária e, portanto, salarial, e consequente queda na qualidade da educação. Para os especialistas, o cenário de demissões em massa se ancora na Reforma Trabalhista em vigor desde novembro.

Na Universidade Metodista, odesligamentos, que atingiram principalmente os cursos de pós-graduação, mas também chegaram à graduação e ao Colégio Metodista, foram justificados como corte de custos. Os professores afastados, no entanto, alegam se tratar de uma reação contra aqueles que se opuseram à reforma de natureza administrativa, financeira e pedagógica praticada pela atual gestão. Em março deste ano, a Universidade nomeou para o cargo de reitor o economista e doutor em Ciências Ambientais, Paulo Borges Campos Júnior.

Uma professora demitida que preferiu não se identificar afirmou que, desde julho, a Universidade convive com a descontinuidade de cursos tradicionais, como o da Pós-Graduação em Administração, com a criação de mais cursos à distância em detrimento dos presenciais e corte de carga horária de vários docentes e coordenadores de cursos.

Ela também contou que, ao questionarem “a forma truculenta e arbitrária das decisões, que não passaram pelo crivo das instâncias colegiadas da Universidade”, muitos professores passaram a sofrer assédio moral.

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Ao aparente cenário de desmonte soma-se a fragilidade econômica da Universidade que vem penalizando seus funcionários. Faro afirma que os professores estão com os salários irregulares há quatro meses e há pelo menos 15 sem depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

As informações são confirmadas pelo Sindicato dos Professores do ABC (Sinpro-ABC) que divulgou uma nota de repúdio contra as demissões na sexta-feira 15. Em trecho, o sindicato afirma que “tem prestado total apoio à categoria, penalizada com atraso nos salários, 13º, férias e irregularidades nos depósitos do FGTS”.
Em outra passagem da publicação, atesta que a “direção, em diversas oportunidades, se reuniu com os representantes da Universidade para um entendimento, sobre a melhor forma de manter em dia o pagamento dos trabalhadores, e discutir alternativas na conservação e manutenção dos empregos da categoria na Instituição”
Na sexta-feira 15, o Colégio Episcopal, responsável pela supervisão da ação missionária e pastoral da Igreja Metodista, divulgou um pronunciamento no qual confirmam que, diante da crise econômica nacional, a Rede Metodista de Educação tem buscado realizar uma reorganização estrutural para zerar as dívidas bancárias e promover melhorias nos resultados das atividades educacionais. As demissões, segundo a nota, estão dentro desse contexto.

Outra passagem do comunicado diz que “A Igreja Metodista não apoia e nem respalda processos que gerem um sentimento de humilhação e perseguição política como divulgado pela mídia secular”
A Universidade Metodista é mantida pela Igreja Metodista e integra uma rede de educação formada por duas universidades, dois centros universitários e duas faculdades, além de 14 colégios.
A Metodista, no entanto, não é a única entre os casos de demissões expressivas de professores. Em agosto, também ganhou repercussão o caso da FMU, mantida pelo grupo americano Laureate, que, segundo informações da imprensa, demitiu 200 professores após anunciar um “novo modelo acadêmico, mais moderno e flexível”, que tem como objetivo preparar melhor os alunos para as oportunidades do mundo profissional. Desligamentos na Anhembi Morumbi, outra universidade do grupo, também estariam sendo discutidos, e devem atingir pelo menos 150 professores.
A Universidade Uniritter, com campus no Rio Grande do Sul, Porto Alegre e Canoas, também demitiu cerca de 100 professores na última semana, segundo informações do Sindicato dos Professores do Ensino Privado. Em reportagem veiculada pelo G1, além dos desligamentos, a universidade passa por um momento de reestruturação de seus cursos e redução de cargas horárias.
O mais expressivo numericamente foi o anúncio feito pela Estácio de Sá, instituição presente em todo o território nacional. Uma reorganização na base de docentes levou à demissão de 1,2 mil professores e o anúncio de um cadastro reserva, que configuraria o trabalho intermitente, também previsto na nova legislação trabalhista.
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A Estácio de Sá conseguiu derrubar a liminar que impedia a demissão dos professores
A decisão gerou uma reação da Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro que, inicialmente suspendeu 400 demissões no Estado; posteriormente, o Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro, via liminar, conseguiu suspender a demissão de professores em suas unidades em todo o país.
No entanto, a liminar foi suspensa na segunda-feira 11, pelo desembargador José Geraldo da Fonseca, como noticiou a coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo.

Para a diretora do Sinpro- SP, Silvia Barbara, o cenário é modificado pela Reforma Trabalhista. “Ela atua nesse ambiente antropofágico, de retirada de direitos dos trabalhadores, e certamente induz as demissões em grande escala”, atesta. Com o advento da Reforma, as despensas individuais e coletivas não precisam mais de autorização prévia de uma entidade sindical ou de celebração de convenção ou acordo coletivo para sua validação. A alteração figura no artigo 477-A da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

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Também incide sobre os casos, segundo a especialista, as mudanças ocorridas no Programa de Financiamento Estudantil (Fies) ao longo do tempo. “No início, as faculdades viveram um momento de expansão porque o dinheiro público chegava muito fácil. Depois, com as mudanças no financiamento, essa entrada começou a ficar mais restrita e, com menos dinheiro entrando e para manter a margem de lucro, começaram a praticar cortes”, avalia.
Silvia entende que estão colocadas aí não só as demissões, mas como o enxugamento das cargas horárias dos professores que permanecem nas instituições, a superlotação de algumas salas e a maior adesão ao ensino a distância. “Temos lutado no âmbito dos sindicatos contra o que chamamos de mercantilização do ensino. O regramento pedagógico dessas instituições vem sendo feito no sentido de flexibilizar as regras de funcionamento, precarizar o trabalho docente e facilitar a acumulação de capital, de lucro”, explica.
Para ela, trata-se de uma luta de natureza política que pede um olhar do Ministério da Educação. “O papel do MEC de coibir essa mercantilização extrema é central, mas hoje vemos que atuam no sentido de facilitar isso”. Silvia entende que um dos caminhos para reverter essa lógica é garantir a autonomia universitária, “que não deve ser decidida pela mantenedora, por ter deliberação acadêmica”.
Concorda com a especialista o professor José Salvador Faro, “resgatar a autonomia e se desvincular do estilo empresarial que adquiriu é a única forma da faculdade resgatar seus fundamentos e a sua natureza”.
Fonte: Carta Capital

Órgão ameaça punir WhatsApp por compartilhar dados com Facebook

Da Exame:
O órgão de defesa da privacidade de dados da França pode penalizar o aplicativo de mensagens WhatsApp se a empresa não cumprir uma determinação para adequar o compartilhamento de dados com a controladora Facebook à lei de privacidade francesa.
A autoridade francesa de proteção de dados -Cnil- disse na segunda-feira que deu ao WhatsApp um prazo de um mês para que a empresa cumpra a determinação e tenha especial atenção com a obtenção do consentimento dos usuários. Caso o WhatsApp não cumpra o determinado, poderá sofrer sanções, disse o órgão.
O Cnil informou que o WhatsApp não tem base legal para compartilhar dados de usuários com o Facebook e violou sua obrigação de cooperar com a autoridade francesa.
O WhatsApp, comprado pelo Facebook em 2014, disse no ano passado que começaria a compartilhar dados de usuários com o grupo de mídia social em 2016, gerando alertas dos órgãos de segurança da privacidade europeus sobre receber consentimento apropriado.
Em outubro, os reguladores da privacidade da União Europeia criticaram o WhatsApp por não ter resolvido suas preocupações sobre o compartilhamento de dados de usuários pelo serviço de mensagens com o Facebook um ano depois de terem emitido o alerta.
O regulador francês disse que o WhatsApp não obteve o consentimento dos usuários para começar a compartilhar seus números de telefone com o Facebook para fins de “business intelligence”.
“A única maneira de recusar a transferência de dados para o objetivo de inteligência empresarial é desinstalar o aplicativo”, afirmou o Cnil em um comunicado.
O regulador aceitou a transferência de dados de usuários por razões de segurança, pois aparentemente é essencial para o funcionamento do aplicativo. Mas o órgão disse que o mesmo não se aplica para fins de inteligência empresarial.
“A privacidade é incrivelmente importante para o WhatsApp. É por isso que coletamos poucos dados e toda mensagem é criptografada”, disse uma porta-voz da WhatsApp.
Fonte: DCM