quarta-feira, 31 de julho de 2019

A ÉTICA FASCISTA

Ilustração de Guidacci
Ninguém acorda fascista, de repente. As pessoas vão se tornando fascistas dia após dia. O fascista está convencido de que diante do caos, da corrupção total, apenas o líder é honesto e virtuoso. O líder teria, então, uma missão redentora a cumprir, custe o que custar. Aí começa a funcionar a ética fascista.

ARTIGO

Rodrigo Perez Oliveira, professor de Teoria da História na Universidade Federal da Bahia, com ilustração de Guidacci.

O vocabulário político é formado por conceitos que se transformam ao longo do tempo, sem que com isso percam seu significado básico. Não é apenas de transformações que se faz a história. Há as continuidades também;

O conceito “fascismo” é prova disso.

Termo criado para designar os governos autoritários que ascenderam na Europa na década de 1930, especialmente na Itália e na Alemanha. “Fascismo” se tornou uma daquelas palavras constantemente evocadas no debate político, sempre com o objetivo de desqualificar o adversário.

“Fascista” é sempre o outro.

Para não cairmos nas armadilhas de uma palavra muito usada e abusada, é necessário conhecer com cuidado o seu significado básico, aquele que sobreviveu aos últimos 90 anos.

Tanto os governos autoritários europeus dos anos 1930 como parte do governo de Jair Bolsonaro são fascistas, porque evocam uma ética peculiar, perigosamente relativista.

Ética: conjunto de preceitos que definem os comportamentos humanos como certos ou errados.

O fascismo é semente que só dá fruto no terreno do caos, da destruição completa. Apenas sociedades que se percebem como colapsadas, destruídas, se tornam receptivas ao fascismo.

O fascismo é sempre mobilizador, pois conta com adesão apaixonada de parcela da população. O fascismo jamais fica restrito às elites. Pra ser fascismo mesmo, carece de apoio popular.

O fascista está convencido de que diante do caos, da corrupção total, apenas o líder é honesto e virtuoso. O líder teria, então, uma missão redentora a cumprir, custe o que custar. Aqui, nesta percepção, começa a funcionar a ética fascista.

Aquilo que normalmente é visto como errado (matar, torturar) é tolerado pelo fascista, que considera esses crimes como desvios necessários para a regeneração.

A ética fascista mira no futuro. O fascista considera legítimo o sacrifício do presente. O futuro é seu objeto de desejo. O fascista goza com a ausência, com aquilo que existe apenas como projeção, como expectativa.

A relação do fascista com o líder precisa ser direta, sem nenhum tipo de mediação. O fascista não tolera as instituições mediadoras que fundam a democracia moderna: o poder Legislativo e o poder Judiciário.

Para o fascista, todas as instituições estão corrompidas e, por isso, devem ser abolidas, ainda que temporariamente. Na lógica fascista, a representação política não se dá através do voto, mas sim pela projeção de afeto ao líder.

Em 27 de fevereiro de 1933, os fascistas alemães atearam fogo ao Parlamento, considerado obstáculo ao projeto regenerador liderado pelo chefe.

Em 26 de maio de 2019, os fascistas brasileiros foram às ruas para pedir o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.

Precisamos ser cuidadosos com a comparação.

No Brasil dos nossos tempos, o fascismo ainda não conseguiu ocupar a totalidade do Estado. Não ocupou sequer a totalidade do governo. Por mais de uma vez, as instituições da República funcionaram e confrontaram a pulsão fascista do núcleo mais próximo a Jair Bolsonaro.

A cada derrota institucional, Bolsonaro radicaliza seu discurso, o que o coloca diante de um paradoxo: é fraco como presidente, mas é forte como agitador fascista. Pra ser presidente na democracia, precisa trabalhar com as instituições, por dentro das instituições. Bolsonaro não sabe fazer isso. Não quer fazer isso. Pra ser líder fascista, precisa excitar uma base social disposta a ultrapassar todos os limites. Bolsonaro sabe fazer isso como ninguém.

A novidade das últimas semanas é que o escândalo da Vazajato aumentou o campo de adesão ao fascismo junto aos figurões da política brasileira. Acuado, Sérgio Moro busca legitimidade junto à base social orgânica do fascismo bolsonarista. Isso não deixa de ser uma derrota para o homem que, em janeiro, era o “superministro”, o grande fiador do governo que tomava posse sob a desconfiança de todos.

Os vazamentos trouxeram à luz do dia toda sorte de violação dos valores fundamentais ao Estado de direito. Moro perdeu apoio. Veículos da mídia como a revista “Veja” e os jornais “Estadão” e “Folha de São Paulo”, que nos últimos quatro anos colaboraram para monumentalizá-lo, desembarcaram.

Sobrou apenas a Globo e a base social fascista. A empresa dos irmãos Marinho sabe que não é possível, simplesmente, abandonar Sérgio Moro, de quem foi cúmplice durante esses anos todos. Trata-se de uma adesão pragmática, movida por instinto de sobrevivência. Os fascistas estão convencidos de que os desvios de Moro foram necessários, se justificam pelo bem maior: a punição daqueles que corromperam a nação.

Cadeia é pouco! Se pudessem, os fascistas estripariam Lula e outras lideranças petistas, lhes arrancariam as vísceras em praça pública.

A marcha fascista segue firme, com sua base em estado de crescente radicalização. Nem todos os 57,8 milhões de eleitores de Bolsonaro são fascistas. Dizer o contrário seria de uma insensibilidade política imperdoável.

Parte desse contingente já pulou fora, como comprovam as recentes pesquisas de opinião. Mas uma parcela nada insignificante, cujo tamanho ainda não conhecemos com clareza, se mantém firme, convicta. O fascismo, por natureza, é filho da convicção.

É assim, leitor e leitora, que o fascismo vai ganhando eco na sociedade civil. De repente, aquele tio atencioso, aquele pai carinhoso, aquela mãe acolhedora, começam a dizer que nomeação de filho pra embaixada não é nepotismo. Afirmam que, a depender das circunstâncias, a tortura é prática tolerável. Trabalho infantil passar a ser algo aceitável, atividade formadora de caráter.

“O trabalho liberta”. Assim estava escrito no portão de entrada de Auschwitz.

Pouco a pouco, o tio, o pai, a mãe, vão ultrapassando limites, vão chegando próximos daquilo que consideram ser a solução final para todos os problemas: o extermínio daqueles que atrapalham o projeto regenerador.

Ninguém acorda fascista, de repente, em uma manhã de inverno ao sul do Equador. As pessoas vão se tornando fascistas dia após dia. O processo é irreversível. O fascismo é doença política terminal.

Fonte: Jornalistas Livres

O governo que merecemos… O mesmo, de novo!

Há quase um ano todos nós, brasileiros, demos uma resposta contundente nas urnas, dizendo à classe política que estávamos cansados de tanto escracho com o país. Cansaço esse amplamente demonstrado nas ruas, ainda na gestão da, então, presidente Dilma Rousseff – que acabou sofrendo o segundo impeachment da história recente brasileira.
Não que a escolha pelo “capitão” tenha sido unanimidade nacional, mas diante do que tínhamos na mesa de escolhas, foi o que era possível para aquele momento. Não obstante não ser a “escolha ideal”, ficou claro que o melhor a fazer era torcer para que o Brasil desse certo, posto que a escolha (embora não massiva) foi feita pela maioria votante do país, como manda a democracia!
Entretanto, nosso presidente parece gostar de circular na polêmica, batendo de frente com tudo aquilo que é “normal”. Enquanto todos esperavam o seu engajamento na aprovação da reforma da previdência (que, bem ou mal, é necessária), ele deixou seu ministro da Economia “apanhar” sozinho no parlamento (exatamente como fez com o “superministro” da Justiça).
Isso sem contar os “pequenos” escorregões em questões desnecessárias em que se meteu, como multas, cadeirinhas, armas, orientação sexual, religião, diplomacia, etc. Aliás, essas duas últimas questões, parece ter despertado especial atenção do presidente: Querer a todo custo empossar um ministro na mais alta corte do país que seja “terrivelmente evangélico” e tornar seu filho, a todo custo, embaixador em Washington.
Por que um ministro do Supremo Tribunal Federal tem que ser, primordialmente, evangélico? Afinal, diz a constituição que esse cargo exige (entre outros requisitos) notável saber jurídico e reputação ilibada… seja ele pertencente a qualquer linha religiosa, até porque o Brasil é um Estado laico. Teria nesse “pré-requisito” do presidente motivação política com alguma bancada parlamentar?
Já na questão da embaixada em Washington (a mais importante de todas), a não ser que tenha sido a coincidência mais espetacular do planeta, fica claro que o presidente deixou o cargo vago até que seu filho completasse a idade mínima para ser indicado. E o pior… mesmo até as pedras dizendo que seu filho não tem a menor qualificação para ocupar o posto, ele insiste – por puro capricho – fazer dele um diplomata! Não há explicação para tamanha insanidade.
E para fechar com chave de ouro, o filho senador teve o inquérito que o complicava há meses, arquivado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, quando – até por uma questão de honestidade e transparência com o povo que elegeu toda a família – deveriam deixar a investigação seguir e ser concluída para que a verdade viesse à tona e o absolvesse de forma plena e absoluta.
Resumo da ópera… Destituímos um governo corrupto e colocamos no lugar uma família que conduz o país de forma quase monárquica, com um pai-presidente que não se entende com seu próprio partido e não conversa com o parlamento, um filho-senador que se esquiva de se defender ante uma grave acusação, um filho-deputado prestes a se tornar embaixador pelo pai (sem o mínimo preparo para isso) e, de quebra, um filho-vereador ausente da câmara que o elegeu, mas constantemente em Brasília, ditando as regras para que o pai sacuda um governo que a gente até torce para que dê certo, mas que fica cada dia mais difícil.
Fonte: https://prsouza.wordpress.com

Cada povo tem o governo que merece! "Concordo plenamente!! - EDUARDO VASCONCELOS

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Observando atentamente o cenário político atual, não me lembro de ter presenciado uma eleição tão disputada como essa! Longe de querer apoiar este ou aquele candidato, me espanta tamanha discórdia disseminada nesta campanha, a ponto de ver amizades sólidas se desfazerem pelo ódio despertado nas “paixões” políticas de cada um de nós. Então me faço a seguinte pergunta: “O que realmente estará em jogo para que as pessoas se desfaçam até de suas amizades por uma campanha?”. 
Certamente que deve estar em jogo algo muito sério (talvez até muito “sinistro”) uma vez que até ex-presidentes saiam de sua zonas de conforto para defender e/ou atacar os candidatos de forma tão contundente. Opiniões e paixões à parte, que cada um de nós observe, pese e julgue aquilo que melhor lhe convier depois de analisar os feitos e propostas de cada candidato, sem partir ao perigoso e desesperado jogo político de ataques pessoais. 
Tenho a minha opinião formada, não por favores recebidos (que nunca tive), tampouco por ilusões fantásticas, visto que sempre participei do “momento nacional” de perto, vivenciando cada um deles de forma sóbria e não sabendo “por outrem”. 
Espero que cada um de nós julgue da melhor e mais inteligente maneira possível em quem devemos votar, nos despindo de vícios e “convencimentos” de quem quer que seja, mas buscando no fundo de nossa inteligência, para que não nos arrependamos por longos quatro anos que virão com o próximo governo… E para que não nos pese o arrependimento de não ter feito a diferença enquanto podíamos, porque – no frigir dos ovos – cada povo tem o governo que merece!
 Fonte: https://prsouza.wordpress.com

segunda-feira, 29 de julho de 2019

A comedora de corda que queria aparecer… dançou!

A delegada Juliana Lopes Bussacos, titular da 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, em São Paulo, encerrou nesta tarde (29) o inquérito que apura a denúncia de estupro e agressão feita pela modelo Najila de Souza contra Neymar, e decidiu não indiciar o jogador pelo crime. (ANSA).

Por Robson Pires

MPF: Cunha, Geddel, Henrique Alves e mais 11 devem devolver R$ 3 bilhões à Caixa

Por Robson Pires
A força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) que atua na Operação Greenfield propôs quatro ações civis de improbidade administrativa contra investigados na operação Cui Bono, que apurou irregularidades com recursos da Caixa Econômica Federal.
Dentre os alvos dessas ações, que pedem o ressarcimento de R$ 3,17 bilhões, estão os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, e o ex-ministro Geddel Vieira Lima, ambos do MDB.
As ações se referem a liberações de crédito para os grupos empresariais Marfrig, Bertin, J&F, Grupo BR Vias e Oeste Sul Empreendimentos Imobiliários.

Bolsonaro ataca presidente da OAB: “Se ele quiser saber como pai dele desapareceu na ditadura, eu conto”.

Fernando Santa Cruz Oliveira, pai do presidente do órgão, desapareceu após ter sido preso por agentes do regime militar no Rio.

Talita Fernandes e Ricardo Della Coletta, via UOL em 29/7/2019

Ao reclamar sobre a atuação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) na investigação do caso de Adélio Bispo, autor do atentado à faca do qual foi alvo, o presidente Jair Bolsonaro disse que poderia explicar ao presidente da entidade, Felipe Santa Cruz, como o pai dele desapareceu durante a ditadura militar (1964-1985).

“Por que a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de um dos caríssimos advogados? Qual a intenção da OAB? Quem é essa OAB? Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele.”

“Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar nas conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco e veio desaparecer no Rio de Janeiro”, disse Bolsonaro.

Felipe é filho de Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira, desaparecido em fevereiro de 1974, após ter sido preso junto de um amigo chamado Eduardo Collier por agentes do DOI-Codi, órgão de repressão da ditadura militar, no Rio de Janeiro.

Fernando era estudante de direito e funcionário do Departamento de Águas e Energia Elétrica em São Paulo e integrante da Ação Popular. Felipe tinha dois anos quando o pai desapareceu.

No relatório da Comissão Nacional da Verdade, responsável por investigar casos de mortos e desaparecidos na ditadura, não há registro de que Fernando tenha participado da luta armada.

O documento, inclusive, ressalta que Fernando à época do seu desaparecimento “tinha emprego e endereço fixos e, portanto, não estava clandestino ou foragido dos órgãos de segurança”.

Ainda sobre o caso de Adélio, Bolsonaro disse que ele “se deu mal”.

“Adélio se deu mal. Eu não recorri porque se recorresse ele seria julgado não por homicídio, mas tentativa de homicídio, em um ano e meio ou dois estaria na rua. Como não recorri, agora é maluco o resto da vida. Vai ficar num manicômio judicial, é uma prisão perpétua. Já fiquei sabendo que está aloprando por lá. Abre a boca, pô”, afirmou.

Sem manifestações de Bolsonaro e do Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais, a 3ª Vara Federal de Juiz de Fora encerrou o caso.

​Bolsonaro foi intimado no dia 28 de junho sobre a decisão e não recorreu. O MPF já havia sido intimado no dia 17 daquele mês. O prazo para recursos se esgotou em 12 de julho.

Na decisão, o juiz responsável diz que a investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal não deixa dúvidas sobre a autoria do crime.

Mas, como o réu tem transtorno mental e é considerado inimputável, o magistrado decidiu pela absolvição imprópria – quando uma pessoa é declarada culpada por um delito, mas não tinha capacidade de entender o que estava fazendo quando cometeu o ato – e internação por medida de segurança.

Segundo a Lei de Execuções Penais, nesses casos o preso deve ser encaminhado a hospitais de custódia para receber tratamento psiquiátrico.

O juiz, porém, optou por manter Adélio no presídio federal de Campo Grande. Medidas de segurança não têm prazo determinado, e o preso depende da alta de um médico para que seja liberado.

Repercussão

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse na segunda [29/7] repudiar declarações do presidente sobre o desaparecimento do pai do presidente da OAB.

Dino, que participava de uma reunião dos governadores do Nordeste em Salvador, classificou a fala do presidente como execrável, por “evocar um ato de tortura e desaparecimento”.

“É realmente impactante, chocante e execrável sob todos os aspectos a declaração sobre o presidente do Conselho Federal da OAB […] Um dano familiar tão grave não deve ser evocado por ninguém em nome de interesses políticos”, disse o governador.

Dino ainda afirmou que as declarações de Bolsonaro configuram “uma gravíssima agressão familiar e pessoal” e refletem um método adotado pelo mandatário. “Esperamos que o presidente abandone essa postura.”

Quem foi Fernando de Santa Cruz Oliveira

Militante da Ação Popular (AP), grupo marxista ligado à juventude católica fundado em 1962, o pai do atual presidente da OAB foi visto pela última vez por seus familiares em 23 de fevereiro de 1974, segundo o relatório da Comissão Nacional da Verdade.

Fernando de Santa Cruz Oliveira havia saído de casa para encontrar um amigo de infância e havia dito à família que, caso não voltasse até as 18 horas daquele dia, “provavelmente teria sido preso”.

A Comissão Nacional da Verdade, criada pelo Estado para fazer um registro oficial dos crimes do regime militar, relata que Fernando e seu amigo – Eduardo Collier Filho, também militante contra a ditadura – provavelmente foram presos por agentes do DOI-Codi no Rio.

O relatório narra a partir daí o esforço dos familiares dos dois para descobrir, sem sucesso, o paradeiro de Fernando e Eduardo.

A mãe de Fernando chegou a ir ao quartel-general do 2º Exército, em São Paulo, quando recebeu a informação, de um agente do local, de que seu filho e Eduardo estavam naquelas dependências. Ao retornar, pouco dias depois, recebeu de outro funcionário uma informação diferente: a de que ocorrera um equívoco e que Fernando e Eduardo não estavam no 2º Exército.

Os familiares seguiram com as buscas, ainda de acordo com o relatório da Comissão Nacional da Verdade. Foram enviadas cartas ao comandante do 2º Exército e ao general Golbery do Couto e Silva, que em março de 1974 assumiu a chefia da Casa Civil do governo Ernesto Geisel.

A família recebeu uma resposta do 2º Exército, que negou que Fernando estivesse preso desde fevereiro de 1974 em “qualquer dependência” da instituição [2º Exército].

O texto da Comissão da Verdade também revela que a família escreveu cartas à primeira-dama dos Estados Unidos, à Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a dom Helder Câmara, entre outras pessoas influentes.

O regime militar disse, em resposta à CIDH, que Fernando estaria vivendo na clandestinidade.

Apesar da versão oficial, a Comissão da Verdade cita um documento de 1978 no qual o Ministério da Aeronáutica reconhece que Fernando foi preso em fevereiro de 1974.

“Já na década de 1990, o Relatório da Marinha enviado ao então ministro da Justiça, Maurício Corrêa, em dezembro de 1993, informava que Fernando teria sido preso no dia 23 de fevereiro de 1974, sendo considerado desaparecido desde então”, acrescenta o relatório.

A Comissão da Verdade elencou duas hipóteses para o caso do pai do atual presidente da OAB. A primeira é a de que, depois de preso no Rio, ele foi levado para o DOI-Codi em São Paulo.

“Essa indicação do DOI-Codi/SP como possível órgão responsável pelo desaparecimento de Fernando e Eduardo aponta para a possibilidade de os corpos dos dois militantes terem sido encaminhados para sepultamento como indigentes no Cemitério Dom Bosco, em Perus”, diz o texto.

Outra possibilidade levantada pela c omissão é a de que Fernando e seu amigo foram encaminhados para a chamada Casa da Morte, em Petrópolis (RJ), “e seus corpos levados posteriormente para incineração em uma usina de açúcar”.

“Fernando de Santa Cruz Oliveira e Eduardo Collier Filho permanecem desaparecidos até hoje”, conclui a Comissão Nacional da Verdade.

Colaborou João Pedro Pitombo, de Salvador.

REDES SOCIAIS

Moro deveria se afastar do Ministério da Justiça, diz Alberto Toron


Jornal GGN – O criminalista Alberto Toron afirmou em entrevista ao Estadão que o ministro da Justiça Sergio Moro deveria se afastar da Pasta para não contaminar as investigações da Operação Spoofing, contra um grupo de hackers que invadiu celulares de autoridades.


“Moro, para ser coerente, deveria se afastar da chefia do Ministério da Justiça e Segurança Pública a fim de que se garantisse a isenção das investigações. O fato de ser vítima e chefe do órgão que apura a interceptação pode ditar rumos que desviem a investigação da busca da verdade”, disse.
Moro deveria se afastar do Ministério da Justiça, diz Alberto Toron

"O fato de ser vítima e chefe do órgão que apura a interceptação pode ditar rumos que desviem a investigação da busca da verdade”, comentou o criminalista

Na semana passada, Moro mostrou que teve acesso ao inquérito e, não bastasse isso, ainda ligou para autoridades hackeadas prometendo descarte do material colhido pelo grupo sob investigação. “Destruir provas é como jogar sujeira para debaixo do tapete”, comentou Toron.

Para o criminalista, as conversas reveladas pelo Intercept – ainda não há provas de que os hackers da Operação Spoofing são os responsáveis por elas – “ainda não trouxeram algo verdadeiramente demolidor do ponto de vista jurídico-processual. Mas trouxeram coisas muito graves.”

Ainda na visão dele, o Intercept não comete crimes ao divulgar as mensagens, ao contrário do que afirma Moro. “A partir do momento que o material chegou às mãos da imprensa, não me parece que possa haver uma restrição na sua publicação. Talvez só em casos que envolvam segurança nacional, fora daí não.”

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Estados Unidos assumem controle da distribuição de gasolina e diesel no Brasil


As refinarias norte-americanas já respondem por quase 90% de todo o óleo diesel importado pelo país. E hoje cerca de 25% do óleo diesel consumido no país é importado.

Por realizar todo o seu transporte via estradas, e ser um dos maiores países do mundo em extensão, o Brasil é um dos maiores consumidores do mundo de diesel e gasolina. Quem controlar a distribuição desses combustíveis no país ganhará muito dinheiro.

Agora só falta os americanos adquirirem as refinarias da Petrobras, que não por acaso são as indústrias mais importantes do país, para que o país fique totalmente sob controle dos interesses econômicos e políticos dos Estados Unidos.


A Petrobras acaba de vender 35% da BR Distribuidora por US$2,5 bilhões, cerca de R$9,6 bilhões, para 160 investidores de diferentes países, a exemplo de Reino Unido, Canadá e Estados Unidos, entre outros.

A Petrobras vendeu 35% da empresa, e ficou com 37%. Com isso, a BR Distribuidora se tornou uma empresa privada.

Os bancos envolvidos na operação são Merril Lynch, Citi, Credit Suisse, JP Morgan, Santander, Itaú e XP.

Fonte:https://limpinhoecheiroso.com/2019/07/25/estados-unidos-assumem-controle-da-distribuicao-de-gasolina-e-diesel-no-brasil/