terça-feira, 29 de agosto de 2017

Com atraso na Câmara, reforma política para 2018 pode não sair do papel

Foto Lula Marques/AGPT
 
Jornal GGN - A votação da reforma política pela Comissão Especial foi cancelada nesta terça-feira (29), após os deputados não chegarem a um consenso sobre o texto do relator Vicente Cândido (PT-SP) e as mudanças que interessam às bancadas.
 
A ideia inicial do presidente em exercício da Câmara, André Fufuca (PP-MA), enquanto Rodrigo Maia (DEM-RJ) conduz as atividades do Planalto com a viagem internacional de Michel Temer, era colocar em pauta na manhã desta quarta-feira (30) a PEC 282, uma das partes da reforma política em debate.
 
O segundo texto, de relatoria da deputada Shéridan (PSDB-RR), busca incluir nas mudanças eleitorais dos parlamentares a extinção das coligações partidárias, a partir de 2018, e a criação de uma cláusula de desempenho para os partidos.
 
O texto em análise pelo Plenário serviria como uma forma de pressão para os deputados decidirem sobre o principal deles, de autoria de Vicente Cândido, que cria um fundo público para financiar as campanhas e o chamado "distritão".
 
A falta de consenso fez com que o caso novamente atrasasse ainda na Comissão Especial. Os parlamentares encerraram a reunião que nem chegou a ter início nesta quarta-feira na Câmara, e tampouco definiram nova data para o encontro do colegiado.
 
O presidente em exercício da Casa pelo menos aparenta esperanças. Defendeu que um acordo deve ser definido até o fim desta semana. Mas o próprio líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), admitiu que não há votos suficientes (são necessários pelo menos 308) para nenhum dos pontos da reforma política.
 
"Consenso não teremos, mas o ideal é que possamos construir uma posição majoritária para que possamos votar, já que temos matérias que são PECs", afirmou Ribeiro. Para o líder do PDT, "infelizmente o caminho que estamos seguindo é para não decidir nada".
 
"Não existe nenhuma proposta que seja consenso, portanto só tem um jeito: fazer um acordo para uma reforma política em 2040 ou 2050, porque as pessoas não estarão mais aqui", chegou à conclusão o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE).

Fonte: http://jornalggn.com.br

Direita sem voto fantasia um Lula sem povo. Assista e confira



Aquele site de extrema-direita do qual aqui não se pronuncia o nome, fica desesperado com o sucesso da caravana de Lula pelo Nordeste.

Ele, e outros “coxinhas” produzem a versão de que os atos estejam esvaziados.

Hoje, para provar que o ato que reuniu milhares de pessoas ontem em Mossoró (RN) foi um fracasso, publicou uma foto com poucas pessoas no local.

A foto não é falsa, é verdadeira.

Mas foi tirada à tarde, ainda com sol.

E o ato foi à noite…

Manipulação tão barata quanto torpe.

Para não colocar as imagens – lindas, competentíssimas – de Ricardo Stuckert, fui buscar as feitas num vídeo por um jornal local, o Defato.

É para você entender que o jornalismo padrão “Veja” – que vai muito além da revista, é uma abreviatura.

O nome completo é “Veja só o que nós queremos, do jeito que queremos que você Veja”


Fonte> http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

AMES - NOVA CRUZ/RN, 28 DE AGOSTO, 23 ANOS DE LUTAS E CONQUISTAS, MAS HOJE QUASE NADA PRA COMEMORAR!!!

No dia 28 de agosto de 1994 na Escola Municipal PEREIRA MATOS - Nova Cruz-RN, nas a AMES - Associação Municipal de Estudantes, entidade sem fins lucrativos e em defesa dos estudantes, da educação, do movimento estudantil, da cultura, da liberdade de expressão e a todo tipo de discriminação.

No decorrer desses 23 anos foram vários presidentes que aqui passaram. Primeiro seu fundador e idealizador, Eduardo Vasconcelos, ex dirigente da da UMES-NATAL (1987) e da APES (1990/1) e os demais ex presidentes, entre eles na sequência: Antonio Virgílio dos Santos; Edson Neves de Lima; Maria do Socorro Mendonça; Wilton Teixeira da Silva; Aldo Roberto dos Santos; Fernando Luiz dos de Souza (2 mandatos); Ricardo Emergino e Elaine Faustino.

Foram muitas conquistas, entre elas destacamos a Lei do Grêmio Estudantil nas Escolas Municipais, Estaduais e Particulares; a MEIA ENTRADA; RECOMENDAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA O CUMPRIMENTO DA MEIA ENTRADA; MEIA PASSAGEM INTERMUNICIPAL; ELEIÇÕES DIRETAS PARA DIRETORES DE ESCOLAS; Participações em 3 Congressos da UBES (União Nacional dos Estudantes - (1994 a 2008); Participações nos Conselho Municipais de Educação; da Assistência Social e da Saúde, VOTO AOS 16 ANOS, Núcleo da UERN, Campus do IFRN Vestibular dos Cursos a Distância da UFRN (que fazia 4 anos que não tinha vestibular, entre outras.

Além da criação em 2011 da Comissão em Defesa dos Campus da UERN e UFRN, Já!

Mas hoje não temos quase nada para comemorar, pois as conquistas adquerida nos governos Lula e Dilma estão sendo ameaçados pelo atual governo, como o FIES, PROUNI, entre outros.

É preciso uma nova reflexão da estudantada/juventude para avaliar a atual conjuntura e partir para a luta de forma eficaz e consciente, PORTANTO NEM UM DIREITO A MENOS!

A AMES SOMOS NÓS, NOSSA FORÇA E NOSSA VOZ!

domingo, 27 de agosto de 2017

Banqueiro afirma que caos econômico do governo Temer pode levar a confisco das poupanças



Não há nada que não esteja ruim o bastante neste governo golpista que não possa ser piorado. O banqueiro Luiz Cezar Fernandes, fundador dos Bancos Garantia e Pactual, em seu perfil na rede Linkedin, faz um alerta de que a deterioração das contas públicas vai levar o país ao caos e os bancos não terão alternativa a não ser "impedir seus clientes de efetuarem os saques de suas poupanças à vista ou a prazo".

Impedir que cliente saque seu dinheiro é confisco.


APERTE O BOLSO: O CALOTE VEM AÍ
Por Luiz Cezar Fernandes 

O PRÓXIMO GOVERNO SE SENTIRÁ SEDUZIDO, INEVITAVELMENTE, POR UM CALOTE NA DÍVIDA PÚBLICA.

O crescimento da dívida pública interna atingirá 100% do Produto Interno Bruto – PIB do Brasil, já na posse do próximo governo. A situação será insustentável, gerando uma completa ingovernabilidade.
Os bancos, hoje cartelizados em 5 grandes organizações, têm diminuído assustadoramente os empréstimos ao setor privado e vêm aumentando, em proporção inversa, a aplicação em títulos da dívida pública.
Os países que recentemente entraram em default, como a Grécia, não causaram grandes impactos internos, pois sua dívida era sobretudo externa e em grande parte pulverizada, inclusive em bancos centrais, fundos mútuos e de pensão.
O caso do Brasil é essencialmente diverso. Um default nossa dívida interna implicará na falência do sistema, atingindo de grandes bancos a pessoas físicas, passando por family offices e afins.
Para evitarem uma corrida bancária, as grandes instituições bancárias terão, obrigatoriamente, que impedir seus clientes de efetuarem os saques de suas poupanças à vista ou a prazo.
Caso contrário, teremos uma situação ainda mais grave que a vivida pela Venezuela Reformas já ou só restará o CALOTE.
Mais informações? Clique aqui e assista a uma entrevista de Fernandes ao 247.

Fonte: http://blogdomello.blogspot.com.br

NO GOLPE, UM MENINO DE 33 ANOS VENDE O PRÉ-SAL, A ELETROBRÁS E A AMAZÔNIA

No Brasil pós-golpe, pouca atenção tem sido dada ao papel predatório do ministro Fernando Coelho Filho, que, com apenas 33 anos, age como o maior corretor de riquezas nacionais que já pisou em Brasília; como ministro de Minas e Energia, ele vazou para empresários canadenses a liquidação de um pedaço da Amazônia do tamanho da Dinamarca, colocou a Eletrobrás à venda e mentiu ao dizer que os preços cairiam, além de estar prestes a leiloar o pré-sal; filho do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), denunciado na Lava Jato, ele tenta vender o Brasil, antes que o golpe ou o governo Temer cheguem ao fim

247 – Houve um tempo em que o ministério de Minas e Energia era reservado a quadros técnicos, com visão estratégica sobre o desenvolvimento nacional. Gente interessada em garantir a oferta de energia e a própria soberania do País.

Com o golpe inaugurado em 2016, a pasta foi entregue a um ministro com cara de criança, filho de um político investigado por corrupção da pesada, o senador Fernando Bezerra (PSB-PE), e que, com sua caneta predatória, age como o maior corretor das riquezas nacionais que já pisou em Brasília.

Trata-se de Fernando Coelho Filho, que, com apenas 33 anos, já colocou à venda a Eletrobrás, um pedaço da Amazônia do tamanho da Dinamarca e se prepara para leiloar o pré-sal. Nada mal para quem parece ter acabado de sair do colegial.

Segundo denúncia publicada neste sábado pela BBC, Fernando Coelho Filho vazou a empresários canadenses o fim de uma gigantesca reserva mineral na Amazônia, que seria aberta à exploração mineral (leia mais aqui).

Foi também quem ele quem anunciou a venda da Eletrobrás e mentiu ao prever queda das tarifas. Poucos dias depois, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o desmentiu, apontando que haverá aumento de, no mínimo, 16,7% nos preços (leia aqui).

O próximo passo será a venda do pré-sal, em que a Petrobras de Pedro Parente dirá não ter interesse na maioria dos blocos.

Em todos esses movimentos, estarão as digitais de Fernandinho, um ministro que é a cara do golpe – um regime que vendeu com a soberania brasileira por um punhado de dólares em tenebrosas transações.


Fonte: http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br

sábado, 26 de agosto de 2017

POLÍTICA - Artigo do Leonardo Boff

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Que as urnas os condenem (Crédito: Revista Forum) O Conversa Afiada reproduz afiado artigo do teólogo Leonardo Boff: Brasil: um barco desgovernado e à deriva 

A gravidade de nossa crise generalizada nos faz sentir como um barco à deriva, entregue à mercê dos ventos e das ondas. O timoneiro, o presidente, é acusado de crimes, cercado de marujos-piratas, em sua maioria (com nobres exceções) igualmente, corruptos ou acusados de outros crimes. É inacreditável que um presidente, detestado por 90% da população, sem nenhuma credibilidade e carisma, queira timonear um barco desgovernado. 

Nem sei se é obstinação ou vaidade, elevada a um grau estratosférico. Mas, impávido, continua lá no palácio, comprando votos, dispensando benesses, corrompendo a já corruptos para evitar que responda junto ao STF a pesadas acusações que lhe são imputadas. Está pondo 57 empresas à privatização que inclui terras amazônicas e até a Casa da Moeda, símbolo da soberania de qualquer país. 

É uma vergonha internacional  apresentarmos tal figura apagada e sombria e termos, como país, chegado a este ponto e conhecido a admiração de tantos outros países pelas políticas corajosas feitas em favor das grandes maiorias empobrecidas graças aos governos progressistas Lula-Dilma. 

Pode a difamação dos opositores, apoiados por grupos ligados ao stablishment internacional que a todos quer alinhar a suas estratégias, tentar satanizar a figura de Lula e desfazer o mérito dos benefícios que ele propiciou aos deserdados da terra. Mas não estão conseguindo chegar ao coração do povo. Este sabe e testemunha: “Apesar de erros e equívocos, é inegável que Lula sempre amou os pobres e esteve do nosso lado. Mais que o pão, a luz, a casa, o acesso à educação técnica ou superior, ele nos devolveu dignidade; somos gente e não somos mais condenados à invisibilidade social”. 

Querem destruir Lula, como líder politico e como pessoa. Não o conseguirão, porque a mentira, a distorção, a vontade raivosa e persecutória de um juiz justiceiro que julga mais pela raiva do que pelo direito, jamais irão desfigurar alguém que se transformou em um símbolo e em um arquétipo no Brasil e no mundo. 

Dizem seguidores da psicologia profunda de C. G. Jung que quem se transformou em símbolo pela saga de sua vida e pelo bem que fez para os outros, se torna indestrutível. Virou símbolo de um poder político benfazejo para os mais desvalidos de nossa história, marcados por muitas chagas. O símbolo penetra o profundo das pessoas. Dispensa palavras. Fala por si mesmo. 

O símbolo possui um caráter numinoso que atrái a atenção dos ouvintes, até dos céticos. O carismático carrega uma estrela dentro e sua irradiação é a mais potente que conhecemos. Lula possui este carisma e essa luz que se traduz pela ternura que abraça e beija os mais humildes e pelo vigor com que leva avante sua causa libertária. Aqueles antes silenciados, se sentem representados por ele. Além de símbolo, Lula se transformou num arquétipo do lider cuidador e servidor. 

O arquétipo é uma figura ponderosa que serve de referência a outros e por isso os anima e os  transforma. Este tipo de líder, consoante os mesmos analistas junguianos, serve a uma causa que é maior do que ele próprio, a causa dos sem nome e dos sem vez. Tais psicólogos sustentam que este tipo de líder faz coisas que parecem impossíveis. Evoca nos seguidores os arquétipos escondidos neles de também de se autosuperarem e de se sentirem parte da sociedade. Isso se expressa nas palavras de muitos que dizem: “ao votar nele, nós estamos votando em nós mesmos. 

Até hoje tínhamos que votar em nossos opressores, agora votamos em alquém que é um dos nossos e que pode reforçar a nossa libertação”. A atuação política de Lula possui uma relevância de magnitude histórica. Ele tem a consciência deste desafio formulado por um dos melhores dentre nós, Celso Furtado, em seu livro “Brasil: a construção interrompida”(1992): ”Trata-se de saber se temos um futuro como nação que conta na construção do devenir humano. Ou se prevalecerão as forças que se empenham em interromper o nosso processo histórico de formação de um um Estado-nação”(p.35). 

O que nos dói é constatar que o atual governo se empenha em interomper esse processo, pela violação da constituição e da democracia, pelos ajustes e pelas privatizações que promove e até pela venda de terras nacionais a estrangeiros. Celso Furtado que conhecia as práticas dessas elites constatava pesaroso:”tudo aponta para a inviabilização do país como projeto nacional”(obra citada,p.35). Mas recusamos este prognóstico. Lutaremos para que o Brasil se tansforme numa nação pujante que sirva aos desígnios maiores da própria humanidade, carente de bens e serviços naturais, que nós dispomos em abundância e principalmente que reforce aqueles valores humanísticos da solidariedade, da compaixão e da alegria de viver que nos tornam mais felizes. 

As elites dos endinheirados deixam-se neocolonizar,  para serem meros exportadores de commodities, ao invés de criar as condições favoráveis para concluirmos a fundação de nosso país. Além de corruptos, são vendilhões da pátria, cinicamente indiferentes à sorte de milhões que da pobreza estão caindo na miséria e da miséria, na indigência. Temos que guardar os nomes destes politicos traidores dos anseios populares. Representam mais seus interesses pessoais e corporativos ou daqueles empresários que lhes financiaram as campanhas do que os interesses coletivos do povo. 

Que as urnas os condenem, negando-lhes a vitória pelo voto.

Fonte> http://blogdeumsem-mdia.blogspot.com.br

Fátima diz que PGR não constatou ilegalidade

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Foto: Google
A senadora Fátima Bezerra reitera o parecer conclusivo da própria Procuradoria Geral de Justiça, que não constatou sequer indícios ou dolo de sua participação em ingerências no âmbito de doações que recebeu na campanha de 2008.
Naquele ano, a senadora, então candidata à prefeitura de Natal, recebeu recursos via diretório estadual do PMDB, aliado do PT à época. Uma contribuição, portanto, em âmbito de coligação. Não houve, como constatou a PGR, qualquer contato da senadora com os alvos da investigação.
Não cabia à coordenação da campanha, tampouco à candidata, questionar o PMDB estadual sobre a origem dos recursos doados. Até porque a legislação eleitoral vigente em 2008 não exigia a identificação do doador originário.
A senadora sempre primou pela total transparência na prestação de contas de suas campanhas, em obediência à legislação vigente, em todas as disputas eleitorais que participou.
Da assessoria

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

O repto de Vargas hoje é repactuar o Brasil com o seu povo

 
A transição do desenvolvimento é uma operação essencialmente política. Irrealizável , numa chave popular, sem democracia ativa e Estado indutor.

por: Saul Leblon

Estão se fechando, mais uma vez, as portas do país ao povo brasileiro.
 
É disso que nos falam os anúncios que fazem as bolsas subir e os editoriais festejarem. 
 
Falam de cruzar ferrolhos e trancas, erguer tapumes, barreiras, falam de cortes, sacrifícios e retrocessos; falam em alienar e privatizar --'tudo o que for possível'. 
 
Aos que povoam as bordas não será suficiente conter o curso.
 
Será necessário recuar, adverte-se.
 
Não há como manter o mínimo disponível ---esse que carece de tão mais.
 
O equilíbrio do povo é  o desequilíbrio da Nação --não há como sustentar a 'gastança', justifica-se.
 
Por vinte anos não haverá.
 
Faltarão pratos à fome, leitos aos doentes, novas escolas às crianças, amparo aos idosos, empregos aos pais de família, nova esperança aos jovens.
 
É isso que a aliança da escória com a mídia e o dinheiro tem a propor para o futuro da oitava maior economia da terra, segundo maior exportador de alimentos do planeta, maior planta industrial do Ocidente em desenvolvimento.
 
O vento frio de agosto fustiga o Brasil em uma nova esquina histórica. 

A tarefa da resistência democrática só terá êxito engatada na repactuação de um novo projeto de desenvolvimento, sintonizado às transformações de um capitalismo global que não gera mais empregos, nem mobilidade social, exceto descendente, engajando assim a classe média  em variadas versões de fascismo.
 
Nunca a coordenação democrática do desenvolvimento foi tão crucial para oferecer soluções públicas ao individualismo desesperado.
Um ciclo se esgotou; outro precisa ser erguido. 
 
É a hora das matilhas: foi assim em 32, em 54, em 64, em 88, em 2002...
 
A gravidade dessa transição se expressa na ruptura institucional liderada por interesses que deixaram de lado o pejo e a focinheira para impor reformas que alteram o pacto da sociedade, sem consulta-la.
 
Se o nome disso não é golpe será preciso inventar um outro mais forte. 
 
A usurpação regressiva avança a contrapelo dos ares do mundo.
 
A supremacia global do neoliberalismo estrebucha.
 
As notícias chegam à revelia do filtro midiático.
 
Dão conta de um esgotamento imerso em capacidade excedente, comércio internacional anêmico, ressurgências xenófobas, cinturões de ferrugem e legiões de descartados que já flertam com salvadores da pátria a passo de ganso.
 
Trump não é um acidente de percurso. É a evidência do perigo iminente.
 
Há sobras explosivas nos mercados.
 
Gente, de um lado; e  dinheiro especulativo do outro: US$ 13 trilhões apartados do investimento produtivo caçam jugulares para uma transfusão rejuvenescedora.
 
A siderurgia mundial amarga 47% de ociosidade e isso resume um amplo leque manufatura e construção.
 
A busca de sangue fresco pode inundar o Brasil  --e não há nada mais perigoso do que uma chuva de dólares na vida de uma nação, dizia Celso Furtado.
 
Promover a combustão do PT e da CLT , e  permitir que  se dispare o tiro de misericórdia na indústria nacional e nas ferramentas de política pública,  disso se alimenta a euforia que pisoteia o país  para encaixotá-lo no esquife neoliberal.
 
Cinquenta e quatro milhões e quinhentos mil votos da Presidenta Dilma ardem nas labaredas dessa fogueira de direitos e privatização de riquezas nacionais, imolados para que os patos gordos da Fiesp continuem a deslizar em lagos e contas suíças   -- a salvo de uma justiça tributária que sustente o investimento público, induza a engrenagem privada e afronte os apelos fascistas num arcabouço revigorado de direitos e cidadania expandida.
 
Lula, Dilma e o PT , a exemplo de Getúlio em 54, subestimaram a necessidade de se ancorar a luta pelo desenvolvimento em uma organização popular da envergadura requerida pelo estirão que interliga a CLT ao pré-as; o Bolsa Família ao BNDES, à Eletrobrás, ao salário mínimo; o Prouni, à soberania, ao conteúdo nacional, ao Mercosul, ao banco dos BRICS, à valorização real de 70% do salário mínimo...
A resposta foi o cerco asfixiante das elites.
 
Do Catete, Vargas só não saiu deposto porque decidiu entrar para a história conduzindo a alça do próprio caixão. E ali perpetua uma influência ainda inexcedível no imaginário popular.  
 
Torniquete de interesses semelhantes espremeu o ciclo Lula desde do seu início, em 3 de janeiro de 2003, quando anunciou o programa Fome Zero.
 
A simples menção ao termo maldito foi recebida com a sublevação de uma elite que não queria se ver no espelho de 56 milhões de pobres (33,6% da população então, conforme o Ipea), sendo 24,7 milhões de indigentes e mais de 30 milhões de famintos.
 
A segunda volta no torniquete veio em 2009, com a regulação soberana das maiores reservas de petróleo descobertas no século XXI.
 
O pre-sal foi corretamente entendido e direcionado pelo governo como o derradeiro impulso industrializante do país, capaz de  dota-lo de um núcleo irradiador da revolução 4.0 em marcha no mundo –a da inteligência artificial e dos robôs--  e assim preservar a geração do excedente capaz de financiar a universalização da cidadania brasileira.
 
O cerco se estreitaria de forma asfixiante em 2012, já no primeiro mandato da Presidenta Dilma Rousseff.
 
A senha da vez  foi a tentativa de derrubar spreads e juros, com a indução dos bancos estatais, e taxar operações para impedir que o pernoite do dinheiro barato tomado lá fora, rendesse lucros obscenos aos párias aqui dentro.
 
A busca de um armistício no seu segundo mandato, com a deflagração de um ajuste fiscal equivocado, longe de aplacar aguçou a crise: abriu de vez o flanco ao assalto das matilhas até chegarmos ao golpe de 2016. 
 
Reverter as expectativa de longo prazo dos detentores da riqueza, reconduzir o dinheiro aos trilhos da produção e da expansão de serviços públicos não é tarefa técnica. 
 
Desenvolvimento é transformação, é superar velhas estruturas e criar outras novas, uma audaciosa operação de economia política que não prospera sem um sujeito social que a conduza.
 
O enredo exige o discernimento engajado de amplas camadas para negociar os conflitos e repactuações do caminho.
 
Nos governos Lula e Dilma, 30 milhões de brasileiros saíram de pobreza extrema, outros tantos ascenderam na pirâmide de renda.
 
Formam hoje a maioria da sociedade. 
 
Mas ainda não ainda o sujeito da própria história.
 
Hoje, como ontem, o leque de forças contrariadas pela vitória esmagadora de Getúlio em 1950 --as de Lula em 2002  e 2006, e as de Dilma, em 2010 e 2014--  preservou intacta a supremacia de sua voz junto à opinião pública. 
 
A rigor, em todo esse período, a ubiquidade conservadora só foi quebrada pela dissonância nacional de uma voz: o jornal Última Hora, no segundo governo Vargas, cuja tiragem chegou a 800 mil exemplares (a Folha, hoje, não vende a metade disso).
 
A solitária trincheira desapareceu.  Mas o cerco persiste ao Catete. 
 
A qualquer Catete que dentro tenha um representante do povo disposto a assumir a tarefa que o mais mítico de todos eles deixou inconclusa. 
 
Porém agendada.
 
O estampido e a carta testamento de 24 de agosto de 1954 ainda hoje ecoam a esperança em um Brasil desenvolvido, soberano, justo e democrático, uma construção inconclusa, mas não descartada. 
 
A evocação desse repto causa calafrios na alma golpista de todos os tempos – os de ontem e de agora.
 
A cada estirão de conquistas populares o rebote conservador cuida de prevenir-se, dobrando a altura das muralhas para fustigar intrusos de uma sociedade pensada para 30% da população.
  
O país de carne e osso não cabe numa equação fiscal que destina 7% do PIB ao pagamento de juros aos rentistas  --e enfrenta a sublevação da Fiesp a uma tributação justa e progressiva da riqueza.
 
A ‘purga’ emerge como fatalidade no monólogo que interdita o debate de uma transição para a qual não existem respostas prontas. 
 
Transição de desenvolvimento é uma operação essencialmente política. Irrealizável , numa chave popular, sem democracia ativa e Estado indutor.
 
A motivação verdadeira do golpe é justamente impedir essa travessia.
 
É disso que se trata quando um juiz de segunda instância atropela qualquer escrúpulo para acelerar --em tempo recorde-- os trâmites que visam banir Lula da disputa de 2018.
 
Se possível, trancando-o atrás de grades para não exercer uma liderança imbatível como cabo eleitoral.
 
A demolição do Estado que abriga os interesses do povo é a nova locomotiva desse Brasil em marcha à ré.
 
A mutação consiste em transformar direitos em serviços vendidos a ‘preços populares’, como quer o lobista da medicina privada lotado no ministério da Saúde.
 
São suspeitos todos os laços que podem induzir a um projeto compartilhado de nação.
 
Tudo o que não for mercado é corporativismo e gastança. 
 
A exemplo de outras vezes em que ferrolhos e trancas foram mobilizados, será preciso colocar o pé na porta e forçar a dobradiça.
 
A resposta ao golpe de 2016, com no de 1954, deve ser buscada na superação do flanco que se tornou ostensivo.
 
O Brasil precisa do engajamento organizado do seu povo.
 
Mais que a carta de 24 de agosto de  54, é preciso ouvir o recado de Vargas  aos trabalhadores reunidos no estádio do Vasco da Gama, no Rio,  no 1º de maio daquele mesmo ano.
 
O povo brasileiro precisa assumir o comando do seu destino -- foi o que disse, em outras palavras, um presidente em cerimônia de adeus. 
 
É em torno desse repto colossal que a resistência ao golpe terá que cerrar fileiras agora.
  
Foi essa a evocação de Vargas, no discurso ao lado de Jango, três meses e vinte e quatro dias antes de atirar contra o próprio peito para, quem sabe, dar tempo ao povo de cumprir a predestinação abrigada em suas palavras.
 
Hoje, como ontem, elas mantem sua lancinante atualidade:
 
"A minha tarefa está terminando e a vossa apenas começa. O que já obtivestes ainda não é tudo. Resta ainda conquistar a plenitude dos direitos que vos são devidos e a satisfação das reivindicações impostas pelas necessidades (...) Como cidadãos, a vossa vontade pesará nas urnas. Como classe, podeis imprimir ao vosso sufrágio a força decisória do número. Constituí a maioria. Hoje estais com o governo. Amanhã sereis o governo’ (Vargas, 1º de maio de 1954).

Fonte> Carta Maior

Procuradores mandam carta ao STF e pedem a ministros para ‘conter’ Gilmar Mendes


A Associação Nacional dos Procuradores da República critica com veemência o comportamento do ministro e pede aos demais magistrados que o declarem suspeito para julgar Operação Ponto Final.
Da Redaçã
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), em carta aberta aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu aos magistrados que “contenham ação e comportamento” de Gilmar Mendes (leia a íntegra da carta ao final). No documento, a ANPR afirma que o ministro “se destaca e destoa por completo” do comportamento dos demais ministros da Corte e critica a “desenvoltura” com que, de acordo com a associação, Gilmar Mendes se envolve no debate de assuntos “fora dos autos”.
Ao criticar o comportamento do ministro, a entidade questiona a imparcialidade de Gilmar Mendes para atuar nos processos da Operação Ponto Final, que envolve os empresários Jacob Barata e Lélis Teixeira. Faz um apelo à Suprema Corte para que o pedido de suspeição de Gilmar, apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, seja aceito.
No documento, a ANPR ressalta que “apenas o Supremo pode conter, pode corrigir, um ministro da própria Corte, quando seus atos e exemplos põem em dúvida a credibilidade de todo o Tribunal e da Justiça”. A suspeição de Gilmar Mendes foi levantada pela força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro por conta de ligações dele com réus do caso.
O ministro foi padrinho de casamento da filha de Jacob Barata Filho. Além disso, ele é um dos sócios da empresa Autoviação Metropolitana, que tem, no quadro societário, uma empresa de Francisco Feitosa de Albuquerque Lima, cunhado de Gilmar Mendes. Relator da ação a que os empresários respondem no Supremo, Mendes foi responsável pela soltura deles duas vezes nas últimas semanas. O ministro também mandou soltar outras pessoas investigadas no caso.
Leia a íntegra da carta divulgada pela ANPR:
Carta aberta da Associação Nacional dos Procuradores da República aos ministros do Supremo Tribunal Federal
Excelentíssimos Senhores Ministros,
Em nossa língua pátria, “supremo” é o que está acima de todos os demais. É o grau máximo. Em nossa Constituição, evidentemente não por acaso, a Corte que Vossas Excelências compõem é a cúpula do Poder Judiciário. É a responsável, portanto, por dizer por último e em definitivo o direito. Seus componentes – Vossas Excelências – estão acima de corregedorias, e respondem apenas a suas consciências. E assim tem de ser, em verdade, posto nosso sistema jurídico.
Isto traz, todavia, permitam-nos dizer, enorme responsabilidade, pois nos atos, nas decisões, no comportamento e nos exemplos, Vossas Excelências são e têm de ser fator de estabilidade. Vossas Excelências são, em larga medida, a imagem e a pedra em que se assenta a justiça no País.
De outra banda, o Tribunal – em sábia construção milenar da civilização – é sempre um coletivo. Cada um de seus componentes diz o direito, mas é o conjunto, a Corte, que o forma e configura, pela composição e debate de opiniões. O erro é da natureza humana. Mas espera-se – e sem duvida nenhuma logra-se – que o conjunto de mulheres e homens acerte mais, aproxime-se mais da Justiça.
É lugar comum, portanto – e seria incabível erro pretender argumentar isso com o STF, que tantas vezes na história recente provou ter perfeita consciência de seu papel fundamental no País; aqui vai o ponto apenas porque necessário para a compreensão dos objetivos da carta – que a instituição, o Tribunal, é maior do que qualquer de seus componentes.
Postas estas premissas, instamos a que Vossas Excelências tomem o pedido público que se segue como um ato de respeito, pois assim o é. É do respeito ao Supremo Tribunal Federal e do respeito por cada um de seus componentes que exsurge a constatação de que apenas o Supremo pode conter, pode corrigir, um Ministro da própria Corte, quando seus atos e exemplos põem em dúvida a credibilidade de todo o Tribunal e da Justiça. Não se pretende aqui papel de censores de Membros do Supremo. Não existem corregedores do Supremo. Há a própria Corte. Só o próprio Tribunal pode exercer este papel.
Excelentíssimos Ministros, não é de hoje que causa perplexidade ao País a desenvoltura com que o Ministro Gilmar Mendes se envolve no debate público, dos mais diversos temas, fora dos autos, fugindo, assim, do papel e do cuidado que se espera de um Juiz, ainda que da Corte Suprema.
Salta aos olhos que, em grau e assertividade, e em quantidade de comentários, Sua Excelência se destaca e destoa por completo do comportamento público de qualquer de seus pares. Magistrados outros, juízes e membros do Ministério Público, de instâncias inferiores, já responderam a suas corregedorias por declarações não raro bem menos assertivas do que as expostas com habitualidade por Sua Excelência. Não existem corregedores para os Membros do Supremo. Há apenas a própria Corte.
Mas a Corte é a Justiça, e não se coaduna com qualquer silogismo razoável propor que precisamente o Supremo e seus componentes estivessem eventualmente acima das normas que regem todos os demais juízes.
Nos últimos tempos Sua Excelência, o Ministro Gilmar Mendes, parece ter voltado a uma de suas predileções – pode-se assim afirmar, tantas foram às vezes que assim agiu -, qual seja, atacar de forma desabrida e sem base instituições e a membros do Poder Judiciário e do Ministério Público, do Procurador-Geral da República a Juízes e Procuradores de todas as instâncias.
Notas públicas diversas já foram divulgadas para desagravar as constantes vítimas do tiroteio verbal – que comumente não parece ser desprovido de intenções políticas – do Ministro Gilmar Mendes. Concentremo-nos, então, na última leva de declarações rudes e injustas – atentatórias, portanto, ao dever de urbanidade – de Sua Excelência, que acompanham sua atuação como relator de Habeas Corpus de presos na Operação Ponto Final, executada no Rio de Janeiro.
Relator do Caso no Supremo, o Ministro Gilmar Mendes não só se dirigiu de forma desrespeitosa ao Juiz Federal que atua no caso, afirmando que, “em geral, é o cachorro que abana o rabo”, como lançou injustas ofensas aos Procuradores da República que oficiam na Lava Jato do Rio de Janeiro, a eles se referindo como “trêfegos e barulhentos”.
Na mesma toada, insinuou que a a posição sumulada – e perfeitamente lógica – de não conhecimento de recursos em habeas corpus quando ainda não julgado o mérito pelas instâncias inferiores estaria sendo usada como proteção para covardia de tomar decisões. Com esta última declaração Sua Excelência conseguiu a proeza de lançar, de uma só vez, sombra de dúvida sobre a dignidade de todas as instâncias inferiores e mesmo a seus colegas de Tribunal, vale dizer, lançou-se em encontro à credibilidade de todo o Poder Judiciário.
Estas declarações trazem desde logo um grave desgaste ao STF e à Justiça brasileira. Nestas críticas parece ter esquecido o Ministro o dever de imparcialidade constante nos artigos 252 e 254 do Código de Processo Penal bem como na Convenção Americana de Direitos Humanos (art. 8º), no Pacto de Direitos Civis e Políticas e na Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Ademais, as declarações são absolutamente injustas.

Senhores Ministros, em nome dos Procuradores da República de todo o Brasil reforçamos aqui o apoio aos membros da Força-Tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, que realizam um trabalho grandioso no combate à corrupção naquele Estado, que notoriamente já foi muito vilipendiado por violentos ataques aos cofres públicos.
O trabalho da Força-Tarefa, que atua com elevada técnica, competência e esmero, já revelou o grande esquema da atuação de organização criminosa no Estado do Rio de Janeiro e continua obtendo resultados expressivos, com recuperação, aos cofres públicos, de centenas de milhões de reais desviados; bloqueio de outras centenas milhões em contas e bens apreendidos; bem como condenações e prisões de agentes públicos e particulares responsáveis pelo enorme prejuízo que esquema de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro que a criminalidade organizada estatal causou às instituições e à população do Estado do Rio de Janeiro.
É sempre importante lembrar que, muito do que foi comprovado pela Força-Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro é consequência da relação promíscua e patrimonialista de agentes públicos e empresários, que resultaram em enorme prejuízo aos cofres públicos e a demonstração de que para as instituições sejam republicanas e imparciais é fundamental que não se confundam relações pessoais com as coisas públicas.
Da mesma forma, a Justiça Federal e o Juiz Federal que cuida do caso no Rio de Janeiro têm sido exemplares em técnica, isenção, imparcialidade e coragem, em trabalho observado e aplaudido por todo o Brasil.
Adjetivos descabidos lançados às instituições é comportamento comum em excessos cometidos por agentes políticos que confundem o público e o privado. Não são esperados, contudo, de um Juiz.
Um fato a mais, todavia, separa as declarações e atos do Ministro Gilmar Mendes neste caso de outros em que se lançou a avaliações públicas não cabíveis. Um conjunto sólido e público de circunstâncias indica insofismavelmente a suspeição do Ministro para o caso, vale dizer, sua atuação (insistente) na matéria retira credibilidade e põe em dúvida a imparcialidade e a aparência de imparcialidade da Justiça.
Gilmar Mendes foi padrinho de casamento (recente) da filha de um dos beneficiados, com a liberdade por ele concedida. Confrontado com este fato por si só sobejamente indicativo de proximidade e suspeição, por meio de sua assessoria o Ministro Gilmar Mendes disse que “o casamento não durou nem seis meses”, como se o vínculo de amizade com a família, cuja prova cabal é o convite para apadrinhar o casamento, se dissolvesse com o fim dele. A amizade – que determina a suspeição – foi a causa do convite, e não o contrário.
Em decorrência deste e de outros fatos – advogado em comum com o investigado, sociedade e notórias relações comerciais do investigado com um cunhado do Ministro, tudo isto coerente e indicativo de proximidade e amizade – o Procurador-Geral da República, após representação no mesmo sentido dos Procuradores da República que atuam no caso, apresentou nesta semana pedidos de impedimento e de suspeição do Ministro Gilmar Mendes ao STF.
Conforme a arguição, há múltiplas causas que configuram impedimento, suspeição e incompatibilidade do ministro para atuar no processo, considerando que há entre eles vínculos pessoais que impedem o magistrado de exercer com a mínima isenção de suas funções no processo.
Já disse a Corte Europeia de Direitos Humanos que “não basta que o juiz atue imparcialmente, mas é preciso que exista a aparência de imparcialidade; nessa matéria inclusive as aparências têm importância.”
Viola a aparência de imparcialidade da Suprema Corte brasileira a postura do ministro que, de um lado, e no mesmo processo, lança ofensas e sombras sobre agentes públicos, inclusive seus colegas, ataca decisões judiciais de que discorda, e finda por julgar pai de apadrinhado e sócio de cunhado.
Espera-se o devido equilíbrio – e aparência de equilíbrio e de imparcialidade, que são também essenciais – no comportamento de um Juiz, com a responsabilidade de julgar de forma equidistante dos fatos e das pessoas diretamente beneficiadas no caso. Da mesma forma é sempre o caminho correto o devido respeito entre as instituições do Ministério Público e do Poder Judiciário, e entre instâncias do próprio Poder Judiciário.
Senhores Ministros, apenas o Supremo pode corrigir o Supremo, e apenas a Corte pode – e deve, permita-nos dizer – conter ação e comportamento de Ministro seu que põe em risco a imparcialidade. Um caso que seja em que a Justiça não restaure sua inteira imparcialidade, põe em risco a credibilidade de todo Poder Judiciário.
Não é a primeira vez que é arguida a suspeição do Ministro Gilmar Mendes, e mais uma vez Sua Excelência – ao menos por enquanto – recusa-se a reconhecer ele mesmo a situação que é evidente a todos.
O exemplo e o silêncio dos demais Ministros e da Corte não são mais suficientes. Com a devida vênia, a responsabilidade para com o Poder Judiciário impõe enfrentar o problema.
A ação do Supremo no caso é essencial para que a imagem e a credibilidade de todo o sistema judiciário brasileiro não saiam indelevelmente abalados. A eventual inação, infelizmente, funcionará como omissão.
A ANPR representa mais de 1.300 Procuradoras e Procuradores da Republica, e confia, como sempre, no Supremo Tribunal Federal.
Associação Nacional dos Procuradores da República – ANPR
*Com informações do G1
Foto: TSE/Fotos Públicas
Fonte: Revista F[orum