sábado, 31 de março de 2018

Ciro: há uma escalada proto-fascista

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Ciro: Alckmin defende que a bala e a pedra substituam o argumento (Reprodução/RFI)
Vai ter eleição!
Conversa Afiada reproduz os principais pontos da entrevista concedida por Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência pelo PDT, à Rádio França Internacional (RFI), nesta quinta-feira, 29/III:
- há uma escalada proto-fascista no Brasil, animada fundamentalmente na internet e estimulada por alguns quadros da política
- parte da Direita brasileira é proto-fascista e parte permite que se veja um homem como o Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em vez de pura e simplesmente condenar, afirmar que "o PT está colhendo o que plantou"
- eu, por exemplo, tenho muitos antagonismos recentes com parte da burocracia e parte do comportamento estratégico do PT na discussão nacional, mas não dá para aceitar que a bala e a pedra substituam o argumento
FOI UM CRIME POLÍTICO?
- é preciso que nós não nos antecipemos
- devemos pedir pressa e eficácia na apuração
- que as autoridades, o mais breve possível, apontem os responsáveis
- se foi uma tentativa de matar o ex-Presidente, temos uma coisa absolutamente grave em um país que tem 64.700 homicídios nos últimos 12 meses
- na medida em que o banditismo começa a puxar o enfrentamento com o poder político, isso significa um conjunto de ideias e valores... é como quem puxa para a briga o crime organizado se sentindo mais empoderado. É preciso exigir que as autoridades apurem e apontem os culpados
É POSSÍVEL ADIAR AS ELEIÇÕES?
- não vejo essa possibilidade
- estamos sob um Golpe de Estado e isso permite especulações de toda natureza
- mas, para que isso acontecesse, haveria que ter um poder - que parece não existir - capaz de subtrair as regras da Constituição
- (no passado, foi uma interrupção militar)
- hoje os militares têm se comportado com grande profissionalismo
O SENHOR DEFENDE QUE LULA SEJA CANDIDATO?
- pouco importa o que eu defendo
- o ideal para o país é que todos nós pudéssemos nos apresentar, independentemente da nossa linha partidária, e que o grande juiz fosse o povo
- entretanto, há uma lei em vigor no Brasil, a Lei da Ficha Limpa, e ela não permite dubiedade na interpretação. Ela diz pura e simplesmente: o cidadão condenado em segundo grau de jurisdição já fica sem o direito de ser candidato
- portanto, é flagrante que o Lula não será candidato
- é lamentável? é lamentável, mas é flagrante que ele não será candidato
ISSO FAVORECE CANDIDATURAS COMO A DO SENHOR?
- não se sabe ainda o que vai acontecer
- a grande questão é: o que a burocracia do PT e o gênio político do Lula vão fazer?
- a burocracia do PT permanece anunciando uma candidatura [do Lula], permanece agitando na rua a ideia de que o Lula é o candidato a Presidente e, mesmo sabendo da lei em vigor, já anuncia expedientes jurídicos (recursos, liminares), de maneira a manter artificialmente a candidatura até meados de setembro, data limite para o julgamento das candidaturas pelos tribunais superiores
- essa fração da burocracia pensa: o Lula, vitimizado, a partir de uma posição muito generosa nas pesquisas, que se supõe que se manteria nesse desgaste (o que eu acho que não acontecerá), o Lula apontaria o dedo para o seu predileto, dentro da burocracia do PT, que não conseguiu formar um segundo quadro
- cada um dos partidos que se aliou ao PT ao longo desses anos todos lançou seu candidato
Leia mais no Conversa Afiada:

Parte civil da ditadura está intacta, diz diretora do Memorial da Resistência

“A parte civil da ditadura se manteve intacta"

Defensora de um museu engajado, a diretora do Memorial da Resistência traça paralelos entre o regime militar e os dias de hoje

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O LII DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

 
MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA O LII DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

Tema: «"A verdade vos tornará livres” (Jo 8, 32). 
Fake news e jornalismo de paz»

Queridos irmãos e irmãs!

No projeto de Deus, a comunicação humana é uma modalidade essencial para viver a comunhão. Imagem e semelhança do Criador, o ser humano é capaz de expressar e compartilhar o verdadeiro, o bom e o belo. É capaz de narrar a sua própria experiência e o mundo, construindo assim a memória e a compreensão dos acontecimentos. Mas, se orgulhosamente seguir o seu egoísmo, o homem pode usar de modo distorcido a própria faculdade de comunicar, como o atestam, já nos primórdios, os episódios bíblicos dos irmãos Caim e Abel e da Torre de Babel (cf. Gn 4, 1-16; 11, 1-9). Sintoma típico de tal distorção é a alteração da verdade, tanto no plano individual como no coletivo. Se, pelo contrário, se mantiver fiel ao projeto de Deus, a comunicação torna-se lugar para exprimir a própria responsabilidade na busca da verdade e na construção do bem. Hoje, no contexto duma comunicação cada vez mais rápida e dentro dum sistema digital, assistimos ao fenómeno das «notícias falsas», as chamadas fake news: isto convida-nos a refletir, sugerindo-me dedicar esta Mensagem ao tema da verdade, como aliás já mais vezes o fizeram os meus predecessores a começar por Paulo VI (cf. Mensagem de 1972: «Os instrumentos de comunicação social ao serviço da Verdade»). Gostaria, assim, de contribuir para o esforço comum de prevenir a difusão das notícias falsas e para redescobrir o valor da profissão jornalística e a responsabilidade pessoal de cada um na comunicação da verdade.

1. Que há de falso nas «notícias falsas»?
A expressão fake news é objeto de discussão e debate. Geralmente diz respeito à desinformação transmitida on-line ou nos mass-media tradicionais. Assim, a referida expressão alude a informações infundadas, baseadas em dados inexistentes ou distorcidos, tendentes a enganar e até manipular o destinatário. A sua divulgação pode visar objetivos prefixados, influenciar opções políticas e favorecer lucros económicos.
A eficácia das fake news fica-se a dever, em primeiro lugar, à sua natureza mimética, ou seja, à capacidade de se apresentar como plausíveis. Falsas mas verosímeis, tais notícias são capciosas, no sentido que se mostram hábeis a capturar a atenção dos destinatários, apoiando-se sobre estereótipos e preconceitos generalizados no seio dum certo tecido social, explorando emoções imediatas e fáceis de suscitar como a ansiedade, o desprezo, a ira e a frustração. A sua difusão pode contar com um uso manipulador das redes sociais e das lógicas que subjazem ao seu funcionamento: assim os conteúdos, embora desprovidos de fundamento, ganham tal visibilidade que os próprios desmentidos categorizados dificilmente conseguem circunscrever os seus danos.
A dificuldade em desvendar e erradicar as fake news é devida também ao facto de as pessoas interagirem muitas vezes dentro de ambientes digitais homogéneos e impermeáveis a perspetivas e opiniões divergentes. Esta lógica da desinformação tem êxito, porque, em vez de haver um confronto sadio com outras fontes de informação (que poderia colocar positivamente em discussão os preconceitos e abrir para um diálogo construtivo), corre-se o risco de se tornar atores involuntários na difusão de opiniões tendenciosas e infundadas. O drama da desinformação é o descrédito do outro, a sua representação como inimigo, chegando-se a uma demonização que pode fomentar conflitos. Deste modo, as notícias falsas revelam a presença de atitudes simultaneamente intolerantes e hipersensíveis, cujo único resultado é o risco de se dilatar a arrogância e o ódio. É a isto que leva, em última análise, a falsidade.
2. Como podemos reconhecê-las?
Nenhum de nós se pode eximir da responsabilidade de contrastar estas falsidades. Não é tarefa fácil, porque a desinformação se baseia muitas vezes sobre discursos variegados, deliberadamente evasivos e subtilmente enganadores, valendo-se por vezes de mecanismos refinados. Por isso, são louváveis as iniciativas educativas que permitem apreender como ler e avaliar o contexto comunicativo, ensinando a não ser divulgadores inconscientes de desinformação, mas atores do seu desvendamento. Igualmente louváveis são as iniciativas institucionais e jurídicas empenhadas na definição de normativas que visam circunscrever o fenómeno, e ainda iniciativas, como as empreendidas pelas tech e media company, idóneas para definir novos critérios capazes de verificar as identidades pessoais que se escondem por detrás de milhões de perfis digitais.
Mas a prevenção e identificação dos mecanismos da desinformação requerem também um discernimento profundo e cuidadoso. Com efeito, é preciso desmascarar uma lógica, que se poderia definir como a «lógica da serpente», capaz de se camuflar e morder em qualquer lugar. Trata-se da estratégia utilizada pela serpente – «o mais astuto de todos os animais», como diz o livro do Génesis(cf. 3, 1-15) – a qual se tornou, nos primórdios da humanidade, artífice da primeira fake news, que levou às trágicas consequências do pecado, concretizadas depois no primeiro fratricídio (cf. Gn 4) e em inúmeras outras formas de mal contra Deus, o próximo, a sociedade e a criação. A estratégia deste habilidoso «pai da mentira» (Jo 8, 44) é precisamente a mimese, uma rastejante e perigosa sedução que abre caminho no coração do homem com argumentações falsas e aliciantes. De facto, na narração do pecado original, o tentador aproxima-se da mulher, fingindo ser seu amigo e interessar-se pelo seu bem. Começa o diálogo com uma afirmação verdadeira, mas só em parte: «É verdade ter-vos Deus proibido comer o fruto de alguma árvore do jardim?» (Gn 3, 1). Na realidade, o que Deus dissera a Adão não foi que não comesse de nenhuma árvore, mas apenas de uma árvore: «Não comas o [fruto] da árvore do conhecimento do bem e do mal» (Gn 2, 17). Retorquindo, a mulher explica isso mesmo à serpente, mas deixa-se atrair pela sua provocação: «Podemos comer o fruto das árvores do jardim; mas, quanto ao fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: “Nunca o deveis comer nem sequer tocar nele, pois, se o fizerdes, morrereis”» (Gn 3, 2-3). Esta resposta tem sabor a legalismo e pessimismo: dando crédito ao falsário e deixando-se atrair pela sua apresentação dos factos, a mulher extravia-se. Em primeiro lugar, dá ouvidos à sua réplica tranquilizadora: «Não, não morrereis»(3, 4). Depois a argumentação do tentador assume uma aparência credível: «Deus sabe que, no dia em que comerdes [desse fruto], abrir-se-ão os vossos olhos e sereis como Deus, ficareis a conhecer o bem e o mal»(3, 5). Enfim, ela chega a desconfiar da recomendação paterna de Deus, que tinha em vista o seu bem, para seguir o aliciamento sedutor do inimigo: «Vendo a mulher que o fruto devia ser bom para comer, pois era de atraente aspeto (…) agarrou do fruto, comeu»(3, 6). Este episódio bíblico revela assim um facto essencial para o nosso tema: nenhuma desinformação é inofensiva; antes pelo contrário, fiar-se daquilo que é falso produz consequências nefastas. Mesmo uma distorção da verdade aparentemente leve pode ter efeitos perigosos.
De facto, está em jogo a nossa avidez. As fake news tornam-se frequentemente virais, ou seja, propagam-se com grande rapidez e de forma dificilmente controlável, não tanto pela lógica de partilha que carateriza os meios de comunicação social como sobretudo pelo fascínio que detêm sobre a avidez insaciável que facilmente se acende no ser humano. As próprias motivações económicas e oportunistas da desinformação têm a sua raiz na sede de poder, ter e gozar, que, em última instância, nos torna vítimas de um embuste muito mais trágico do que cada uma das suas manifestações: o embuste do mal, que se move de falsidade em falsidade para nos roubar a liberdade do coração. Por isso mesmo, educar para a verdade significa ensinar a discernir, a avaliar e ponderar os desejos e as inclinações que se movem dentro de nós, para não nos encontrarmos despojados do bem «mordendo a isca» em cada tentação.
3. «A verdade vos tornará livres» (Jo 8, 32)
De fato, a contaminação contínua por uma linguagem enganadora acaba por ofuscar o íntimo da pessoa. Dostoevskij deixou escrito algo de notável neste sentido: «Quem mente a si mesmo e escuta as próprias mentiras, chega a pontos de já não poder distinguir a verdade dentro de si mesmo nem ao seu redor, e assim começa a deixar de ter estima de si mesmo e dos outros. Depois, dado que já não tem estima de ninguém, cessa também de amar, e então na falta de amor, para se sentir ocupado e distrair, abandona-se às paixões e aos prazeres triviais e, por culpa dos seus vícios, torna-se como uma besta; e tudo isso deriva do mentir contínuo aos outros e a si mesmo» (Os irmãos Karamazov, II, 2).

E então como defender-nos? O antídoto mais radical ao vírus da falsidade é deixar-se purificar pela verdade. Na visão cristã, a verdade não é uma realidade apenas conceptual, que diz respeito ao juízo sobre as coisas, definindo-as verdadeiras ou falsas. A verdade não é apenas trazer à luz coisas obscuras, «desvendar a realidade», como faz pensar o termo que a designa em grego:aletheia, de a-lethès, «não escondido». A verdade tem a ver com a vida inteira. Na Bíblia, reúne os significados de apoio, solidez, confiança, como sugere a raiz ‘aman (daqui provém o próprio Amen litúrgico). A verdade é aquilo sobre o qual nos podemos apoiar para não cair. Neste sentido relacional, o único verdadeiramente fiável e digno de confiança sobre o qual se pode contar, ou seja, o único «verdadeiro» é o Deus vivo. Eis a afirmação de Jesus: «Eu sou a verdade» (Jo 14, 6). Sendo assim, o homem descobre sempre mais a verdade, quando a experimenta em si mesmo como fidelidade e fiabilidade de quem o ama. Só isto liberta o homem: «A verdade vos tornará livres»(Jo 8, 32).
Libertação da falsidade e busca do relacionamento: eis aqui os dois ingredientes que não podem faltar, para que as nossas palavras e os nossos gestos sejam verdadeiros, autênticos e fiáveis. Para discernir a verdade, é preciso examinar aquilo que favorece a comunhão e promove o bem e aquilo que, ao invés, tende a isolar, dividir e contrapor. Por isso, a verdade não se alcança autenticamente quando é imposta como algo de extrínseco e impessoal; mas brota de relações livres entre as pessoas, na escuta recíproca. Além disso, não se acaba jamais de procurar a verdade, porque algo de falso sempre se pode insinuar, mesmo ao dizer coisas verdadeiras. De facto, uma argumentação impecável pode basear-se em factos inegáveis, mas, se for usada para ferir o outro e desacreditá-lo à vista alheia, por mais justa que apareça, não é habitada pela verdade. A partir dos frutos, podemos distinguir a verdade dos vários enunciados: se suscitam polémica, fomentam divisões, infundem resignação ou se, em vez disso, levam a uma reflexão consciente e madura, ao diálogo construtivo, a uma profícua atividade.
4. A paz é a verdadeira notícia
O melhor antídoto contra as falsidades não são as estratégias, mas as pessoas: pessoas que, livres da ambição, estão prontas a ouvir e, através da fadiga dum diálogo sincero, deixam emergir a verdade; pessoas que, atraídas pelo bem, se mostram responsáveis no uso da linguagem. Se a via de saída da difusão da desinformação é a responsabilidade, particularmente envolvido está quem, por profissão, é obrigado a ser responsável ao informar, ou seja, o jornalista, guardião das notícias. No mundo atual, ele não desempenha apenas uma profissão, mas uma verdadeira e própria missão. No meio do frenesim das notícias e na voragem dos scoop, tem o dever de lembrar que, no centro da notícia, não estão a velocidade em comunicá-la nem o impacto sobre a audience, mas as pessoas. Informar é formar, é lidar com a vida das pessoas. Por isso, a precisão das fontes e a custódia da comunicação são verdadeiros e próprios processos de desenvolvimento do bem, que geram confiança e abrem vias de comunhão e de paz.
Por isso desejo convidar a que se promova um jornalismo de paz, sem entender, com esta expressão, um jornalismo «bonzinho», que negue a existência de problemas graves e assuma tons melífluos. Pelo contrário, penso num jornalismo sem fingimentos, hostil às falsidades, a slogans sensacionais e a declarações bombásticas; um jornalismo feito por pessoas para as pessoas e considerado como serviço a todas as pessoas, especialmente àquelas – e no mundo, são a maioria – que não têm voz; um jornalismo que não se limite a queimar notícias, mas se comprometa na busca das causas reais dos conflitos, para favorecer a sua compreensão das raízes e a sua superação através do aviamento de processos virtuosos; um jornalismo empenhado a indicar soluções alternativas às escalation do clamor e da violência verbal.
Por isso, inspirando-nos numa conhecida oração franciscana, poderemos dirigir-nos, à Verdade em pessoa, nestes termos:
Senhor, fazei de nós instrumentos da vossa paz.
Fazei-nos reconhecer o mal que se insinua em uma comunicação que não
cria comunhão.
Tornai-nos capazes de tirar o veneno dos nossos juízos.
Ajudai-nos a falar dos outros como de irmãos e irmãs.
Vós sois fiel e digno de confiança;
fazei que as nossas palavras sejam sementes de bem para o mundo:
onde houver rumor, fazei que pratiquemos a escuta;
onde houver confusão, fazei que inspiremos harmonia;
onde houver ambiguidade, fazei que levemos clareza;
onde houver exclusão, fazei que levemos partilha;
onde houver sensacionalismo, fazei que usemos sobriedade;
onde houver superficialidade, fazei que ponhamos interrogativos
verdadeiros;
onde houver preconceitos, fazei que despertemos confiança;
onde houver agressividade, fazei que levemos respeito;
onde houver falsidade, fazei que levemos verdade.
Amen.
Vaticano, 24 de janeiro – Memória de São Francisco de Sales – do ano de 2018.

Franciscus
Fonte: Carta Maior

quinta-feira, 29 de março de 2018

Política - Eleições 2018: Marielle: Facebook terá de informar se MBL pagou para impulsionar ‘fake news’

Marielle
Mário Vasconcellos / CMRJ

Decisão se basou em pedido da família de Marielle
Juiz da 15ª Vara do Rio de Janeiro determina suspensão de publicações com injúrias contra vereadora do PSOL com quebra de dados de internautas.
No dia em que o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) completa duas semanas - sem avanços na investigação dos responsáveis - o juiz Jorge Jansen Counago Novelle, da 15ª Vara cível do Rio de Janeiro, condenou o Facebook a informar se o Movimento Brasil Livre (MBL) pagou pelo impulsionamento de posts com informações falsas sobre ela.
O magistrado também determinou que o Facebook informe se Luciano Ayan e Luciano Henrique Ayan – pseudônimos de Carlos Augusto de Moraes Afonso - pagou para promover as chamadas fake news com injúrias e calúnias contra Mariell no site criado por ele, o Ceticismo Político.
A rede social já havia retirado do ar o perfil do site no sábado 24, alegando que o Ceticismo publicava informações falsas sobre a vereadora. Afonso é sócio de Pedro D’Eyrot, líder e um dos fundadores do MBL (Movimento Brasil Livre) em uma consultoria. 
Leia também:

O MBL publicou afirmações falsas da desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) Marília Castro Neves em sua página no Facebook, com o título “Desembargadora quebra narrativa do PSOL e diz que Marielle se envolvia com bandidos e é 'cadáver comum'".
A acusação foi publicada originalmente pelo Ceticismo Político e replicada pelo MBL, que apagou o post depois de atingir 42 mil engajamentos na rede social.
“Pranteada pelas pessoas de bem, no Brasil e por todo o Planeta, onde a informação chega, não se há de admitir que a memória da excelentíssima senhora vereadora Marielle Franco continue a ser vilipendiada por facínoras e canalhas, iguais àqueles que a trucidaram”, afirmou o magistrado na decisão.
Abertura de dados
De acordo com o magistrado, informações falsas associando Marielle ao traficante Marcinho VP, ao Comando Vermelho e como usuária de maconha são caracterizadas como “afrontas” à Constituição. Por isso, sustenta, ferem o Estado de Direito baseado na igualdade de raça, gênero e credo.
As publicações falsas também são apontada por ele com o objetivo de propagar o crime de ódio. “Provas exuberantes existem de que Marielle era uma brava e corajosa vereadora engajada na luta pelos direitos humanos, pelos direitos das minorias, pelos direitos dos negros (Afrodescendentes para usar uma expressão mais em voga), pelos direitos das comunidades carentes, das mulheres e dos homossexuais ou gays. Ao ser assassinada, saía ela de um Ato que discutia esses temas. Fala-se, aqui de Provas, não de meras suposições”, registrou.
A empresa de internet também foi condenada a apagar todas as publicaçõeCapitals de usuários nas quais haja ofensas e injúrias contra.
O juiz determinou, ainda, a quebra de “todos os IP’s (códigos de identificação de computadores, celulares, etc.) e usuários que realizaram postagens ou publicações criminal e civilmente ilícitas para que as Autoras possam acioná-los e responsabilizá-los nessas esferas”.
A rede social tem 24 horas para cumprir a decisão, que também impõe apagar perfis falsos, Se descumprir, o Facebook terá de pagar multa no valor de 500 mil reais e pode ser suspenso no País.
Fonte: Carta Capital

Globo também é citada em delação de Emilio Odebrecht


BOULOS: PASSOU DA HORA DE CRIARMOS UMA FRENTE CONTRA O FASCISMO


Presente no ato com Lula em Curitiba, o pré-candidato do PSOL à presidência, Guilherme Boulos, discursou: "Nossas diferenças não vão nos impedir de sentar à mesa para enfrentar o fascismo no Brasil. Lula, Manuela, passou da hora de criarmos uma frente contra o fascismo no Brasil. Com fascismo não se conversa, não se dialoga. Se combate!"; "Essa gente está plantando perigosas sementes do fascismo no Brasil. Nossa tradição não é da intolerância, nem do pensamento único, por isso iremos lutar e juntos derrotar o fascismo", disse ainda

Paraná 247 - Presente no ato com o ex-presidente Lula em Curitiba, no encerramento da caravana pela região Sul, o pré-candidato do PSOL à presidência, Guilherme Boulos, defendeu uma frente da esquerda contra o fascismo.

"Nossas diferenças não vão nos impedir de sentar à mesa para enfrentar o fascismo no Brasil. Lula, Manuela, passou da hora de criarmos uma frente contra o fascismo no Brasil. Com fascismo não se conversa, não se dialoga. Se combate!", discursou.

"Essa gente está plantando perigosas sementes do fascismo no Brasil. Nossa tradição não é da intolerância, nem do pensamento único, por isso iremos lutar e juntos derrotar o fascismo", prosseguiu.

"Hoje faz duas semanas do assassinato de Marielle no Rio de Janeiro. E aqui faço a minha homenagem: Marielle presente! A mesma escalada do fascismo que atirou em Marielle foi a que disparou contra a caravana do presidente Lula", declarou ainda Boulos.

Outra pré-candidata, Manuela D´Ávila (PCdoB), discursou antes de Boulos. Ela usa uma camiseta que traz a mensagem: "nossas ideias são à prova de balas". O ato acontece um dia depois do atentado a tiros contra dois ônibus da caravana de Lula. Ninguém ficou ferido.

terça-feira, 27 de março de 2018

Comunidade acadêmica da UnB protesta contra ameaça de demissões

No ano passado, a Universidade reduziu em 28% o contrato de limpeza. Com isso, a empresa terceirizada dispensou 132 funcionários – Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB
Aproximadamente 270 postos de trabalhos estariam em risco; Universidade de Brasília “vive um processo de asfixia orçamentária”, segundo dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação UnB

Estudantes, trabalhadores terceirizados, servidores, além de professores da Universidade de Brasília (UnB), realizaram um protesto nesta segunda-feira (26) contra a ameaça de demissão de nada menos do que 270 funcionários do serviço de limpeza da instituição. O Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (SintFub) revela que a previsão de desligamento consta num processo que tramita na prefeitura da UnB, segundo informações do Brasil de Fato.

Integrante da coordenação da entidade, o dirigente Rogério Marzola destaca que a universidade “vive um processo de asfixia orçamentária desde a implantação do teto dos gastos públicos federais (Emenda Constitucional N° 95), aprovado em 2016”. No ano passado, a instituição sofreu um corte de 45% na verba que é utilizada, por exemplo, para despesas com água, energia elétrica e limpeza.
O contexto de restrição orçamentária já provocou outras demissões. No ano passado, a Universidade reduziu em 28% o contrato de limpeza. Com isso, a empresa terceirizada dispensou 132 funcionários.
Fonte: REVISTA FÓRUM

Mais violência: Padre de 64 anos é agredido no rosto durante caravana de Lula no PR - Revista Fórum



O padre Idalino Alflen relatou que, ao ver pessoas atirando pedras contra a comitiva de Lula em Foz do Iguaçu (PR), abriu os braços em sinal de protesto quando um homem atirou sua moto contra ele e o agrediu. "Não é pela violência que a gente transforma", desabafou. Assista
Depois de inúmeros militantes e do ex-deputado federal Paulo Frateschi, agora foi a vez de um padre de 64 anos de idade ser agredido fisicamente por opositores do ex-presidente Lula durante sua caravana pelo Sul do país.
Na tarde desta segunda-feira (26), a caravana chegou em Foz do Iguaçu, no Paraná. O padre Idalino Alflen estava no evento que recepcionaria Lula e, quando avistou pessoas atirando pedras contra a militância, abriu os braços em sinal de protesto. Foi quando um homem partiu para cima dele com uma moto e o agrediu no rosto. Idalino está com o olho roxo e com o nariz quebrado.
“Não é pela violência que a gente transforma. É preciso ter mais respeito para que o Brasil seja um país de fato democrático”, disse o religioso em entrevista ao Brasil de Fato.
Assista.

Marco Aurélio culpa Cármen Lúcia por “desgaste terrível” do STF

Marco Aurélio e Cármen Lúcia
O feriado prolongado não deve aliviar a crise no Supremo Tribunal Federal. Sob críticas desde a semana passada, o ministro Marco Aurélio Mello culpa a presidente Cármen Lúcia pelo desgaste da Corte. Ele afirma que a ministra errou ao antecipar o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula.
Na opinião de Marco Aurélio, a decisão de Cármen expôs o Supremo às tensões da guerra política. Ele insiste que era melhor ter julgado as duas ações genéricas que questionam a prisão de réus condenados em segunda instância.
O desgaste para o tribunal está terrível. Isso demonstra que a estratégia da presidente foi falha”, afirma. “Foi muito ruim julgarmos só o caso do ex-presidente. Agora estamos pagando um preço incrível”.
O ministro é relator das duas ações na gaveta de Cármen. Ele liberou os processos em dezembro, mas a presidente resiste a submetê-los ao plenário. Ela já declarou que reabrir o debate agora significaria “apequenar” o Supremo.
“Não sei por que a presidente não quer colocar essas ações em pauta. Pode ser a preocupação com o acompanhamento da sociedade. Talvez ela não tenha tido visão das consequências que isso teria para o tribunal. Agora o estilingue tem atuado”, diz Marco Aurélio. (…)
Fonte: Diário do Centro do Mundo - DCM

Moro tenta emparedar Rosa Weber

CulturaMoro1.jpg
Dupla fraude!
Habeas Corpus agora no varejão
Não bastasse um juizeco de 1a instância dar uma entrevista coletiva a um conjunto que mais parecia o pigal pelotão de fuzilamento do Lula.
Foi no programa Roda Morta de audiência irrelevante.
Mas lá estava o onipresente Judge Murrow, até recentemente o único juiz do Brasil.
Foi ele quem no mensalão (o do PT, porque o tucano, para o Ministro Joaquim Barbosa, não veio ao caso) condenou o Dirceu porque a literatura permitia, já que não havia provas, como não há contra o Lula.
Moro tenta despudoradamente emparedar a destemida Ministra Rosa Weber que, quando Lula ganhou de 7 a 4 no STF, deu o melhor voto de sua carreira naquela corte.
Moro no Roda Morta avisou à Casa Grande, à Casa Branca e ao publicitário farsante - segundo a Dilma - que tem "expectativa" de que a Ministra Rosa vai se acovardar e mudar o voto.
Murrow também acha que o Brasil passou a dar Habeas Corpus como as Casas Bahia dão desconto na venda de cama de casal.
Só na República Federativa da Cloaca é possível essa dupla fraude: juiz dar coletiva e emparedar ministro do Supremo!
Viva!
PHA
Fonte: Conversa Afiada - Paulo Henrique Amorim

segunda-feira, 26 de março de 2018

Atentado ao ônibus do ex-presidente Lula foi obra de “cidadãos do bem”. Por Joaquim de Carvalho

Luiz Henrique, à esquerda, com a camisa do Bolsonaro
Foto tirada quando a faixa ficou pronta: o que significa a motosserra?
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Esta reportagem faz parte da série sobre a Caravana de Lula no Sul, financiada pelos leitores através de crowdfunding. As demais estão aqui
O ônibus onde estava o ex-presidente Lula foi alvo de um atentado na tarde deste domingo, quando chegava à cidade de São Miguel do Oeste, em Santa Catarina.
Uma pedra foi atirada no pára-brisas do ônibus, abriu um buraco e, por pouco, não atingiu o motorista.
“Eu só vi quando a pedra veio na minha direção, com muita força, abriu um buraco no vidro e eu acelerei, para evitar mais pedradas”, disse o motorista.
“O motorista poderia ter sido atingido e, com isso, perder a direção do ônibus, onde estávamos todos nós”, disse a ex-senadora Idelli Salvati, que estava no ônibus de Lula.  “Poderia ter acontecido uma tragédia”, acrescentou.
Imagens feitas por fotógrafos indicam quem está à frente dos ataques. Um deles é Luiz Henrique Crestani, que postou no Facebook foto dele no trevo de acesso à cidade.
“Lula, seu cu de aperta salame”, diz a faixa que ele segurava. A mesma faixa já tinha sido postada no instagran, dias antes, provavelmente quando tinha sido confeccionada. Na outra ponta, segurando, está um homem com uma motosserra.
O rapaz que na faixa de protesto usa vocabulário de já puxou cadeia é o mesmo que, em outro momento, posta foto com a menina e um cachorro, numa imagem de família feliz. E publica mensagens com conselhos de auto-ajuda como: “Ame o próximo na mesma proporção que se ama”.
Ou ainda: “Não seja tão duro com vc mesmo, e quando tudo parecer difícil, volte a ser uma criança novamente sem nenhum medo de responder aquela simples pergunta. O q vc quer ser quando crescer??”.
É de se perguntar como ele era quando criança. Crescido, se sabe do que é capaz: participou neste domingo de um ato violento e covarde.
Crestani apóia Bolsonaro, como se pode ver na sua rede social, e não é estranho ao mundo da política.
Há dois anos, gravou um vídeo de apoio à candidatura de seu pai à prefeitura de Palma Sola, no oeste de Santa Catarina, onde ele mora. “Nesse momento, seria uma grande injustiça se a gente não apoiasse, não colocasse ele de novo na prefeitura”, afirma.
Como se vê, o pai foi prefeito, mas, desta vez, o povo preferiu outro: Kiko Mantelli, do PMDB, que se candidatou por uma coligação que teve PT.
Crestani foi denunciado à Polícia pelo deputado Paulo Pimenta, líder do PT, por organizar e participar do protesto violento.
O telefone da assessoria do deputado Pimenta — 061.998603032 — foi divulgado durante o ato em São Miguel do Oeste, e começaram a chegar outras informações e fotos sobre o atentado.
Uma foto mostra uma mulher loira, bem vestida, correndo na direção do ônibus com uma pedra na mão. Outra foto a mostra de frente.
Tem a aparência de cidadã de bem — a expressão remete ao nome do primeiro jornal da organização racista Ku Klux Klan, nos Estados Unidos.
No Brasil, se a polícia quiser, pode identificar essa cidadã do bem, para, a partir daí, descobrir quem tentou provocar o acidente na estrada.
A loira com a pedra na mão
A loira, depois de fazer o serviço
Jogar pedra em veículo é uma tática usada por ladrões em estrada, que às vezes resulta em acidente grave.
Há vinte anos, o ator Gerson Brenner levou um tiro na cabeça quando assaltantes atiraram pedra contra seu carro na rodovia Airton Senna, nas proximidades de São Paulo.
Ele perdeu o controle da direção, e foi parar o acostamento. Logo depois, ladrões se aproximaram. Ele teria tentado reagir e levou um tiro na cabeça.
Atirar pedra contra veículos na estrada não é, portanto, próprio de gente honesta.
É um caso que deveria ser investigado com muito rigor — as pistas estão aí —, para garantir a convivência democrática entre pessoas que têm posições políticas divergentes.
Mas a polícia de Santa Catarina — pelo menos a militar — não tem dado demonstração de que pretende cumprir seu dever legal de garantir a integridade física do ex-presidente da república e de outras pessoas que o acompanham nestas manifestações legais.
Na noite de sábado, o ex-secretário municipal de São Paulo Paulo Frateschi, que integra a comitiva, perdeu um pedaço da orelha esquerda durante a ofensiva violenta contra a caravana de Lula.
Ele acompanhava o ex-presidente na saída do hotel em Chapecó, quando este se dirigia para o local da manifestação.
Frateschi conta que percebeu quando um homem, segurando meio tijolo, se aproximou do carro onde Lula tinha entrado. Quando tentou segurar no braço do manifestante, acabou atingido. Foi levado para o hospital, onde foram dados pontos, e ele voltou para hotel.
Hoje, com curativo na orelha, já estava trabalhando na caravana.
O professor de Educação Física Abel Karasek também foi atingido por uma pedrada, e teve um corte na cabeça.
A orelha de Paulo Frateschi, depois do ataque em Chapecó
Professor Abel, alvo do ódio dos “filhos do Hitler”, como disse Lula
O ex-prefeito Fernando Haddad por pouco não foi atingido. Ele tinha acabado de sair do hotel onde Lula estava, e se dirigia a pé para a praça quando foi reconhecido.
Alguns homens correram com pedra para agredi-lo, mas Haddad foi defendido pelos militantes que faziam a segurança dos apoiadores de Lula, que foram na direção dos agressores e impediram que Haddad fosse atingido. Havia policiais próximos, mas eles não agiram.
“Como ministro da Educação, eu inaugurei aqui duas escolas técnicas e uma universidade construídas no governo Lula e não vou deixar de visitar a cidade por causa de alguns que não entendem o que é democracia”, disse.
Se comparada à população de Chapecó, os manifestantes anti-Lula, com ações próprias de milicianos, são insignificantes, mas chama a atenção a desenvoltura com que agiram, principalmente porque já era do conhecimento público — e das autoridades policiais — a que estavam dispostos.
Conforme um plano postado no WhatsApp e vazado, um dos objetivos era tumultuar a concentração com rojões e apitaço, exatamente como aconteceu, além dos ovos.
Para o ato, foram arrecadados recursos, segundo a mensagem. Também está registrado que os policiais fariam “corpo mole”, já que seriam “contra esse bandido”.
No quesito “corpo mole”, todos que estavam lá viram que a polícia trabalhou como se estivessem fazendo a defesa de quem estava causando tumulto. Os manifestantes posicionados na praça onde Lula discursaria eram defendidos por uma fileira de manifestantes do MST.
Alguns orientavam os manifestantes pró-Lula a não revidar, para não dar aos policiais motivos para atacá-los.
E isso acabou acontecendo, quando os milicianos atacaram um grupo que tentava proteger um homem que estava sendo agredido. Houve tiros de borracha e explosão de bombas.
“Vamos têm que proteger nós, e não eles”, gravita um dos militantes pró-Lula enquanto a tropa de choque avançava. Do outro lado da avenida, protegidos pelos policiais, as pessoas com faixa do MBL saudavam:
— Polícia! Policia! Polícia!
Em São Miguel do Oeste, a ofensiva continuou, com a polícia não agindo para garantir a lei e a ordem.
Poderia ter acontecido uma tragédia neste domingo.
Até quando a polícia vai permitir a violência e o vandalismo contra pessoas que só estão exercendo seu direito constitucional de se manifestar?
Polícia é polícia, e quem atira pedra contra veículos é bandido. De que lado a polícia de Santa Catarina está?
Cada vez faz mais sentido a letra da principal música da caravana, composta por Theotonio Cruz Neto:
“No coração do jovem, no olhar da criança, já se vê a esperança de volta ao País, os cães ainda ladram, mas a caravana passa, abrindo com fé e na raça, caminho para um Brasil melhor e mais feliz”.
Como diz a letra, é na raça.
Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO - DCM