sábado, 27 de outubro de 2018

Eleições 2018: saiba o que candidato e eleitor podem e não podem fazer durante o período de campanha

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Imagem Google (CNBB)
04/10 - (Quinta) - último dia para: ✓ Propaganda de TV e Rádio; ✓ Debates em TV e Rádio (o debate iniciado em 04/10 poderá terminar até 7 horas da manhã do dia 05/10); ✓ Reuniões públicas; ✓ Comício: último comício pode ser prorrogado até às 2 horas da manhã. 
05/10 - (Sexta) - último dia para ✓ Anúncios pagos em jornais e revistas, bem como reprodução do anúncio no site do respectivo jornal/revista. 
06/10- (Sábado), após às 22 horas é proibido ✓ Pedir voto (ou apoio), pessoalmente ou por qualquer outro meio; ✓ Realizar, fixar, postar, enviar, etc, propaganda eleitoral de qualquer natureza; ✓ Distribuir qualquer tipo de material de propaganda eleitoral; ✓ Circular com veículos com jingles; ✓ Fazer circular jingles, por qualquer meio; ✓ Fazer novas postagens na internet (Facebook, Youtube, Redes Sociais, Sites, Blogs, etc); ✓ Enviar novas mensagens por qualquer meio (WhatsApp, Sms, E-mail, Messenger, meio físico, etc); ✓ Caminhadas, carreatas, passeatas, ou, qualquer tipo de manifestação pública; ✓ Derramar santinhos nos locais de votação, tendo como consequência tornar-se réu em processo criminal, detenção de 6 meses a 1 ano, multa, cassação de registro ou diploma e inelegibilidade por 8 anos. 
07/10 - (Domingo) – DIA DA ELEIÇÃO 
PERMITIDO: ✓ Ao eleitor, a manifestação individual e silenciosa de sua preferência mediante uso de bandeiras, broches, adesivos; ✓ Manter na internet textos, imagens ou vídeos que tiverem sido postados até 22 horas do dia 06/10/18 (proibidas novas postagens); ✓ Circular com veículos cujos adesivos tiverem sido colados até 22 horas do dia 06/10/18 (sem jingle/som), exceto se o TRE do Estado tiver proibido expressamente esta prática; ✓ Manter propaganda nas residências desde que tenham sido fixadas até 22 horas do dia 06/10/18; residências em frente a locais de votação, verificar qual a recomendação do TRE do respectivo Estado. 
PROIBIDO: ✓ Pedir voto (ou apoio), em qualquer local, ou, por qualquer meio, inclusive pela internet (Facebook, Instagram, etc) ou mensagens (WhatsApp, SMS, etc); ✓ Distribuir propaganda eleitoral, inclusive pela internet (Facebook, Instagram, etc) ou mensagens (WhatsApp, SMS, etc); ✓ Postagens e mensagens por qualquer meio (Facebook, Youtube, Instagram, Sites, Blogs, WhatsApp, SMS, E-mail, Messenger, etc); ✓ Manifestação coletiva, mediante aglomeração (formação de grupos) de pessoas com adesivos, bandeiras, vestuário do partido, broches, bandeiras, etc; ✓ Aos servidores e mesários, vedado o uso de vestuário ou objeto com identificação partidária; ✓ Aos fiscais e delegados partidários, vedado o uso de vestuário padronizado, adesivos ou qualquer tipo de propaganda de candidatos ou partidos, somente sendo permitidos crachás com nome e sigla do partido (sem logotipo e cores do partido); ✓ Fotografar ou filmar o voto, sendo vedado o uso de celulares, máquinas fotográficas, filmadoras, etc, dentro da cabine de votação. 
Fonte: paranacooperativo.coop.br

Soneto da Esperança

 
Foto: Paulo PInto
Sobre nossos ombros o peso da farsa
Que fez desfalecer a rosa do planalto
Resta agora a dor que o peito esgarça
Pelo amor que o vil tomou de assalto
A tirania aprisionou o retirante,
Sebástica voz da esperança latina,
E, não contente, matou a heroína
De seio negro e coração pujante 
Eis que o ódio ganha personificação:
Ameaça a nossa jovem liberdade
Na figura do ignóbil capitão
Mas já cantava o poeta, em verdade:
“Não tarda a aurora da redenção”
Creiamos! Findará enfim a iniquidade. 

*Débora Nunes é estudante e militante da UJS 
Fonte: Portal BRASIL CULTURA

terça-feira, 23 de outubro de 2018

PCDOB, PT, ENTIDADES SINDICAIS, CPC/RN E A SOCIEDADE CIVIL NOVACRUZENSE PARTICIPAM HOJE (23) EM NATAL DE ATO EM DEFESA DA DEMOCRACIA!

Foto: Frente Popular
Hoje (23) Nova Cruz, localizada na Região do Agreste Potiguar estará presente em ATOEM DEFESA DA DEMOCRACIA E DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO em Natal.

As entidades CPC/RN, SINTE -Nova Cruz Regional de , STRAF de Nova Cruz, Direção do PCDOB, PT E A SOCIEDADE EM GERAL se farão presentes ao ato fortalecendo assim as lutas dos trabalhadores, estudantes e a sociedade na garantia de seus direitos e CONTRA O FASCISMO, que procura se instalar no Brasil.

Serão milhares de norte riograndense que estarão juntando força, garra, fé e união na defesa de direitos e totalmente contra a implantação do fascismo.

Para Eduardo Vasconcelos, presidente do CPC/RN (Centro Potiguar de Cultura) o momento é de alerta, após ameaças constantes aos direitos garantidos após anos de lutas, que hoje é garantido na Constituição Federal de 1988. São direitos soberanos, democráticos, como a vida, a liberdade de expressão, de gêneros, de religião, entre outros. Portanto é preciso "acordar" o Brasil para as ameaças da chegada do fascismo de forma sútil. E para evitar isso o ATO HOJE levará aos irmãos potiguares mensagens de alerta, de união e do amor, contra o ódio e as mentiras reproduzidas nas redes sociais e em outros meios de comunicação. Concluiu Eduardo.

A caravana sairá hoje ao meio dia da Praça de Sebastião com destino ao ato em Natal.
 

CARREATA EM FAVOR DA DEMOCRACIA E CONTRA O ÓDIO E O FASCISMO


Na próxima sexta-feira (26), as mesmas entidades, partidos e a sociedade estarão promovendo uma carreata/caminhada DO LADO CERTO pelas principais ruas de Nova Cruz em Defesa da Democracia e CONTRA O ÓDIO, O FASCISMO  E  A MENTIRA!

domingo, 21 de outubro de 2018

CPC/RN ELEGE SUA DIRETORIA GESTÃO 2019/2021

 Presidente do CPC/RN, EDUARDO VASCONCELOS abre a Assembleia saudando os presentes e falando sobre as atividades realizadas pela atual gestão.
 No decorrer do debate os presentes deram suas opiniões e propostas para o CPC/RN, como o caso da liderança de Sagi-BF, JOÃO PAULO
 Daniele/STRAF clicando mais um momento da discussão
 Na discussão da assembleia foi lido o edital de convocação seus temas e em seguida entrou-se no debate
Após aprovarem as propostas, eleição da nova diretoria do CPC/RN, todos pousaram para as fotos, após é claro da entrega dos certificados.

O Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN realizou hoje (20) sua Assembleia Geral na Escola Estadual PAULO FREIRE na cidade de Baía Formosa/RN, onde após a leitura do edital de convocação, publicado no Diário Oficial do Estado - DOE/RN, o presidente Eduardo Vasconcelos prestou contas das atividades do CPC/RN na gestão que se encerra, prestando conta. Em seguida, Eduardo Vasconcelos levou ao conhecimento dos presentes, as propostas que a próxima gestão encaminhara nos próximos 03 (três) anos, após suas leitura e concordância da plenária, o mesmo adiantou que as mesmas serão encaminhadas aos presentes e aos que que justificaram suas ausências via e-mail . Aproximadamente 04 horas de debates, foi apresentada uma única proposta de formação de chapa/diretoria, que foi aprovada por unanimidade pelos presentes. Abaixo a seguir!

Presidente: EDUARDO HENRIQUE FÉLIX DE VASCONCELOS; Vice Presidente: GERALDO GOMES DOS SANTOS JUNIOR; Tesoureiro Geral: CLAUDIO PEREIRA DE LIMA; Primeiro Tesoureiro: WASHINGTON BARAÚNA DA SILVA; (a) Secretário Geral: HELOIZA VICTÓRIA BARBOSA DE VASCONCELOS (a); Primeiro Secretário: ELAINE JUSTINO ; Conselho Consultivo: MARIA DANIELE SILVA; MARIA ZULENE OLIVEIRA COSTA e PAULO CESAR FERREIRA DE ANDRADE JUNIOR; Conselho Fiscal: LENILSON FERREIRA DE OLIVEIRA; MARCOS ANTONIO CONFESSOR; HEITOR BARBOSA e JOÃO PAULO DO NASCIMENTO, representante do CPC/RN no Litoral Sul Potiguar.

Estiveram presentes a assembleia, além dos dirigentes e fundadores, convidados, como Daniele Silva, tesoureira do STRAF de Nova Cruz, Damião Gomes da Silva, presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimentos Sustentável - CMDS - NOVA CRUZ/RN, Claudio Lima, radialista, blogueiro e coordenador do Programa "Nação Nova Cruz" - Rádio Agreste FM - 107.5, entre outras.

Após os agradecimentos, EDUARDO VASCONCELOS, já empossado comunicou que logo após as eleições convocará uma reunião com a diretoria eleita, data a ser repassada para os demais.

Eleições 2018 #EleNão volta às ruas no Brasil e no exterior

#EleNão volta às ruas no Brasil e no exterior
No Rio de Janeiros, os manifestantes se reuniram na Cinelândia
Os protestos contra Bolsonaro ocorreram em 29 cidades do País e em algumas capitais na Europa.
Os gritos de "Ele Não" voltaram a tomar as ruas das principais cidades brasileiras neste sábado 20. Os protestos contra Jair Bolsonaro ocorreram em ao menos 29 cidades de 15 estados e no Distrito Federal neste sábado 20. As maiores concentrações aconteceram na Avenida Paulista, em São Paulo, na Cinelândia, no Rio de Janeiro, e no centro de Salvador.
Os atos foram organizados pelas redes sociais e partiram do grupo Mulheres contra Bolsonaro, também responsável pelas manifestações ocorridas em 29 de setembro, antes do primeiro turno.
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Em comunicado, o grupo explicou o motivo da nova mobilização. “Este ato não representa apenas a continuidade da luta das mulheres, mas também vem ao encontro das recentes manifestações de preocupação por parte da imprensa internacional, de diversas entidades dos direitos civis e humanos e de juristas, advogados e intelectuais com o que uma vitória de Bolsonaro representa para a nossa democracia”.
Também ocorreram protestos no exterior, particularmente em capitais europeias. Em Paris, políticos franceses se juntaram aos manifestantes. “A situação no Brasil é muito preocupante. Nós esperamos que uma reviravolta seja possível antes que o pior aconteça, mas o que é certo é que nós estaremos ao lado dos brasileiros de Paris, da França e dos brasileiros em geral diante desta situação difícil da história do Brasil”, declarou à Radio France Internationale o vice-prefeito de Paris, Emmanuel Grégoire.
A senadora Laurence Cohen, outra participante, se mostrava muito preocupada com a possível eleição de Bolsonaro. “Esta ascensão da extrema-direita no Brasil vem de longe, ela começa com o golpe contra Dilma Rousseff, seguida pela prisão de Lula, por uma acusação de corrupção que não foi provada, impedindo-o, assim, de concorrer às eleições”, acusa Cohen.
Fonte: CARTA CAPITAL

Política - Eleições 2018: Datafolha: metade dos eleitores veem possibilidade de nova ditadura

Ditadura
Segundo Datafolha, 50% dos eleitores tem expectativa de uma nova ditadura no País
Instituto também mediu que parcela "linha dura" da sociedade cresceu nos últimos quatro anos.
O instituto Datafolha divulgou novos dados da pesquisa realizada entre a quarta-feira 17 e a quinta 18 que mostram um expectativa alta dos brasileiros sobre a possibilidade de uma nova ditadura no País. 
De acordo com o levantamento, 50% dos entrevistados declaram haver essa possibilidade. Em fevereiro de 2014, a porcentagem era de 39%. 
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Esse horizonte é rechaçado por 42% dos eleitores. Antes, eram 51%. Entre os eleitores de Haddad, 75% dizem haver essa possibilidade. Entre os que votam em Bolsonaro, 65% descartam essa hipótese. 
O instituto também revela que há ma grande parcela adepta de opiniões antidemocráticas. Entre os entrevistados, 41% defendem uma "intervenção em sindicatos". Outros 32% concordam com a prisão de suspeitos de crimes sem autorização da Justiça. 
Embora 61% dos eleitores se declarem contra da extinção de algum partido, 33% acham a medida coerente. Além disso, 23% defendem cesura a jornais, rádios e TV imposta pelo governo.
O Executivo também deve ter o poder de fechar o Congresso Nacional para 21% da população. Outros 16% concordam com a tortura. Por fim, 43% acreditam que o governo brasileiro tenha o direito de controlar o conteúdo nas redes sociais. 
Fonte: CARTA CAPITAL

Um desastre anunciado: o cardápio dos generais para orientar o que seria o governo Bolsonaro. Por Joaquim de Carvalho

O general Augusto Heleno e o capitão, que foi um “bunda suja” no Exército.

Publicado por 
Joaquim de Carvalho
O repórter Humberto Trezzi, do jornal Zero Hora, teve acesso ao QG de Jair Bolsonaro em Brasília e adianta alguns pontos do que seriam as diretrizes básicas do governo dele, medidas que seriam anunciadas logo no início do mandato. É uma volta ao passado, um pacote ideológico, com viabilidade incerta em muitos pontos.
O coordenador do grupo é o general Augusto Heleno, que foi o primeiro comandante da Força de Paz no Haiti. Participam também os generais Oswaldo Ferreira, Aléssio Ribeiro Souto e Carlos Alberto Santos Cruz, que comandou as Forças de Paz no Haiti e no Congo. O grupo se reúne no Hotel Imperial, em Brasília, segundo a reportagem.
Uma das medidas em estudo, por exemplo, é mudar a orientação pedagógica nas escolas. “O plano de governo de Bolsonaro prevê que, na alfabetização, será expurgada a “ideologia” do pedagogo Paulo Freire, via mudanças na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Será vetada a aprovação automática. Os currículos teriam a volta das disciplinas de Moral e Cívica e Organização Social e Política do Brasil (OSPB)”, escreve.
Não existe ideologia de Paulo Freire nas escolas. Quem faz essa afirmação é ignorante, certamente contaminado pelas papagaiadas ditas por Olavo de Carvalho na internet, nos períodos em que ele não está se tratando por razões de saúde, mental inclusive.
Paulo Freire escreveu uma série de livros sobre o processo de aprendizagem — não existe um método Paulo Freire de alfabetização — e, em razão do conjunto da obra, é considerado um dos mais importantes pensadores da educação no mundo.
O eixo de seus estudos está na forma como uma pessoa, qualquer pessoa, criança ou adulto, deve aprender. Não é uma imposição, é uma observação. Em linguagem simples, é o conhecimento que brota de dentro para fora, não o contrário. Por exemplo, a pessoa deve ser estimulada a construir o próprio conhecimento, a partir de sua realidade, não como um ser passivo que recebe informações como se fosse uma conta bancária abastecida por depósitos.
A “educação bancária” é uma forma de aprender, sem dúvida, mas os resultados podem ser melhores se o aprendiz juntar as peças e tirar conclusões que podem fazer dele um cidadão autônomo em termos de busca de conhecimento. O “método” Paulo Freire, que não existe enquanto método, orienta a pedagogia em muitos países desenvolvidos, principalmente na Europa, e é a base de pedagogias aplicadas.
Em São Paulo, uma das melhores escolas particulares (e mais caras) foi criada pela filha de Paulo Freire, Madalena, em 1980. Seguiam princípios filosóficos do pai. Recentemente,  foi vendida e, suprema ironia, quem adquiriu o bem-sucedido empreendimento educacional foi um grupo que é dirigido por simpatizante do MBL.
Naturalmente, ele não comprou para destruir a pedagogia ali aplicada, que dava certo, mas para ganhar dinheiro — egressos da escola têm resultados excelentes na aprovação de vestibular e em outras formas de exame para ingresso em universidades do exterior.
Uma análise das medidas em estudo pelos generais mais próximos de Bolsonaro mostra uma tentativa de orientar o governo pelo que poderia ser considerado conceitos ideológicos. Claramente uma tentativa de desconstruir pilares da república a partir da redemocratização.  
“As linhas mestras do plano de governo foram traçadas e serão cotejadas com a opinião dos apoiadores civis de Bolsonaro – industriais, comerciantes, proprietários rurais e banqueiros. Falta consenso em alguns pontos vitais, como a reforma da Previdência e as cotas raciais. Mas grande parte das ideias já está esboçada para o caso de Bolsonaro vencer a eleição. GaúchaZH conversou com integrantes do núcleo e antecipa aqui algumas dessas metas”, informa Trezzi.
Resumidamente, seguem as medidas elencadas por ele:
  • Reduzir de 29 para 15 o número de ministérios.
  • Reduzir o número de cargos de confiança e funções gratificadas.
  • Reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos — aqui cabe um comentário meu, não de Trezzi: essa redução terá como resultado imediato o aumento da população carcerária, o que casa com a aventada hipótese de Bolsonaro privatizar a gestão de presídios. Mais presos significam maior receita para essas empresas.
  • Tipificar como terrorismo as invasões de propriedades rurais e urbanas no território brasileiro. 
  • Muda o foco da política dos direitos humanos — a vítima de crime teria prioridade.
  • Menos orientação sexual nas escolas.
  • Prioridade ao ensino primário e médio.
  • Revisão da bibliografia sobre o golpe de 1964, que não seria mais chamado de golpe, mas de contrarrevolução, uma medida necessária para evitar a ditadura comunista no Brasil. Comentário meu: historicamente, nunca houve ameaça concreta de ditadura comunista, mas vá lá. Com essa diretriz, pretendem implantar a “escola sem partido”?
  • Manter os programas sociais, inclusive o Bolsa Família, com um pente fino para identificar irregularidades.
  • Retomar obras paradas.
  • Mais militares em postos de governo — comentário meu: teve um prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que encheu de coronéis da PM na administração e o resultado não foi maior eficiência. A segurança pública no Rio de Janeiro está sendo tocada por militares. Melhorou?
  • Endurecimento do regime prisional, com o a proibição de visitas íntimas.
  • Exclusão de ilicitude para policiais que matam em serviço — na prática, carta branca para matar. Comentário meu: na prática, os policiais já matam muito, só que hoje têm que criar um cenário para dizer que foi em legítima defesa, criando expedientes como “fazer a mão” do assassinado, isto é, dar um tiro para que haja contaminação por elementos da pólvora e criar a historinha de que houve tiroteio.
  • Criar um banco de DNA, para facilitar a identificação de criminosos.
Bem-vindo de volta aos anos 60 e 70 do século passado.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Entidades estudantis declaram apoio a Fernando Haddad

Entidades estudantis declaram apoio a Fernando Haddad
Na última sexta-feira, 12 de outubro de 2018, as diretorias executivas das entidades estudantis ANPG, UNE e UBES se reuniram em São Paulo para decidir o posicionamento para o segundo turno. Após o intenso debate, as entidades firmaram o apoio ao candidato Fernando Haddad para o segundo turno das eleições presidenciáveis no Brasil pelo entendimento de ser uma candidatura comprometida com a defesa da democracia, educação, da ciência, dos direitos sociais e da soberania nacional.

“Essa reunião reflete a necessidade histórica que está diante desta geração. A geração que tem a tarefa de derrotar o fascismo em nosso país. Fascismo que está ganhando força não só no Brasil como no resto do mundo. Esta é a batalha entre o campo progressista democrático contra as ideias obscurantistas e autoritárias de intolerância e ódio na sociedade brasileira. Sociedade que sempre foi reconhecida como diversificada em sua cultura. E é esta essência do povo brasileiro que está ameaça nestas eleições. Temos uma tarefa, principalmente os pós graduandos de enfrentar um discurso muito comum na ciência, Que é a neutralidade. Esse tipo de discurso favorece o fascismo. Não tomar lado é se omitir da principal batalha neste segundo.turno. O que está em é a nossa possibilidade de futuro”, disse a presidenta da ANPG.

Marianna Dias, presidenta da UNE, também afirmou: “Nós somos a esperança de construir um país melhor. A nossa geração precisa assumir a sua voz e se organizar contra o que existe de mais cruel atualmente na política brasileira”.

Já o presidente da UBES, Pedro Gorki, relembrou o papel fundamental das entidades estudantis. “Que a luta dos estudantes que morreram na ditadura não seja em vão. Não podemos cair no caminho do retrocesso, precisamos dos estudantes unidos neste momento”.

Também participaram da reunião Adilson Araujo, presidente da Central de Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil, Olívia Carolino, do Projeto Brasil 

As entidades estaduais UEE-SP e UPES também participaram do debate e do ato. Nayara Souza, presidenta da UEE-SP, discursou durante o ato e avaliou como muito simbólica a data escolhida para que as entidades estudantos anunciassem seu apoio. " Hoje, 12 de outubro, dia das crianças, são elas que indefesas podem ter seu futuro aprisionado e seus sonhos arrancados dentro de escolas militarizadas. O nosso maior presente para as próximas gerações é concentrar forças para garantir direitos e vencer essa batalha em um momento tão difícil no nosso país."

Por fim, ainda comparou os projetos dos dois candidatos: "Precisamos desmistificar que existe uma disputa entre dois extremos. O projeto de Fernando Haddad não é um  projeto extremista. A disputa, na verdade, é entre civilidade e bárbarie".

ANPG, UNE e UBEs entregam carta para Manuela D´àvilla

No final da reunião, os presidentes das entidades e estudantes reunidos receberam a candidata a vice-presidente Manuela D´àvilla na sede das entidades para a entrega da Carta aprovada durante a reunião. Veja o discurso da candidata neste link: https://www.facebook.com/anpgbrasil/videos/341912393034774/

Confira carta de apoio na íntegra aqui

Fonte: UEE/SP

Temer e Etchegoyen podem ter assinado novo AI-5

Sergio Amadeu: “Decreto 9.527/2018 cria Força-Tarefa de Inteligência para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil. Com esse decreto, basta definir que movimentos sociais urbanos e rurais são organizações criminosas”
No dia 15 de outubro último, Michel Temer e seu Ministro General Sergio Westphalen Etchegoyen publicaram o Decreto 9.527/2018 criando uma Força-Tarefa de Inteligência para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil. Sem definir o que é crime organizado, o Decreto diz que visa o “enfrentamento a organizações criminosas que afrontam o Estado brasileiro e as suas instituições”.
Vivemos um momento de avanço da tutela militar sobre nossa sociedade. Com esse decreto, basta definir que movimentos sociais urbanos e rurais são organizações criminosas.
Estamos vivendo o momento de volta da doutrina do “inimigo interno”, enquanto as Forças Armadas se calam diante da entrega da Embraer, do loteamento do pré-sal, da desqualificação das denúncias de Snowden e do uso até dos e-mails oficiais do governo de empresas notoriamente comprometidas com o esquema de espionagem da NSA.
Sergio Amadeu da Silveira

Fátima Bezerra lidera pesquisa para o governo do RN, indica Ibope

Foto: Moreira Mariz/Agência Senado
Candidata do PT aparece com 54% dos votos válidos, enquanto seu oponente, Carlos Eduardo (PDT), conta com 46% da preferência do eleitorado.
O Ibope divulgou nesta quarta-feira (17) o resultado da primeira pesquisa do instituto em relação ao segundo turno da eleição para o governo do Rio Grande do Norte. Fátima Bezerra (PT) aparece em primeiro, com 54% dos votos válidos, enquanto Carlos Eduardo (PDT) conta com 46%. O levantamento foi realizado entre o domingo (14) e terça-feira (16) e tem margem de erro de 3 pontos, para mais ou para menos.
Nos votos totais, o resultado aponta Fátima Bezerra (PT), com 48% e Carlos Eduardo (PDT), com 42%. Em branco/nulo: 8%. Não sabe: 2%.
A pesquisa também apontou o potencial de voto e rejeição para governador. O Ibope perguntou: “Para cada um dos candidatos a governador do Rio Grande do Norte citados, gostaria que o(a) sr(a) dissesse qual destas frases melhor descreve a sua opinião sobre ele?”.
Carlos Eduardo (PDT)
Com certeza votaria nele para governador do RN – 33%; Poderia votar nele para governador do RN – 18%; Não votaria nele de jeito nenhum para governador do RN – 31%; Não o conhece o suficiente para opinar – 14%; Não sabem ou preferem não opinar – 3%.
Fátima Bezerra (PT)
Com certeza votaria nela para governadora do RN – 38%; Poderia votar nela para governadora do RN – 15%; Não votaria nela de jeito nenhum para governadora do RN – 33%; Não a conhece o suficiente para opinar – 10%; Não sabem ou preferem não opinar – 3%.
Fonte: REVISTA FÓRUM

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Eleições 2018: Campanha de Haddad recebe alerta sobre vigilância militar pró-Bolsonaro

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Abaixo da foto de Bolsonaro, o deputado Lorenzoni: "Esta eleição não é de propostas"
Peças-chave do QG petista estariam sendo alvo de espionagem. Aviso chegou dois dias após o primeiro turno da eleição.
Dois dias após a votação que quase levou o presidenciável da extrema-direita, Jair Bolsonaro (PSL), à vitória em primeiro turno, um cardeal do QG petista recebeu um alerta sinistro. As principais peças do comitê de Fernando Haddad têm sido monitoradas pela área de inteligência das Forças Armadas.
Por trás da espionagem estaria o general da reserva Sérgio Etchegoyen, chefe do GSI, o órgão controlador da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin. O objetivo seria reunir informações para ajudar Bolsonaro a triunfar daqui a duas semanas.
É um alerta crível?
CartaCapital mostrou recentemente: a maioria do Exército bolsonarizou-se. É uma identificação corporativa alimentada pela fúria antipetista que se alastrou pelo País e se converteu em 49 milhões de sufrágios no deputado do PSL, 46% dos votos válidos.
Entre oficiais da reserva, o bolsonarismo é total. O vice da chapa dele, general Antonio Hamilton Mourão, comandava até setembro o Clube Militar, ponto de encontro dos que penduraram a farda. Vários militares colaboram com a campanha e os planos do candidato extremista.
Tem mais. Etchegoyen nutre antipatia visceral pelo PT. Há uns seis, sete anos, ele esteve em uma solenidade em sua terra natal, a cidade gaúcha de Santa Maria. O atual líder petista na Câmara, Paulo Pimenta, outro filho da terra, também. O deputado estendeu-lhe a mão, e Etchegoyen deixou-a no ar. Pimenta foi puxado de canto por outro general e ouviu: “Ele não gosta do PT, coisa de família e ideologia”.
Os instintos de Etchegoyen parecem ter piorado com a Comissão da Verdade, no primeiro mandato de Dilma Rousseff. A comissão listou seu pai, Leo, e um tio, Cyro, como cúmplices da violação de direitos humanos na ditadura civil-militar de 1964 a 1985.
Subordinada a Etchegoyen, a Abin foi apontada em junho de 2017, pela Veja, como espiã de um juiz do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin. Foi logo após a delação da JBS/Friboi que quase derrubou Michel Temer, um processo que corria no STF sob a guarda de Fachin.
Na época, o hoje chefe da articulação política de Temer, Carlos Marun, que era apenas deputado, disse à reportagem de CartaCapital: “O presidente não usou a Abin. Mas, e se tivesse usado, qual o problema?” A Lei da Abin (a 9.883, de 1999), afirmava, autorizaria a espionagem em caso de ameaça à “segurança nacional”.
O petista alertado agora lembra que, na crise que levou à deposição de Dilma, tinha recebido outro aviso, da parte de um major. O informante pediu para conversar. E que fosse caminhando, pois ficar parado era dar sopa à espionagem. No papo, o major disse: as Forças Armadas não aceitam a permanência de Dilma, ela vai ser cassada.
Em 5 de junho passado, a reportagem conversou com um deputado do PSDB, que não foi reeleito agora, sobre uma aparente inteligência na campanha bolsonarista. Ele contou que, na época do impeachment, a inteligência do Exército tinha seus próprios cálculos quanto à votação e acertou na mosca, 367 deputados contra Dilma. Nas contas dos civis do mutirão partidário anti-Dilma, seriam 369.
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No alerta feito agora ao QG petista, há mais coisa sinistra. O mesmo STF que teria tido um de seus membros bisbilhotado há pouco mais de um ano estaria hoje sob o tacão dos quartéis. A começar pelo presidente da Corte, Dias Toffoli, contra quem já haveria munição para usar.
Seria para agradar aos militares que Toffoli classificou recentemente o golpe de 1964 de “movimento de 1964”? Seria esse também o motivo para ter nomeado como seu assessor especial o número 2 do Exército até aquele setembro, o general Fernando Azevedo e Silva?
Um oficial que, soube-se recentemente, presta colaboração informal à campanha de Bolsonaro, tendo inclusive recebido Mourão em sua casa para um almoço em setembro.
Nas redondezas do gabinete de Toffoli circula uma história espantosa. Quando Bolsonaro tomou uma facada, em 6 de setembro, altos oficiais teriam se revoltado e decidido ir às ruas. A ameaça de golpe militar era real. Como Temer não tem autoridade moral para enquadrá-los, sobrou para Toffoli segurar o abacaxi. A nomeação de um general para assessor teria sido um misto de abertura de canal com o Exército e aceitação tácita de tutela fardada.
Em 9 de setembro, o Estadão publicou uma entrevista com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, em que ele afirmava que haveria risco de instabilidade no País, caso Bolsonaro fosse derrotado e essa derrota, encarada como efeito da facada.
Mais: que a candidatura de Lula, se aceita pelo Judiciário, provocaria a mesma instabilidade. Até hoje, nem Toffoli nem Villas Bôas comentaram a nomeação de Azevedo e Silva.
Há sinais de que as Forças Armadas aderiram à Operação Lava Jato e não aceitam a soltura de Lula. Quando o STF negou um habeas corpus ao petista, em abril, um general da reserva, Paulo Chagas, recém derrotado na disputa pelo governo do Distrito Federal, mandou uma carta ao juiz Gilmar Mendes, que votara a favor do HC, em tom ameaçador.
“Se a última esperança de salvar a Nação do caos, depositada pelos brasileiros nas mãos dos Ministros do STF, está desmoronando, onde estará a salvação?” Nas Forças Armadas, dizia.
Em setembro, um bolsonarista general da reserva, Luiz Eduardo da Rocha Paiva, defendeu no GloboNews a ideia de um “autogolpe”, ou seja, de golpe, pois não daria para confiar nem no STF. “Vai fazer o quê? Vai esperar o esfacelamento da Nação?”
O alerta recente ao QG petista continha mais duas informações. Etchegoyen teria garantido uma espécie de salvo-conduto para Temer, quando este deixar o poder. Como se sabe, há dois processos criminais à espera do emedebista.
Além disso, já haveria articulações para blindar a Lava Jato no Supremo por meio de duas nomeações para a Corte no próximo governo, para vagas que serão abertas em 2020 e 2021. Uma nomeada seria a PGR Raquel Dodge, que gosta da ideia, segundo relatos. O outro seria o juiz Sergio Moro.
“Não tenho receio de um golpe militar que impeça o Haddad de assumir, caso ele vença. Tenho é de o Supremo impedir, por pressão militar”, disse à reportagem o petista alertado. Como seria a manobra jurídica? “O Supremo e o TSE podem inventar problemas nas nossas contas de campanha.”
Na PGR, há gente graúda com seus receios. “A preocupação é enorme. O golpe parece inevitável em algum momento, principalmente se o Haddad ganhar”, diz um subprocurador-geral da ativa.
Será?
Fonte: CARTA CAPITAL

Dennis de Oliveira sobre o antipetismo: “A burguesia aposta em saídas conservadoras para manter privilégios”

Na avaliação do jornalista e professor, “o antipetismo se torna uma força política considerável com o reposicionamento da burguesia brasileira diante da crise econômica mundial”

Um dos elementos mais presentes no cenário político brasileiro, pelo menos nos últimos anos, e mais intensos no atual processo eleitoral é o antipetismo. Sentimento cego, que, extrapola qualquer opinião, ideia ou posicionamento político-ideológico. Uma parcela significativa da população não gosta do PT, porque não gosta. Simples assim. Evidentemente que há erros no PT, o que não justifica a sanha de pessoas que manifestam este sentimento por meio das mais variadas e piores ações, inclusive com extrema violência. É certo que a narrativa de Jair Bolsonaro estimula o ódio. No entanto, há outras explicações para o antipetismo. “É uma combinação de ações reativas de parcela das classes dominantes que, diante da crise do capitalismo mundial, não aceitaria dividir a conta e buscou manter seus privilégios e, para tanto, utilizar o inconformismo com setores mais reacionários da classe média, incomodados com a ascensão das classes populares durante o ciclo de governos do PT”, analisa Dennis de Oliveira, jornalista e professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Dennis tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Comunicação Popular, atuando principalmente nos temas comunicação e cultura, processos midiáticos e culturais, comunicação e recepção, processos midiáticos e jornalismo, mídia e racismo e integração na América Latina. É colunista da Fórum.
Fórum – Em sua opinião, qual é a origem do antipetismo?
Dennis de Oliveira – É uma combinação de ações reativas de parcela das classes dominantes que, diante da crise do capitalismo mundial, não aceitaria dividir a conta e buscou manter seus privilégios e, para tanto, utilizar o inconformismo com setores mais reacionários da classe média, incomodados com a ascensão das classes populares durante o ciclo de governos do PT. Por isso, o antipetismo é marcado por preconceitos raciais, de classe, de gênero, LGBTfobia, entre outros. Embora a expressão do antipetismo tenha essas características, ele se torna uma força política considerável com o reposicionamento da burguesia brasileira diante da crise econômica mundial, que aposta em saídas políticas conservadoras para manter os seus privilégios e jogar a conta nas costas da classe proletária.
Fórum – Por que o antipetismo tem aumentado gradativamente, desde que a ex-presidenta Dilma Rousseff ganhou seu segundo mandato?
Dennis de Oliveira – Principalmente porque a aliança policlassista que dava sustentação aos governos do PT se rompeu, com o reposicionamento da burguesia brasileira. O projeto político da presidenta Dilma Rousseff privilegiava a burguesia interna, aquela cujos negócios dependem do Estado (como as empreiteiras, as fornecedoras de insumos para estatais etc). Com a crise mundial, a burguesia transnacional passa a conspirar mais fortemente contra este projeto, atuando no sentido de destruí-lo. Este foi o principal objetivo da Operação Lava Jato: não só destruir as lideranças do PT, mas as empresas que eram beneficiadas com esse projeto, como as empreiteiras e a própria Petrobras. Com isso, buscou-se realinhar a economia nacional aos interesses do capital transnacional, em especial o rentista. Infelizmente, esse movimento não foi percebido corretamente pelas forças que davam sustentação ao governo Dilma Rousseff, que considerou que um recuo político em direção ao capital rentista poderia conter esse avanço. Mas o objetivo era realmente destruir o projeto petista e retomar o caminho neoliberal.
Fórum – Você colocaria o velho problema da luta de classes como uma das causas, ou seja, a elite não suporta ver o pobre, o nordestino, o negro tendo acesso a bens de consumo, até então disponíveis apenas a ela? Lembrando que esses segmentos sociais são à base da atuação política do PT.
Dennis de Oliveira – Sem dúvida, apesar de que se nós observarmos os indicadores veremos que a ascensão social desses segmentos foi pequena e a concentração de renda no Brasil, embora tenha reduzido, continuou alta. Assim, setores da classe média expressaram publicamente o ódio e a intolerância e serviram como retaguarda, inocente e ingênua, desse projeto da burguesia transnacional de recolonizar o país.
Fórum – Mesmo com a popularidade do ex-presidente Lula, esse problema parece cada vez mais agudo. Por quê?
Dennis de Oliveira – Há uma série de fatores. As novas configurações do capitalismo mundial criam tipos de sociabilidade que dificultam o olhar coletivo. Por exemplo, nos anos 1970 e 1980, como um jovem da periferia iniciava sua vida laboral? Entrando em um curso técnico do Senai ou ingressando em uma fábrica, ou arrumando emprego em uma empresa de serviços. Aí, ele fazia amigos, sentia-se pertencente a uma categoria, a uma classe social, compartilhava situações. Nesse ambiente, é mais fácil perceber-se como membro de uma classe social. Hoje, não. Como os jovens trabalham? Em bicos temporários, como vendedores ambulantes, como motoboys – trabalham sozinhos, de forma precária e cujos ganhos dependem da sua produção. Por isso, entram em uma sociabilidade da competição, da disputa. Não se vê como participante de uma classe, de uma categoria profissional, mas como participante de um jogo, de uma disputa acirrada em que há muitos adversários. O governo Lula melhorou a condição social dos mais pobres. Entretanto, não foi possível criar situações de enfrentamento dessa situação. Muitos dos que hoje abraçam o discurso reacionário foram beneficiados pelas políticas de Lula, mas creditam a sua ascensão social ao seu “esforço pessoal”.  Faltou a continuidade disso, criar ações no sentido de agregar essas pessoas a um projeto político de transformação – eu penso que isso seria tarefa dos movimentos sociais, mas também houve equívocos desses movimentos, ao pensar quase que exclusivamente na ocupação dos espaços institucionais para, a partir daí, implantar seus projetos. Há exceções, como as políticas de cultura popular – destaco aqui o Cultura Viva e os projetos do município de São Paulo como o Vai e a Lei de Fomento às Periferias, que fortaleceu os coletivos de cultura na periferia, possibilitou maior visibilidade de uma nova geração de lideranças negras nas periferias. Entretanto, as estruturas institucionais dos movimentos sociais clássicos e mesmo dos partidos de esquerda não incorporaram esses sujeitos nos seus projetos. Assim, a pessoa do Lula é, realmente, popular, ficou uma marca, mas a popularidade não se transformou em uma sustentação de um projeto político progressista.
Fórum – A atuação do Judiciário brasileiro tem colaborado, ou pelo menos reafirmado, esse sentimento de antipetismo?
Dennis de Oliveira – Claro, o Judiciário é, dos três poderes da República, o mais conservador, elitista e autocrático. O ingresso no Judiciário é por meio de processos seletivos que reforçam o caráter classista, sexista e racista da sociedade brasileira. E esse poder se legitima pela ideologia da meritocracia, que é justamente aquela mesma usada contra ações afirmativas, contra políticas sociais de transferência de renda, contra a ascensão social dos mais pobres etc, na perspectiva de que as diferenças sociais se explicam pelo mérito. O Judiciário não tem controle social nenhum e se autorregula. Portanto, é o poder mais antidemocrático de todos. Por isso, esse retrocesso político tem no Judiciário a sua principal base de sustentação institucional.
Fórum – Recentemente, o mestre de capoeira Moa do Katendê foi assassinado com 12 facadas. A motivação foi o fato de ele ter declarado que votou no PT no primeiro turno das eleições presidenciais. Diariamente observamos ocorrências de ataques não só nas redes sociais, mas físicos, a pessoas que demonstram apoio ao PT. Isso pode ter consequências ainda mais trágicas no futuro?
Dennis de Oliveira – Infelizmente pode, porque o assassinato do Mestre Moa decorre da inconformidade dos segmentos reacionários  com a autonomia de opinião de uma pessoa negra que, no seu imaginário escravocrata, deve-lhe obediência. Teve uma capa da revista Veja, acho que na eleição de 2010, que estampava a cara de uma mulher negra vestida como empregada doméstica. A chamada era: “Ela pode decidir esta eleição”, quase que como um aviso ou uma declaração de inconformidade. Depois dos resultados do primeiro turno em que ficou nítido que as candidaturas progressistas foram muito bem no Nordeste e o campo conservador no Sul/Sudeste, vários reacionários espalharam nas redes sociais memes ofendendo os nordestinos, chamando-os de burros, de não saberem votar etc. Acho engraçadíssimo isso quando vejo que entre os deputados federais mais votados em São Paulo estão um palhaço e um ex-ator de filmes pornôs.
Fórum – Como é possível reverter esse quadro, uma vez que a candidatura de Jair Bolsonaro só reforça esse sentimento antipetista?
Dennis de Oliveira – Mostrando à população os reais objetivos dessa candidatura. A pauta moral que o Bolsonaro procura enfatizar é uma forma de esconder a real intenção da candidatura, que é aprofundar o desmonte das políticas sociais e da economia brasileira. O guru econômico do Bolsonaro já disse que vai privatizar tudo e que pretende acabar com qualquer progressividade no Imposto de Renda, prejudicando os mais pobres. O seu candidato a vice já disse que quer acabar com o 13° salário e o adicional de férias. Bolsonaro defende que a trabalhadora ganhe menos. Imagine só com a privatização total da Petrobras, teríamos o preço do botijão de gás definido pelas transnacionais. Assim como o preço dos combustíveis que impactam nos demais preços, dos alimentos e outros produtos, em função dos custos do transporte. E ainda retirando direitos, o que significa piorar ainda mais a situação da classe trabalhadora.  Como essas propostas são impopulares (o governo Temer que implantou apenas parte delas está com a popularidade lá embaixo), o que o Bolsonaro faz é esconder essa agenda e colocar a pauta das moralidades em evidência, transformando o que é uma luta de classes em uma batalha moral. Por isso, considero um grave equívoco político e intelectual o fato de um professor da USP e colunista da Folha de S.Paulo ter considerado Bolsonaro como um soldado na guerra cultural. Não se trata de guerra cultural e, sim, luta de classes, mesmo que o projeto da frente liderada pelo PT não tenha nenhuma radicalidade e apenas propõe a defesa da economia nacional e os direitos sociais para todos.
Fórum – Acredita que a democracia está sob risco diante do atual cenário?
Dennis de Oliveira – Eu acho que chegamos em uma situação em que o projeto neoliberal só consegue se implantar via ações antidemocráticas. Foi assim com o golpe de 2016 contra a presidenta Dilma e é assim com a proposta antidemocrática de Bolsonaro. Por isso, é o momento da defesa da democracia. Os direitos sociais, a cidadania plena para todos, a luta contra todas as formas de discriminação, contra o racismo e o machismo só serão possíveis em uma sociedade democrática. Em um regime autoritário, os primeiros a sofrerem as consequências serão justamente os segmentos sociais historicamente colocados na base da pirâmide social.
Fonte: https://www.revistaforum.com.br/dennis-de-oliveira-sobre-o-antipetismo-a-burguesia-aposta-em-saidas-conservadoras-para-manter-privilegios/